07 fevereiro 2021

Domingo V do Tempo Comum - “Este é o lugar da esperança e do futuro: uma valorização total do ser humano”

 
 

O Cardeal-Patriarca assinalou, hoje, o Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa.

No dia dedicado à Universidade Católica Portuguesa (UCP), o Cardeal-Patriarca de Lisboa e Magno Chanceler da instituição lembrou toda a comunidade educativa e sublinhou os “valores” que a conduzem ao longo de mais de 50 anos. Na paróquia do Parque das Nações, D. Manuel Clemente pediu maior atenção à criação de cuidados paliativos, que deem resposta “ao sofrimento de tantos irmãos e irmãs que possam desistir de viver”.
Na homilia deste Domingo, o Cardeal-Patriarca de Lisboa começou por apresentar a súplica de Job, escutada na primeira leitura, para apontar a “uma esperança que, apesar de tudo, não morre” e que se deve reforçar no atual contexto de pandemia. “É ela que nos sustenta na vida e deve ser sustentada por todos, e também por nós, em relação àqueles que quase a percam, dadas as dificuldades que os atacam. Este grito de Job, pode dar voz a tantas angústias que esta pandemia redobrou”, sublinhou D. Manuel Clemente na celebração que foi transmitida, em direto, pela TVI. 
Na Igreja do Parque das Nações, o Cardeal-Patriarca de Lisboa também deixou o desafio à Evangelização, que se pode traduzir por “dizer a cada um que não está só, que a morte está vencida por Aquele em que Deus nos encontrou, para nós nos encontrarmos todos na mesma esperança ativa e na mesma caridade concreta”. Este desafio está hoje, segundo o Cardeal-Patriarca, concretizado através de muitos que, “em todos os serviços de saúde, se aproximam dos doentes – os da pandemia e não só –, com uma coragem e persistência exemplares”. “Todos nós estamos com eles, nessa primeira frente sanitária, para que a pandemia seja vencida”, assegurou.

Sem adjetivos
Perante estas “atuais circunstâncias”, provocadas pela pandemia, o Cardeal-Patriarca de Lisboa voltou a referir-se à recente lei da eutanásia que é contrária à “atitude total de acompanhar os outros na vida – e sempre na vida”. Esta lei “vai frontalmente contra aquilo que diz, no seu artigo 24, a Constituição da República Portuguesa. Taxativamente, afirma que ‘a vida humana é inviolável’, sem precisar de mais adjetivos nem circunstâncias. É assim, absolutamente assim”, considerou D. Manuel Clemente, evocando também a opinião de vários constitucionalistas. Perante “este problema”, o Cardeal-Patriarca pediu a atenção de todos – públicos e privados – para a criação de cuidados paliativos que “verdadeiramente envolvam, protejam, acompanhem e deem uma satisfação, realmente possível, à dor e ao sofrimento de tantos irmãos e irmãs nossas que possam desistir de viver”. “Não desistamos nós de conviver com eles”, apelou.


Universidade com valores
Na celebração que também assinalou o Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa, o Magno Chanceler da instituição destacou o lema escolhido – ‘O Valor de uma Universidade com Valores’ – para sublinhar a transmissão de valores com que a instituição tem marcado os milhares de diplomados ao longo de mais meio século de existência. “A UCP tem desenvolvido, ao longo destes anos, uma série de saberes e aplicações – como agora no campo da medicina – para que a resposta seja total e a valorização seja completa, no corpo e no espírito, e para que, a partir daí, também pelo ensino e pela aplicação profissional, o Evangelho continue a acontecer, através da boa notícia de que este mundo pode ser como Deus não desiste que seja. Nós, do lado de Deus, iluminados pelas atitudes de Jesus Cristo, não desistiremos nunca”, assegurou D. Manuel Clemente. “Este é o lugar da esperança, este é o lugar do futuro: uma valorização total do ser humano”, reforçou. 
Nesta celebração, a reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil, lembrou que “em contexto de pandemia, o valor de uma educação fundada nos valores do humanismo cristão ultrapassa largamente o utilitarismo instrumental”. “A pandemia afetou tudo e, como salientou o Papa Francisco, demonstrou que o que está em causa ‘é uma crise na forma como nos relacionamos com a realidade e uns com os outros’. O que está em causa é, portanto, uma crise de perceção do mundo e da humanidade, que exige um impulso transformador. E uma educação superior transformadora, como é missão da Universidade Católica Portuguesa, deverá ser radical na forma como faz dos jovens do presente o garante de um futuro melhor”, garantiu a reitora através de uma mensagem lida no final da celebração.

Patriarcado de Lisboa

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