07 fevereiro 2021

O Papa no Angelus: cuidar dos que sofrem é parte da missão da Igreja

 
 O Papa Francisco no Angelus (Vatican News) 
 
Evidenciando a nossa condição humana, tão elevada em dignidade e, ao mesmo tempo, tão frágil, o Papa frisou no Angelus que Jesus responde a esta condição não com uma explicação, mas com uma presença amorosa que se curva, toma pela mão e levanta. Como já manifestado noutras ocasiões, Francisco lembrou que a única vez em que é lícito olhar as pessoas de cima para baixo é quando nos curvamos para ajudá-las a levantarem-se

Raimundo de Lima - Vatican News

“Para a Igreja, cuidar dos doentes de todo o tipo não é uma ‘atividade opcional’, algo acessório; não, é parte integrante da sua missão, como era da missão de Jesus: levar a ternura de Deus à humanidade sofredora.”

Foi o que disse o Papa no Angelus ao meio-dia deste V Domingo do Tempo Comum, em que voltou a conduzir a oração mariana da janela do Palácio Apostólico, recitando-a com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Comentando o Evangelho do dia (cf. Mc 1,29-39) que apresenta a cura da sogra de Pedro, por Jesus, seguida de muitos outros doentes e sofredores que vão até Ele, Francisco observou que a cura da sogra de Pedro é a primeira de natureza física narrada por Marcos.

A mulher estava na cama com febre; a atitude e o gesto de Jesus para com ela são emblemáticos: "Aproximando-se, Ele tomou-a pela mão e fê-la levantar-se", observa o Evangelista. Há tanta doçura neste ato simples, que parece quase natural: "A febre deixou-a e ela pôs-se a servi-los", continuou o Papa. O poder de cura de Jesus não encontra nenhuma resistência; e a pessoa curada retoma a sua vida normal, pensando imediatamente nos outros e não em si mesma - e isto é significativo, é um sinal de verdadeira "saúde"!

Aquele dia era um sábado. O povo da aldeia espera pelo pôr-do-sol e depois, acabada a obrigação do repouso, sai e traz a Jesus todos os doentes e os possuídos. E Ele cura-os, mas proíbe os demónios de revelar que Ele é o Cristo.

Desde o início, observou o Santo Padre, Jesus mostra a sua predileção pelas pessoas que sofrem no corpo e no espírito: é a predileção do Pai, que Ele encarna e manifesta com obras e palavras. Os seus discípulos foram testemunhas oculares disto.

Mas Jesus não queria que eles fossem meros espetadores da sua missão: envolveu-os, enviou-os, deu-lhes também o poder de curar os doentes e expulsar os demónios. E isto tem continuado sem interrupção na vida da Igreja até hoje, ressaltou.

O Pontífice acrescentou que para a Igreja, cuidar dos doentes de todo tipo não é uma "atividade opcional", algo acessório; não, é parte integrante da sua missão, como era da missão de Jesus: levar a ternura de Deus à humanidade sofredora.  Francisco frisou que seremos lembrados disto dentro de poucos dias, em 11 de fevereiro, Dia Mundial do Enfermo.

A realidade que estamos a viver em todo o mundo devido à pandemia torna esta mensagem particularmente atual, disse o Papa. A voz de Jó, que ressoa na Liturgia de hoje, torna-se mais uma vez intérprete da nossa condição humana, tão elevada em dignidade e, ao mesmo tempo, tão frágil. Diante desta realidade, a pergunta "por quê?" surge sempre nos nossos corações.

A esta pergunta Jesus, o Verbo Encarnado, responde não com uma explicação, mas com uma presença amorosa que se curva, toma pela mão e levanta, como fez com a sogra de Pedro.

Como já manifestado noutras ocasiões, o Papa lembrou que a única vez em que é lícito olhar as pessoas de cima para baixo é quando nos curvamos para ajudá-las a levantarem-se.

Francisco concluiu a alocução que precedeu a oração mariana pedindo “que a Santíssima Virgem nos ajude a permitir que sejamos curados por Jesus - precisamos sempre disto, todos - para que, pela nossa vez, possamos ser testemunhas da ternura regeneradora de Deus”.

VN

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