07 março 2021

A despedida de Francisco: o Iraque ficará sempre comigo, no meu coração

 
 A celebração eucarística em Erbil, último compromisso público do Papa no País 
 
 
A saudação do Papa ao povo iraquiano, pelos bons frutos gerados com a viagem apostólica ao país, foi feita ao final da missa em Erbil. Entre “vozes de sofrimento e angústia”, mas também “de esperança e consolação”, Francisco despediu-se pedindo um trabalho conjunto entre as várias comunidades religiosas por um futuro de paz e prosperidade que “não discrimine ninguém”: “Allah ma’akum”, finalizou o Papa, “fiquem com Deus”.

 

Andressa Collet – Vatican News

Nestes dias de viagem apostólica ao Iraque, disse o Papa Francisco no final da celebração eucarística no Estádio Franso Hariri, em Erbil, “ouvi vozes de sofrimento e angústia, mas ouvi também vozes de esperança e consolação”. Isto deve-se, em grande parte, acrescentou o Pontífice, “àquela incansável obra de bem-fazer” realizada pelas instituições religiosas de várias confissões, Igrejas locais e organizações caritativas que assistem o povo “na obra de reconstrução e renascimento social”. E com a proximidade do final da visita histórica ao país, o Papa despediu-se, afirmando:

“O Iraque ficará sempre comigo, no meu coração. Peço a todos vós, queridos irmãos e irmãs, que trabalhem juntos e unidos por um futuro de paz e prosperidade que não deixe ninguém para trás, nem discrimine ninguém. Asseguro-vos as minhas orações por este amado país. De modo particular, rezo para que os membros das várias comunidades religiosas, juntamente com todos os homens e mulheres de boa vontade, cooperem para forjar laços de fraternidade e solidariedade ao serviço do bem comum e da paz. Salam, salam, salam! Shukrán [obrigado]! Deus vos abençoe a todos! Deus abençoe o Iraque! Allah ma’akum [fiquem com Deus]!”

A coragem e a fraternidade do Papa

O Papa também agradeceu todos os que se envolveram na organização da visita ao Iraque e que rezaram e o acolheram com afeto, entre eles, o arcebispo de Erbil dos Caldeus, dom Bashar Matti Warda. De facto, no final da missa, ele dirigiu-se ao Pontífice, agradecendo pela “coragem” de se deslocar até “este conturbado país, uma terra tão cheia de violência, de intermináveis disputas, de deslocamentos e sofrimento para o povo”. Além disto, acrescentou o arcebispo, uma coragem revelada bem neste tempo de pandemia e de crise global, o que tornam as palavras de Cristo, ‘não tenham medo’, concretas:. “a sua coragem flui em nós”.

O arcebispo também agradeceu pelas orações aos perseguidos e marginalizados do Iraque e do mundo, uma forma de continuar a exortar “um tempo de paz, de humildade e de prosperidade, de dignidade de vida e de perspetivas para todos”.

“Agradecemos a mensagem de paz que trouxe para Erbil e para todo o Iraque. A sua poderosa mensagem de fraternidade e perdão é agora um presente para todo o povo do Iraque, deixando-nos - cada um de nós neste país - com a responsabilidade permanente de dar vida continuamente à sua mensagem na nossa vida diária, a partir de hoje.”

VN

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