03 janeiro 2021

O Papa no Angelus: acolher Jesus em família, que nos ama nas nossas fragilidades

 
 NOTA: Se está a utilizar o seu TELEMÓVEL, o acesso ao VIDEO contido nesta página, apenas será possível se seguir as instruções indicadas AQUI 
 
Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, neste domingo (dia 3), Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia, em que São João revela “algo sobre Jesus antes que viesse entre nós”: o princípio da Palavra que “se fez carne e habitou entre nós”, se unindo para sempre à humanidade. Sem medo, disse o Papa, vamos acolher Jesus na nossa casa, na nossa família, nas nossas fragilidades e ali mesmo, onde a gente mais se envergonha, já “que bate à porta do coração para habitar connosco”.

Andressa Collet - Vatican News


O Papa Francisco rezou o Angelus neste domingo (3) novamente da biblioteca do Palácio Apostólico, como medida restritiva, devido à pandemia. Sobre os três Reis Magos que, do Oriente, vieram adorar o Menino Jesus em Belém. Já o Pontífice, na alocução que precedeu a oração mariana no Vaticano, refletiu sobre o Evangelho de João (1,1-18) que não traz “um episódio da vida de Jesus, mas fala-nos d’Ele antes de nascer”, revelando “algo sobre Jesus antes que viesse entre nós”.

Desde o princípio, a Palavra

O Pontífice enaltece, através da liturgia do dia, que Jesus existia antes do aparecimento da vida, “antes do início das coisas, antes do universo, antes de tudo. Ele existe antes do espaço e do tempo”. São João chama-o de "Palavra", recorda o Papa, que tem a força da “comunicação”, que significa falar sobre algo com alguém:

“O facto de Jesus ser desde o princípio a Palavra, significa que desde o início Deus quer comunicar connosco, quer falar connosco.”

Uma comunicação que reflete “a beleza de ser filho de Deus”, de sermos amados. O Papa, então, recorda.nos que “esta é a maravilhosa mensagem de hoje: Jesus é a Palavra, a Palavra eterna de Deus, que sempre pensou em nós e quer comunicar connosco”.

Das palavras fez-se carne

Para fazer isto, afirma Francisco, “Ele foi além das palavras”, como o próprio Evangelho nos diz que a Palavra "fez-se carne e habitou entre nós" (v. 14):

“Fez-se carne: por que usa São João esta expressão, ‘carne’? Não poderia dizer, de maneira mais elegante, que fez-se homem? Não, usa a palavra carne porque ela indica a nossa condição humana em toda a sua vulnerabilidade, em toda a sua fragilidade. Ele diz-nos que Deus fez-se fragilidade para tocar de perto as nossas fragilidades. Portanto, desde que o Senhor se fez carne, nada na nossa vida é estranho para Ele. Não há nada que Ele desdenhe; tudo podemos partilhar com Ele, tudo. Querido irmão, querida irmã, Deus fez-se carne para nos dizer, para dizer que te ama ali mesmo, que nos ama ali mesmo, nas nossas fragilidades, nas tuas fragilidades; ali mesmo, onde a gente mais se envergonha, onde tu mais se envergonhas.”

O Papa afirma que esta é uma decisão “audaz de Deus”, de fazer-se carne justamente onde nós mais nos envergonhamos. Francisco recorda, assim, que ao fazer-se carne, Deus “não voltou atrás”:

“Não pegou a nossa humanidade como uma roupa, que se veste e se tira. Não, nunca mais se desprendeu da nossa carne […]. E nunca mais vai se separar: agora e para sempre Ele está no céu com o seu corpo de carne humana. Ele uniu-se para sempre à nossa humanidade; poderíamos dizer que se ‘casou’ com ela. [..] O Evangelho diz, na verdade, que veio habitar entre nós. Ele não nos veio fazer uma visita e depois partiu, veio para habitar connosco, para estar connosco.”

Acolher Jesus na nossa fragilidade

Francisco finaliza a oração mariana do Angelus, pedindo justamente à Santa Mãe de Deus, “em quem a Palavra se fez carne”, que nos ajude a acolher Jesus, “que bate à porta do coração para habitar connosco”. O que Deus deseja realmente de nós, acrescenta o Papa, é uma grande intimidade:

“Ele quer que partilhemos com Ele alegrias e dores, desejos e medos, esperanças e tristezas, pessoas e situações. Façamos isto, com confiança: abramos o coração a Ele, vamos contar-Lhe tudo. Façamos uma pausa em silêncio diante do presépio para saborear a ternura de Deus feito próximo, feito carne. E, sem medo, convidemos-Lhe para a nossa casa, para a nossa família e também – cada um conhece bem – vamos convidá-Lo nas as nossas fragilidades. Vamos convidá-Lo para que veja ás nossas feridas. Ele virá e a vida irá mudar.”

VN

Sem comentários:

Enviar um comentário