Silvonei José – Vatican News
Para o nosso Papa Francisco foi um ano muito intenso e é difícil resumir um ano que foi atípico também para o nosso Pontíficie. Vamos recordar então alguns momentos que creio resumam a intensidade de trabalhos e atenções do nosso Santo Padre....Começamos pelo mês de fevereiro com a publicação da Exortação Apostólica pós Sinodal Querida Amazónia: Uma Exortação em forma de sonhos: assim é "Querida Amazónia", o documento pós-sinodal do Papa Francisco referente ao Sínodo Amazónico de outubro do ano passado. Primeiro o sonho social do Pontífice; uma Igreja ao lado dos oprimidos. Francisco recorda que já Bento XVI tinha denunciado “a devastação ambiental da Amazónia”. Os povos originários, afirma, sofrem uma “sujeição” tanto por parte dos poderes locais, como dos poderes externos. Para o Papa, as operações económicas que alimentam a devastação, assassinato e corrupção merecem o nome de “injustiça e crime”. E com João Paulo II, reitera que a globalização não deve tornar-se um novo colonialismo…. Ao sonho cultural é dedicado o segundo capítulo da "Querida Amazónia". O Pontífice esclarece que “promover a Amazónia” não significa “colonizá-la culturalmente”.
Para Francisco, é urgente “cuidar das raízes”....Depois o Sonho ecológico: "Sonho com uma Amazónia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas." Enfim o Sonho eclesial: Inovação e criatividade....A Exortação traz-nos muita esperança..... Abraçar o Senhor para abraçar a esperança: esta é a mensagem do Papa Francisco aos fiéis de todo o mundo que, neste momento, se encontram mo meio da tempestade causada pela pandemia do coronavírus. No dia 27 de março, diante da Praça de São Pedro completamente vazia, mas em sintonia com milhões de pessoas através dos meios de comunicação, o trecho escolhido para a oração foi a tempestade acalmada por Jesus, extraído do Evangelho de Marcos....E foi esta passagem bíblica que inspirou a homilia do Santo Padre, que começa com o “entardecer…”. “Há semanas, disse, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Vimo-nos amedrontados e perdidos.” Estes mesmos sentimentos, porém, acrescentou o Papa, fizeram-nos entender que estamos todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”. Neste mesmo barco, seja com os discípulos, seja connosco agora, está Jesus. “A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades.” Com a tempestade, afirmou o Papa, cai o nosso “ego” sempre preocupado com a própria imagem e vem à tona a abençoada pertença comum que não podemos ignorar: a pertença como irmãos...O Senhor então dirige-nos um apelo, um apelo à fé. Chama.nos a viver este tempo de provação como um tempo de decisão: o tempo de escolher o que conta e o que passa, de separar aquilo que é necessário daquilo que não é. “O tempo de reajustar a rota da vida rumo ao Senhor e aos outros.” .... Com a interdição das celebrações eucarísticas com a presença dos fiéis nas igrejas teve início a transmissão ao vivo da Missa na Casa de Santa Marta presidida pelo Papa Francisco: exemplo de um notável esforço de comunicação global. Para dar esperança em tempo de pandemia….
Neste período de pandemia e de confinamento dos católicos nas suas casas, o tempo é da igreja doméstica. A Eucaristia é vivida em casa onde se faz comunhão espiritual....Francisco criou o Fundo de Emergência junto às Pontifícias Obras Missionárias (POM) para responder às necessidades determinadas pela emergência de Covid-19 nas Igrejas dos territórios de missão, e através deste fundo foi possível ajudar dioceses e paróquias que passam por necessidades particulares....E uma das iniciativas para o quarto Dia Mundial dos Pobres, em 15 de novembro, com a Missa celebrada pelo Papa na Basílica de São Pedro na presença de cerca de uma centena de pessoas foi a rede de solidariedade para levar alimentos, máscaras e ajuda a milhares de famílias necessitadas…. E o Papa dedicou uma série de reflexões na Audiência Geral às quartas-feiras sem a presença dos fiéis ao pós Covid, centralizando as suas reflexões sobre a esperança e que todos somos irmãos.... Num livro publicado nos meses passados Francisco disse que na sua vida teve três situações "Covid": a doença, a Alemanha e Córdoba. Quando tinha 21 anos contraiu uma doença muito grave, e ai teve a primeira experiência de limitação, dor e solidão. ….
Depois o período alemão em 1986, foi a "Covid do exílio". Foi um exílio voluntário, porque foi para estudar a língua e procurar material para concluir a minha tese, mas sentia-me como um peixe fora d'água... Depois a permanência em Cordoba…A "Covid" de Córdoba foi uma verdadeira purificação. Deu-me mais tolerância, compreensão, capacidade de perdoar., escreveu.... Depois a publicação da Enciclica Fratelli tutti....A mensagem da nova encíclica social do Papa Francisco: ninguém se salva sozinho. A proposta de uma sociedade fraterna para não ser dominada por guerra, ódio, violência, indiferença e novos muros….Estamos circundados pelas “sombras de um mundo fechado”, mas há quem não se rende ao avanço da escuridão e continua a sonhar, a ter esperança, a sujar as mãos, comprometendo-se a criar fraternidade e amizade social. Com a nova encíclica social “Fratelli tutti”, o Sucessor de Pedro mostra o caminho concreto para reconhecer-se como irmãos e irmãs. A nova encíclica apresenta-se como uma soma do magistério social de Francisco, e reúne de forma sistemática as ideias oferecidas por pronunciamentos, discursos e intervenções dos primeiros sete anos de pontificado....
No final de novembro o Colégio Cardinalício ganhou 13 novos membros, oriundos de quatro continentes e de oito países..-e o anúncio: Papa retoma viagens: anunciada visita ao Iraque em março de 2021... O Papa conclui o ano com a convocação do "Ano de São José", nascido do seu coração paternal, que deseja chegar ao coração de todos os católicos, convidando cada um a conhecer melhor o pai adotivo do Senhor e a sua importância no plano salvífico de Deus. E o último ato: o desafio lançado pelo Papa Francisco, o Ano “Família Amoris laetitia”. Um ano para repensar e valorizar a família e dar um novo impulso à aplicação da Exortação Apostólica Amoris laetitia. O Ano “Família Amoris laetitia” começa justamente no aniversário de 5 anos da Exortação Apostólica do Papa Francisco, ou seja, em 19 de março de 2021.
VN
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