30 novembro 2020

O tempo da misericórdia é hoje e sempre

 

  

Há cinco anos, o Papa Francisco inaugurava o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, abrindo a Porta Santa em Bangui e nas Basílicas papais: "Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia."

 

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Misericórdia é uma das palavras-chave do pontificado de Francisco.

 

Exatamente há cinco anos atrás, a Igreja foi convocada para viver um Jubileu Extraordinário, que já iniciou “extraordinário” pela maneira como foi inaugurado.

Bangui, a capital espiritual do mundo

O Papa Francisco escolheu a Catedral de Bangui, na República Centro-Africana, para a abertura da Porta Santa - ato solene que depois foi repetido nas Basílicas papais. Era o dia 29 de novembro de 2015:

“Hoje, Bangui torna-se a capital espiritual do mundo. O Ano Santo da Misericórdia chega adiantado a esta terra; uma terra que sofre, há diversos anos, a guerra e o ódio, a incompreensão, a falta de paz. Mas, simbolizados nesta terra sofredora, encontram-se também todos os países que estão a passar através da cruz da guerra. Bangui torna-se a capital espiritual da súplica pela misericórdia do Pai. Todos nós pedimos paz, misericórdia, reconciliação, perdão, amor… para Bangui, para toda a República Centro-Africana, para o mundo inteiro. Para os países que sofrem a guerra, peçamos a paz; todos juntos, peçamos amor e paz.”

Antepor a misericórdia ao julgamento

No dia 8 de dezembro, na Basílica de São Pedro e na presença do Papa emérito, o Pontífice afirmou:

“Este Ano Extraordinário é dom de graça. Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, é Ele que vem ao nosso encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia. Que grande injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma, em primeiro lugar, que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor, diversamente, que são perdoados pela sua misericórdia (cf. Santo Agostinho, De praedestinatione sanctorum 12, 24)! E assim é verdadeiramente. Devemos antepor a misericórdia ao julgamento.”

Que o Senhor abra a porta do nosso coração

Extraordinária foi também a abertura da Porta Santa na sede da Cáritas de Roma, no dia 18 de dezembro.

“Hoje abrimos esta Porta e pedimos duas coisas. Primeiro, que o Senhor abra a porta do nosso coração, a todos. Todos temos necessidade disto, somos todos pecadores, temos necessidade de ouvir a Palavra do Senhor e que a Palavra do Senhor venha. Segundo, que o Senhor faça entender que o caminho da presunção, das riquezas, da vaidade, do orgulho, não são caminhos de salvação. Que o Senhor nos faça compreender que a sua carícia de Pai, a sua misericórdia, o seu perdão, existem quando nos aproximamos de quantos sofrem, dos descartados na sociedade: ali está Jesus.”

A intenção de Francisco é que o Jubileu fosse não só geograficamente descentralizado, ou seja, sem necessariamente peregrinar a Roma, mas fosse vivido em cada diocese, em cada paróquia do mundo, mas – sobretudo - como peregrinação espiritual dentro da vivência católica.

“Este é o tempo da misericórdia”, afirmou o Papa, tempo que, para Francisco, é hoje e sempre.

VN

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