Permite, Senhor, que hoje esteja contigo na Última Ceia. Colocar-me-ei debaixo da tua mesa, como os cachorrinhos à espera de uma migalha que caia. (cf Mt 15, 27-28)
Olhas-me nos olhos e respondes-me: Não, meu filho, levanta-te, porque se me abres a porta, Eu entro e ceio contigo e tu comigo. (cf Ap 3, 20)
Mas, Senhor, eu não sou digno que entres na minha morada! (cf Mt 8, 8)
Não temas, meu filho, porque Eu quero entrar em ti, não dando-te migalhas, mas dando-me inteiramente como alimento divino. (cf Jo 6, 56)
Que se passa, Senhor, que Te diriges a mim e me queres lavar os pés? Como posso eu consentir em tal coisa? Se Pedro não se achava digno, então eu, Senhor, pobre de mim! (cf Jo 13, 3-8)
É preciso que Eu te lave os pés para perceberes bem o que faço e o que digo. Se Eu tos lavo deves também lavar os pés aos outros. Deves entender que seguir-Me é estar pronto a servir e não a ser servido. (cf Jo 13, 13-14; Mt 20, 26-27)
Obrigado, Senhor. Permite então também que Te acompanhe nesta noite, na tua Paixão, libertando-me dos meus medos, pois quero estar a teu lado. (cf Mt 16, 24)
Permito com certeza, meu filho, mas fica a saber que tu vais negar-me e abandonar-me algumas vezes. (cf Mt 26, 31-34)
Ah, Senhor, não tenho dúvidas disso, infelizmente, pois sou fraco e pecador, mas confio na tua misericórdia e no teu perdão. (cf Jo 20, 23)
Quando me negares olhar-te-ei nos olhos, com todo o meu amor. Perceberás então a tua negação e abrir-te-ás ao arrependimento. (cf Lc 22, 61-62)
Obrigado, Senhor. Permite também que me coloque aos pés da cruz, com tua Mãe, para Te adorar em silêncio. (cf Jo 19, 26)
Sim, meu filho, e mais do que isso dar-te-ei a ti, a todos vós, minha Mãe como Mãe, e a todos vós como filhos, a minha Mãe. (cf Jo 19, 26-27)
Permite ainda, Senhor, que acompanhe José de Arimateia e as mulheres que Te seguiam até ao túmulo onde vais ser depositado e acende em mim a fé e a esperança firme na tua Ressurreição. (cf Lc 23, 50-55)
Podes fazê-lo, meu filho, e Eu espero-te no primeiro dia da semana, para que quando regressares ao túmulo nesse dia, a tua esperança se torne realidade, e acreditando na minha Ressurreição, tenhas a vida eterna. (cf Lc 24, 1-6)
Em silêncio sigo-Te, Senhor, consciente da fragilidade da minha fé, mas confiando na tua misericórdia, no teu infinito amor, esse amor com que Te dás em Alimento e Te entregas na Cruz, por mim e por todos nós.
Glória a Ti, Senhor, pelos séculos dos séculos sem fim!
.
Marinha Grande, 1 de Abril de 2021
Joaquim Mexia Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário