14 março 2021

Domingo IV da Quaresma - “Com Deus, tudo pode recomeçar”

 

 

“Ele está sempre disponível para recomeçar com cada um de nós”, garantiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa. A partir da Igreja de Cristo Rei da Portela, D. Manuel Clemente deixou o conselho aos cristãos para lerem, diariamente, a Bíblia e pediu “cuidado” no desconfinamento. “Vamos dar bom exemplo!”, apelou. 

Neste Domingo IV da Quaresma, o Cardeal-Patriarca de Lisboa pediu “cuidado” no desconfinamento para que se continue a levar por diante “esta vitória que vamos alcançando sobre a pandemia” e apelou a uma sociedade “integralmente ecológica” que aponte a uma nova forma de viver. “Temos que aprender a viver de outra maneira, como uma sociedade mais reconciliada com a natureza inteira – nesse sentido mais ecológico e, integralmente, ecológica – e com condições onde a vida de cada um se possa verdadeiramente realizar, preservar. Vamos ter muito cuidado. Vamos dar bom exemplo!”, apelou D. Manuel Clemente, na véspera de serem permitidas, em Portugal Continental, as Missas com a presença da assembleia.

Desafio diário
Na homilia da celebração, transmitida pela RTP, a partir da Igreja de Cristo Rei da Portela, o Cardeal-Patriarca frisou que “com Deus, tudo pode recomeçar”, porque “Ele está sempre disponível para recomeçar com cada um de nós” e desafiou os cristãos a lerem, diariamente, a Bíblia, de forma particular neste tempo em que “ouvimos notícias pesarosas” e “no meio de tantas trevas que se adensam”. “À luz da Palavra, vemo-nos de outra maneira e percebemos que Deus está ali connosco”, reforçou D. Manuel Clemente. 
Neste Domingo ‘Laetare’ (Domingo da Alegria), o Cardeal-Patriarca partiu do diálogo de Jesus com Nicodemos, escutado no Evangelho, para apelar a que cada um também se possa encontrar com Jesus, fazendo “dissipar as trevas que se acumulam”. “Às vezes, estas trevas são muito difíceis de dissipar, mas aquilo que Jesus promete a Nicodemos é esta Luz que, n’Ele, Jesus Cristo, irradia como na Sua Páscoa acontecerá definitivamente, para quem quiser captar e nela quiser viver”, referiu. 
Neste Domingo, que marca uma “etapa importante deste caminho quaresmal”, o Patriarca de Lisboa destacou, na sua reflexão, esta frase do Evangelho: ‘Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna’ para afirmar que “é este o amor de Deus que se dá em Jesus Cristo totalmente para que, no meio de nós, desponte esta luz definitiva e que nos compensa de tantas trevas em que nós próprios, muitas vezes, estamos encerrados”. “Essa luz que irradiará na manhã de Páscoa, na ressurreição de Jesus Cristo, está aí” e é possível vê-la “quando ouvimos a palavra de Jesus, porque, como Ele prometeu, aquele que guarda a Sua Palavra terá Jesus Cristo a habitar em si mesmo”, afirmou D. Manuel Clemente.

Sinais da Sua presença
Segundo o Cardeal-Patriarca, Jesus Cristo, que para além de estar presente na Palavra e nos Sacramentos, está também presente “em todo o lado onde há homens e mulheres, tocados pelo seu Espírito e que, por isso – como dizia o Evangelho –, ‘têm obras feitas em Deus’, ou seja, na caridade de Cristo, e são sinal da sua presença”. “E tantos sinais da presença do Espírito de Cristo se desdobraram nestes dias tão difíceis, nestes meses, neste ano, em tantos homens e mulheres que, nos hospitais, nas casas, em tudo quanto é a vidas social, nas empresas, em tantas atuações, são sinais da Sua presença”, apontou D. Manuel Clemente.
Por ocasião da Solenidade de São José, celebrada a 19 de março, e pela intenção do Papa Francisco ao dedicar um ano ao pai adotivo de Jesus, o Cardeal-Patriarca apelou à imitação da atitude discreta de São José e afirmou que “Deus conta connosco e com a descrição de cada um para tomar conta de Maria – figura da Igreja –, e para tomar conta de Jesus – que há de ser a figura de nós todos. Aprendamos com São José a estar assim diante da vida: guardando os mistérios de Deus”, desejou.
Também por ocasião do ‘Ano Família Amoris Laetitia’, que se inicia no dia 19 de março, D. Manuel Clemente convidou os cristãos a voltarem à reflexão desta “magnifica” exortação do Papa Francisco e que levem “muito a sério tudo aquilo que lá vem e que diz muito respeito à preparação e à continuação e fortalecimento da vida matrimonial em Cristo, porque passa por aí a graça de Deus neste mundo”. 

Patriarcado de Lisboa

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