25 maio 2021

Papa em apelo ao meio ambiente: Deus deu um jardim, não deixemos um deserto aos filhos

 
 
Em mensagem em vídeo de lançamento da Plataforma de Ação Laudato si’, Francisco renova o apelo à humanidade para agir em prol de uma ecologia integral a favor da natureza e do homem na sua totalidade porque “o egoísmo, a indiferença e os estilos irresponsáveis estão a ameaçar o futuro dos jovens”. Existe esperança, insiste o Papa, para “preparar um amanhã melhor para todos. Das mãos de Deus recebemos um jardim; aos nossos filhos não podemos deixar um deserto”
 

Andressa Collet - Vatican News

Durante o encerramento do Ano Especial do quinto aniversário da encíclica Laudato si’ do Papa Francisco, uma Plataforma de Ação que vai guiar as iniciativas por uma ecologia integral foi apresentada nesta terça-feira (25) em conferência de imprensa no Vaticano com o lançamento oficial feito pelo próprio Pontífice. Através de uma mensagem em vídeo, o agradecimento especial do Papa ao Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral que organizou o Ano Laudato si’ e a todos os que aderiram à proposta por “uma missão de reconstruir a nossa casa comum”.

A Plataforma de Ação Laudato si’

Assim, Francisco anunciou que o projeto vai estender-se pelos próximos 7 anos com a Plataforma de Ação (Laudato si’ Action Platform) que pretende envolver 7 diferentes realidades para que as comunidades se tornem “totalmente sustentáveis, no espírito da ecologia integral”: famílias; paróquias e dioceses; escolas e universidades; hospitais; empresas comerciais e agrícolas; organizações, grupos e movimentos; e institutos religiosos.

Uma jornada que será guiada pelos 7 objetivos da Laudato si' para responder ao grito da Terra e ao grito dos pobres, por uma economia ecológica, através da adoção de um estilo de vida simples, por uma educação e espiritualidade ecológicas, além do engajamento comunitário. “Trabalhar juntos”, destaca o Papa no vídeo, para “criar o futuro que desejamos: um mundo mais inclusivo, fraterno, pacífico e sustentável”.

“Há esperança. Todos podemos colaborar, cada um com a própria cultura e experiência, cada um com as próprias iniciativas e capacidades, para que a nossa mãe Terra retorne à sua beleza original e a criação volte a brilhar novamente segundo o plano de Deus.”

O cuidado com a casa comum

O Papa, então, renova o convite para que todos cuidem da “nossa casa comum”, sobretudo com as consequências impostas pela pandemia de Covid-19 que amplificou o grito da natureza e o dos pobres, enaltecendo que “tudo está interligado e é interdependente e que a nossa saúde não está separada da saúde do meio ambiente em que vivemos”:

“Há muito tempo, esta casa que nos hospeda sofre com feridas que causamos por causa de uma atitude predatória, que nos faz sentir como soberanos do planeta e dos seus recursos e nos autoriza a um uso irresponsável dos bens que Deus nos deu. Hoje, essas feridas manifestam-se dramaticamente numa crise ecológica sem precedentes, que afeta o solo, o ar, a água e, em geral, o ecossistema em que os seres humanos vivem.”

O apelo renovado do Papa

“Precisamos, portanto, de uma nova abordagem ecológica”, insiste Francisco na mensagem em vídeo, que seja direcionada à ecologia humana integral para envolver tanto questões ambientais como o homem na sua totalidade. Esta é a nossa grande responsabilidade diante das futuras gerações, conclui o Papa com um forte apelo e reflexão:

“Que mundo queremos deixar às nossas crianças e aos nossos jovens? O nosso egoísmo, a nossa indiferença e os nossos estilos irresponsáveis estão a ameaçar o futuro dos nossos jovens! Assim, renovo o meu apelo: cuidemos da nossa mãe Terra, superemos a tentação do egoísmo que nos faz predadores de recursos, cultivemos o respeito pelos dons da Terra e da criação, inauguremos um estilo de vida e uma sociedade finalmente ecossustentável: temos a oportunidade de preparar um amanhã melhor para todos. Das mãos de Deus recebemos um jardim; aos nossos filhos não podemos deixar um deserto.”

VN

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