28 janeiro 2021

JMJ é oportunidade para abertura e “acolhimento incondicional” da Igreja aos jovens

 
 

Em entrevista à Agência Ecclesia, D. Joaquim Mendes faz balanço “positivo” de dois anos de preparação.

D. Joaquim Mendes, coordenador para a pastoral da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, afirmou que a realização deste encontro é uma oportunidade para a Igreja se abrir e “acolher incondicionalmente” os jovens. “O Sínodo («Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», realizado em 2018) disse-nos que é necessário proporcionar aos jovens uma experiência familiar de Igreja e essa experiência passa pelo coração. Não se pode educar e evangelizar sem chegar ao coração e para isso é preciso amar, escutar, acolher incondicionalmente e dar aos jovens uma experiência de verdadeiro espírito de família”, disse à Agência Ecclesia, numa entrevista emitida ontem na RTP2.

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O responsável católico indicou a oportunidade que, a partir da preparação da JMJ Lisboa 2023, os jovens estão a ter na mobilização e nas propostas de atividades, mas pede que as comunidades se convertam a novas dinâmicas. “É uma oportunidade para o encontro dos jovens entre si, para a criação de grupos, para iniciativas de missão, para a relação com as comunidades e para a descoberta da Igreja, mas isto exige uma conversão pastoral de muitas comunidades, abertura e acolhimento, dar espaços de participação e de corresponsabilidade na comunidade, de confiar e alegrar-se com a presença dos jovens”, sublinhou.

O anúncio da realização das Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa aconteceu no Panamá, há dois anos; estavam inicialmente marcadas para o verão de 2022 e foram adiadas um ano, por causa da pandemia. D. Joaquim Mendes afirma que a crise pandémica tem marcado a preparação, mas não a tem parado, sem deixar de registar um impacto no calendário inicialmente determinado para a peregrinação dos símbolos entre os países lusófonos, a cruz e o ícone de Nossa Senhora que uma delegação portuguesa trouxe do Vaticano. “Em fevereiro de 2020 foi acordado um calendário de peregrinação com os países lusófonos, que foi suspenso por causa da pandemia. Os símbolos foram entregues a Lisboa em novembro de 2020. Estamos em diálogo para que os símbolos possam circular, mas depende da pandemia o permitir”, registou.

O Bispo Auxiliar de Lisboa indicou que ficará a cargo de cada diocese, em diálogo com a organização da JMJ e com a Direção Geral de Saúde, formular propostas para celebrações locais com os símbolos da JMJ. “Temos propostas de celebrações e algumas orientações, cuidados a ter, por exemplo, mas em concreto, será o contexto a determinar o que se poderá fazer em torno dos símbolos”, reconheceu. 

O responsável notou ainda o entusiasmo crescente dos jovens em torno dos símbolos, “uma ligação afetiva e atrativa, não mensurável no coração de cada um”. “Cada diocese nomeou o comité organizador e um interlocutor com quem temos feito caminho e criado comunidade. Há dioceses que promovem iniciativas de evangelização, oração e missão, quer em vigararias como em paróquias, procurando chegar aos jovens mais afastados da realidade eclesial e envolvendo-os em atividades de missão”, regista o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família.

O coordenador para a pastoral da JMJ Lisboa 2023 indicou que a equipa de organização está a ser acompanhada “espiritualmente” e destacou a importância de em todo o processo se fazer “comunhão, comunidade, partilha”. D. Joaquim Mendes lembrou que a Igreja Católica formulou propostas de preparação dirigidas, no caso do projeto «Say yes», “aos jovens destinatários da JMJ Lisboa 2023”, para que possam conhecer a história das Jornadas.“Quisemos repescar todas as mensagens do Papas sobre as JMJ e percorrer todas a edições até Lisboa, dando a conhecer os temas: a partir daí, propõe-se um percurso adaptado às idades e aos problemas entre os jovens, com o objetivo de desencadear projetos de missão e serviço à comunidade”, destacou.

Outro projeto, o «Rise up», destina-se a jovens a partir dos 16 anos e apresenta uma “forte carga bíblica”, com o objetivo de “fazer um percurso interior” e proporcionar, depois, “um caminho de missão”.

Questionado sobre a preparação dos jovens reclusos, D. Joaquim Mendes, que acompanha a Pastoral penitenciária em Portugal, destacou a preparação que está a ser feita, destinada aos 2420 jovens detidos, entre os 16 aos 29 anos, mas também a jovens com deficiência. “Estamos em diálogo com os que os acompanham para que se envolvam nas Jornadas e temos pensados em iniciativas para que possam participar materialmente. São ideias em gestação”.

O Bispo Auxiliar de Lisboa manifestou-se otimista quanto à participação na JMJ no verão de 2023, acreditando que “será tão ou mais participada” do que as edições anteriores. “Espero que encontremos rumo para vencer a pandemia. Isto afeta todos mas estou convencido que se houver condições de participação, esta será tanta ou maior. Este tempo de pandemia deu consciência de fragilidade e debilidade e levou à necessidade do transcendente e da busca de Deus”, finalizou.

Ecclesia

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