15 abril 2024

ESCREVER?!


 

E por vezes é assim.

Sinto uma vontade, quase uma necessidade de escrever, e nada me vem à mente, nada me vem ao coração.

Inicio frases que não têm fim, pensamentos que não se completam, sentimentos que não se fazem sentir, e a escrita continua “muda sem se ouvir”.

Pois, se calhar é porque julgo que tudo sei, de que tudo sou capaz, que consigo escrever sobre Ti, ou melhor, sobre Ti em mim, sem me entregar primeiro a Ti.

Ouço então a Tua voz dizer-me: «Lança a rede para a direita» Jo 21, 6

Oh, Senhor, então estou aqui há tanto tempo e nada consigo escrever e Tu queres que eu continue a tentar de modo diferente?

E o que significa então “lançar a rede para a direita”, Senhor?

Ah, percebo!

Queres que eu me deixe levar por Ti e não que me ache capaz de escrever sozinho.

Sorris, olhas para mim, e dizes-me com esse Teu infinito carinho: Não é só a escreveres que te deves deixar levar por Mim, mas em cada momento da tua vida, porque Eu sei de tudo o que precisas e de tudo o que é melhor para Ti.

Agora sou eu que sorrio e Te digo com todo o amor que em mim consigo encontrar: Obrigado, Senhor! Fica então para a próxima vez, porque hoje, pelo visto, não escrevi nada de jeito.

Tu apenas sorris e meneias a cabeça, como quem me diz que continuo muitas vezes sem nada entender!

 

Marinha Grande, 15 de Abril de 2024

Joaquim Mexia Alves

 

14 abril 2024

Francisco: chega de guerra, chega de ataques, chega de violência

 

No final do Regina Caeli, Francisco expressa tristeza e preocupação com os ataques do Irão a Israel e pede que parem com qualquer ação que possa levar o Médio Oriente a um conflito bélico maior. O pontífice voltou a propor a solução de dois Estados: "Todas as nações devem tomar o partido da paz e ajudarem os israelitas e palestinos a viverem em dois Estados, em segurança. Este é o desejo e o direito deles".
 

Vatican News

A voz do Papa ressoa no meio da tensão internacional por causa da escalada do conflito no Médio Oriente, após o ataque de Teerão a Israel na noite passada com centenas de drones e mísseis. Francisco, da janela do Palácio Apostólico, no final do Regina Caeli, relança um apelo sincero pela paz e pela "negociação, com determinação".

“Chega de guerra, chega de ataques, chega de violência! Sim ao diálogo e à paz.”

Não a um conflito bélico ainda maior

Diante dos milhares de fiéis na Praça de São Pedro, após a oração mariana, o Papa expressou a sua "preocupação" e "tristeza" pessoal pelas notícias que chegaram nas últimas horas sobre o "agravamento" da situação em Israel, "devido à intervenção do Irão". Seguidamente, dirigindo-se aos responsáveis por essa situação, pediu:

"Faço um premente apelo para que cesse qualquer ação que possa alimentar uma espiral de violência, com o risco de levar o Médio Orient a um conflito bélico ainda maior."

Dois Estados, lado a lado, em segurança

Em seguida, Francisco renovou o seu apelo por uma solução de "dois Estados" para Israel e Palestina, que a Santa Sé apoiou sempre. "Ninguém deve ameaçar a existência de outros, todas as nações devem tomar o partido da paz e ajudar os israelitas e palestinos a viverem em dois Estados, lado a lado, em segurança", e completou: "Este é o desejo profundo e legítimo deles, e é um direito que lhes assiste. Dois Estados vizinhos".

Cessar fogo em Gaza

Ao voltar o seu olhar para a Faixa de Gaza, onde o Ministério da Saúde, liderado pelo Hamas, anunciou recentemente um novo número de mortos de mais de 33.700 desde 7 de outubro, o Pontífice reforçou seu apelo:

"É preciso chegar rapidamente a um cessar-fogo em Gaza, os caminhos da negociação devem ser seguidos. Uma negociação com determinação, para ajudar essa população imersa numa catástrofe humanitária."

Liberdade para os reféns israelitas

Francisco, como tem feito desde o início do conflito, renova o seu pedido de libertação "imediata" dos reféns israelitas sequestrados há seis meses nas mãos do Hamas.

Por fim, o Papa fez um apelo a todos os fiéis, pedindo-lhes que nunca deixem de suplicar a Deus: "Quanto sofrimento! Rezemos pela paz".

VN

Papa no Regina Caeli: compartilhemos a mais bela notícia, o encontro com Jesus

 

 
Durante a oração mariana deste III Domingo de Páscoa, Francisco refletiu sobre a importância de compartilhar a fé. O Pontífice enfatizou que "se fizermos isso, Jesus, assim como fez com os discípulos, surpreender-nos-á e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes".
 

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa rezou, neste domingo, 14 de abril, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, na oração mariana do Regina Caeli. Na sua alocução, o Santo Padre sublinhou que neste III Domingo de Páscoa, o Evangelho narra o episódio em que os apóstolos estão reunidos no cenáculo, quando os dois discípulos voltam de Emaús e contam o seu encontro com Jesus.

Francisco, ao refletir sobre a importância de compartilhar a fé, recordou que no episódio bíblico, enquanto os discípulos expressam a alegria da sua experiência, o Ressuscitado aparece para toda a comunidade: "Jesus chega exatamente quando eles estão a compartilhar a história do seu encontro com Ele".

Compartilhar boas notícias

"Todos os dias somos bombardeados por milhares de mensagens", enfatizou o Pontífice, "muitas são superficiais e inúteis ou, pior ainda, nascem de mexericos e malícia, são notícias que fazem mal". No entanto, também existem notícias boas, positivas e construtivas, completou o Papa, e todos nós sabemos o quanto é reconfortante ouvi-las. Entretanto, há algo sobre o qual enfrentamos dificuldade em falar: "do facto o mais bonito que temos para contar: o nosso encontro com Jesus":

"Cada um de nós poderia dizer muito a respeito: não para ensinar aos outros, mas para compartilhar os momentos únicos em que percebemos o Senhor vivo e próximo, que concendeu aos nossos corações a alegria ou enxugou as lágrimas, que transmitiu confiança e consolo, força e entusiasmo, ou perdão, ternura. Estes encontros que cada um de nós teve com Jesus, devemos compartilhá-los e transmiti-los."

Jesus presente nos nossos encontros e ambientes

Francisco ressaltou a importância de dividir com a família, na comunidade e com os amigos os momentos de encontro com o Senhor:

"É bom falar das boas inspirações que nos orientaram na vida, dos pensamentos e sentimentos bons que nos ajudam muito a seguir em frente, também dos esforços e dificuldades que enfrentamos para entender e progredir na vivência da fé, talvez até para nos arrependermos e voltarmos atrás. Se fizermos isto, Jesus, assim como fez com os discípulos de Emaús na noite de Páscoa, surpreender-nos-á e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes."

Dividir experiências de fé

Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a relembrarem um momento marcante na sua vida de fé, um encontro decisivo com Jesus, e completou a reflexão com algumas perguntas: "Quando foi que eu encontrei o Senhor? Quando foi que o Senhor se aproximou de mim? E nesse encontro, eu compartilhei-o para dar glória ao Senhor? E também, eu escuto os outros quando falam sobre o seu encontro com Jesus?"

"Que Nossa Senhora nos ajude a compartilhar a fé para tornar as nossas comunidades cada vez mais lugares de encontro com o Senhor", concluiu o Papa.
 
VN

11 abril 2024

A ORAÇÃO PESSOAL

 

 
 
Numa reunião do grupo que faz a oração nos nossos Percursos Alpha, falámos, obviamente, sobre a oração.

Abrimos os nossos corações e falámos cada um por si e de si, do modo como fazemos as nossas orações pessoais, e como nos preparamos para fazer a oração comunitária que costumamos fazer, sobretudo no fim de semana do Alpha.

E foi curioso perceber que quanto às nossas orações pessoais diárias, todos nos debatemos com o “eterno” problema da falta de tempo, das orações repetitivas e rotineiras, da “rapidez” das orações e, também, dos apoios que nos vamos servindo para as nossas orações diárias.

Colocamos muitas vezes um “peso” nas nossas orações diárias, como se de uma obrigação se tratasse, ou melhor, como se fosse uma imposição de Deus sobre nós, quando afinal se trata “apenas” de alimentar todos os dias a nossa relação com Deus.

Fazemo-lo com os nossos familiares directos, filhos, maridos, esposas, com os nossos colegas de trabalho, com amigos e com quem nos cruzamos no nosso dia a dia, porque são esses “bom dia”, esses “boa noite”, essas conversas, muitas vezes acerca de tudo e de nada, que fortalecem a nossa relação com as pessoas e nos dão a conhecer melhor cada um daqueles com quem falamos.

Então, obviamente, porque não fazê-lo com Deus?

E sim, para fortalecer a nossa relação com Ele, o nosso melhor conhecimento d’Ele, para sentirmos o Seu amor por nós e “aferirmos” o nosso amor por Ele.

Balizamos nós o tempo que devemos falar com os outros, como acima está referido?
Quanto tempo devemos falar com a nossa esposa ou marido, com os nossos filhos, com os amigos, etc.?
É isso uma preocupação nossa?
Não entendem eles as nossas ocupações diárias que nos impedem de dar mais tempo a essas conversas?

Então e Deus?
Não entenderá Ele muito melhor todas essas nossas condicionantes?

A nós cristãos na sua maioria, Deus não nos chamou a ser monges ou freiras de clausura dedicados à adoração e oração, mas sim a viver uma vida de trabalho na sociedade, a viver como uma família, etc., etc. e, por isso mesmo, sabe bem melhor do que nós, de toda a ocupação de tempo que essa vida comporta e que torna impossível, digamos assim, um tempo de oração estruturado e longo em cada dia.

Santa Teresa do Menino Jesus definia a oração como «um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao Céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou da alegria.»

Então quando em tantos momentos do dia nos “lembramos” de Deus, “vemos” a mão de Deus no que nos vai acontecendo, por vezes até meio inconscientemente, Lhe agradecemos, Lhe pedimos e até por vezes Lhe “chamamos a atenção”, estamos a fazer oração, ou seja, estamos em relação com Deus.

Obviamente que isto não invalida que possamos encontrar em cada dia um espaço/momento para fazermos uma oração mais “estruturada”, para O louvar e para Lhe pedir, e assim nos devemos comprometer com esse espaço/momento, que mesmo tornando-se talvez um pouco rotineiro, não deixa de ser a intenção do nosso coração em estarmos com Deus e a Ele nos confiarmos.

Mas não nos preocupemos com o muito ou pouco tempo desse espaço/momento, mas sim com a intenção do nosso coração em estar com Deus, e ter uma duração que saibamos ser possível para nós em cada dia, de preferência sempre à mesma hora.

E depois, ao longo dos dias, tentemos encontrar momentos para estarmos com Ele na Igreja, frente ao sacrário e, muito especialmente, na celebração da Eucaristia Dominical.

Deus não é “ciumento” e ama-nos de tal forma que “aproveita” todos os momentos que Lhe damos, mesmo repetitivos, mesmo rotineiros, mesmo até talvez pouco conscientes.

Uma oração, julgo eu, é imprescindível para toda a outra oração: Pedir continuamente o Espírito Santo, porque é Ele que ora em nós.

«É assim que também o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir, para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis.» Rm 8, 26



Marinha Grande, 11 de Março de 2024
Joaquim Mexia Alves
 

10 abril 2024

Apelos do Papa pela Ucrânia, Terra Santa, Mianmar e proximidade ao Cazaquistão

 

Palestinianos passam por prédios destruídos em Khan Yunis, depois de Israel retirar as suas forças terrestres do sul da Faixa de Gaza (AFP)

Na audiência geral desta quarta-feira (10), na Praça de São Pedro, um enésimo apelo de Francisco a favor da paz na Ucrânia, Palestina, Israel, Mianmar e em todas as partes do mundo onde se vive o flagelo da guerra. Proximidade espiritual também ao Cazaquistão, que sofre estes dias com inundações que afetaram várias regiões do país asiático
 

Raimundo de Lima – Vatican News

Nas saudações do Pontífice na audiência geral desta quarta-feira, 10 de abril, realizada na Praça de São Pedro, mais uma vez o pensamento do Santo Padre voltou-se para onde se vive o flagelo da guerra, derrota da humanidade. A guerra está em toda a parte, disse Francisco. Em suas palavras, uma menção particular à Ucrânia, Palestina, Israel e Mianmar.

Meus pensamentos vão para a atormentada Ucrânia, Palestina e Israel. Que o Senhor nos dê paz. A guerra está em toda parte! Não nos esqueçamos de Mianmar. Peçamos ao Senhor pela paz e não nos esqueçamos desses nossos irmãos e irmãs que sofrem tanto nesses locais de guerra. Oremos juntos e sempre pela paz.

Proximidade espiritual ao Cazaquistão

Na saudação aos de língua inglesa, o Papa manifestou a sua proximidade espiritual ao povo do Cazaquistão, que sofre estes dias com inundações que afetaram várias regiões do país da Ásia Central, ressaltando, neste tempo pascal, que mesmo em tempos de dificuldade, devemo-nos lembrar da alegria do Cristo ressuscitado.

Ademais, desejo transmitir ao povo do Cazaquistão a minha proximidade espiritual neste momento em que grandes inundações atingiram muitas regiões do país e causaram a evacuação de milhares de pessoas das suas casas.  Convido todos a orar por todos aqueles que estão a sofrer os efeitos desse desastre natural.  Mesmo em tempos de dificuldade, lembremo-nos da alegria do Cristo ressuscitado.

VN

08 abril 2024

ANUNCIAÇÃO DO SENHOR

 


 

 

Quedo-me espantado, maravilhado, atingido pelo amor, pela humildade de Deus, do Deus em que acredito, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

De facto, tantas vezes que nós nos consideramos importantes, superiores, e, por isso mesmo, tantas vezes colocamos de lado outros que julgamos inferiores pelas mais diversas razões, pela cor da pele, pela vida social, pela riqueza ou pobreza, pelo poder, seja ele qual for, enfim, por razões que não são razão nenhuma.

E Deus, o Todo Poderoso, quis-Se fazer igual a nós em tudo, excepto no pecado.

Quis nascer de uma mulher igual a nós e quis nascer como qualquer um de nós, até mais pobremente que a maioria de todos nós.

Claro que Maria, Mãe de Jesus, só podia ser também Ela, um exemplo perfeito de humildade, de escuta, de entrega à vontade de Deus.

Maria é toda Ela um Sim, feito vida de entrega a Deus.

Ah, se eu, se todos nós quiséssemos ser um pouco “Marias”, ou seja, se humildemente recebêssemos Jesus e O mostrássemos a todos com humildade e entrega total.

Se também nós, sem barreiras, nem medos, disséssemos sim a Deus e procurássemos apenas a Sua vontade.

Se cada um de nós fosse Cristo para o outro, independentemente da sua condição, fosse ela qual fosse.

Como podemos nós dizer que amamos e não sermos humildes?

O amor, o verdadeiro amor, nunca pode ser orgulhoso, porque se o for não é amor, mas domínio e arrogância.

Mesmo perante aqueles que erram, devemos sempre perguntar-nos se não erramos nós também tantas vezes.

E, permitam-me uma confissão: É tão “fácil” para mim pensar e escrever isto que escrevi, mas é tão difícil, para mim, colocar em prática o que penso e escrevo.

Hoje na Solenidade da Anunciação do Senhor, peço ao Espírito Santo que não só me ensine e ajude a dizer sim à Sua vontade, mas também a colocar em prática esse sim no meu dia a dia com todos sem excepção.

 

Marinha Grande, 8 de Abril de 2024

Joaquim Mexia Alves