09 maio 2021

Papa: colocar-mo-nos à disposição dos outros, amando não com palavras, mas com factos

 
Papa Francisco - Regina Coeli  (ANSA) 

 
No Regina Coeli deste domingo Francisco reafirmou que “amar como o Senhor nos ama significa apreciar a pessoa que está ao nosso lado e respeitar asua liberdade, amá-la como ela é, não como queremos que fosse”.

 

Silvonei José – Vatican News

“Amar como Cristo significa dizer não a outros "amores" que o mundo nos propõe: amor pelo dinheiro – quem ama o dinheiro não ama como ama Jesus - amor pelo sucesso, pela vaidade, pelo poder”: foi o que disse o Papa Francisco da janela do Palácio Apostólico do Vaticano antes de recitar neste domingo, Dia das Mães, a oração do Regina Coeli com os fiéis e peregrinos reunidos da Praça de São Pedro.

Estes caminhos enganosos do “amor” – continuou o Papa - afastam-nos do amor do Senhor e levam-nos a tornar-mo-nos cada vez mais egoístas, narcisistas e prepotentes.

“E a prepotência leva a uma degeneração do amor, a abusar dos outros, a fazer a pessoa amada sofrer. Penso no amor doentio que se transforma em violência - e em quantas mulheres são vítimas disso hoje em dia das violências. Isto não é amor”.

Amar como o Senhor nos ama – destacou Francisco - significa apreciar a pessoa que está ao nosso lado e respeitar a sua liberdade, amá-la como ela é, não como queremos que fosse; como é, gratuitamente.

“Em última análise, Jesus pede-nos para permanecermos no seu amor, para habitar no seu amor, não nas nossas ideias, não no culto de nós mesmos; quem habita no culto de si mesmo, habita no espelho...Sempre a olhar-se. Pede-nos para sair da pretensão de controlar e administrar os outros. Não controlar, mas servir. Mas abrir o coração aos outros, isto é amor, doar-mo-nos aos outros”

 

 Palácio Apostólico 

 

No Evangelho deste domingo recordou Francisco, Jesus, depois de se comparar com a videira e a nós com os ramos, explica que o fruto que produzem aqueles que permanecem unidos é o amor. Ele retoma o verbo-chave: permanecer. Ele convida-nos a permanecer no seu amor para que a sua alegria esteja em nós e a nossa alegria seja plena. Permanecer no amor de Jesus.

Perguntamos a nós mesmos, continuou o Pontífice: qual é esse amor no qual Jesus nos aconselha a ficar para ter,os a sua alegria? Qual é esse amor? É o amor que tem a sua origem no Pai, porque "Deus é amor". E este amor de Deus, do Pai, como um rio escorre no Filho Jesus e através d’Ele chega até nós, as suas criaturas. O amor que Jesus nos dá é o mesmo amor com o qual o Pai O ama: amor puro, incondicional, amor gratuito.

“Não se pode comprar, é gratuito. Doando-o a nós, Jesus trata-nos como amigos, - com este amor - fazendo-nos conhecer o Pai e envolve-nos na sua própria missão para a vida do mundo”.

Para onde conduz este permanecer no amor do Senhor? Para onde nos conduz? Jesus disse-nos: "Para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena". E a alegria que o Senhor possui, porque é em total comunhão com o Pai, quer que ela esteja em nós, pois estamos unidos a Ele”, frisou Francisco.

A alegria de saber que somos amados por Deus – disse o Santo Padre -, apesar das nossas infidelidades faz-nos enfrentar as provações da vida com fé, faz-nos atravessar as crises para sairmos melhores.

É no viver esta alegria que consiste em sermos verdadeiras testemunhas, porque a alegria é o sinal distintivo do verdadeiro cristão. “O verdadeiro cristão não é triste, tem sempre a alegria dentro, também nos momentos difíceis”.

Francisco finalizou pedindo à Virgem Maria que “nos ajude a permanecer no amor de Jesus e a crescer no amor para com todos, testemunhando a alegria do Senhor Ressuscitado”.

 

VN

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