31 julho 2024

PADRE JOSÉ DA LAPA – UM HOMEM SIMPLES

 


 

 

Foi sempre assim, simples e humilde, deixando tudo entregue ao Espírito Santo.

Descobrimos cá em casa, numas arrumações, talvez o primeiro livro que o Padre José da Lapa me ofereceu, para me introduzir na “descoberta” do Espírito Santo.

A dedicatória, simples e concisa, diz apenas: “Toma e lê”.

Podia ter dissertado sobre o livro, podia ter escrito uma frase de exortação, podia ter escrito um conselho a propósito, mas não, entregou o livro e deixou ao Espírito Santo o “trabalho” de me fazer perceber o conteúdo do livro e assim ir mudando o meu coração e a minha vida.

Já quando me reaproximei de Deus e da Igreja, escrevi ao Padre José da Lapa, (ao fim de muitos anos sem o ver, e de algum modo criticar, até porque Deus naquele tempo anterior não me “interessava”), e na sua carta resposta, sem quaisquer conselhos, escrevendo apenas que estava feliz pelo meu contacto, convidava-me para uma Assembleia da Pneumavita em Fátima, (do Renovamento Carismático Católico), com quase as mesmas simples palavras: “Vem e vê”.

Nunca o vi querer tomar lugares de destaque, fosse aonde fosse, nem querer usar da palavra, a menos que tivesse mesmo que o fazer.

Lembro-me sempre da frase, que muitas vezes repito para mim próprio, (orgulhoso como sou), de como se definia com toda a simplicidade: “Sou apena o burrinho de Jesus”.

Não lhe conheci carismas extraordinários de cura, profecia, ou outros da mesma “importância”, mas tinha, quanto a mim, o enorme carisma dos santos, que é a humildade e o servir os outros, numa obediência total ao Espírito Santo, que o fazia “engolir”, algumas vezes, ingratidões sem sentido.

Poucas vezes, infelizmente, me confessei com ele, mas lembro-me sempre do seu acolhimento e escuta atenta e, sobretudo, de começarmos sempre, a seu pedido, louvando a Deus de forma espontânea, terminando sempre do mesmo modo.

Gostava quando, com firmeza e alguma dureza amiga, me chamava a atenção para os meus exageros de “principiante” na fé, para o meu activismo incessante, para que eu percebesse que só com o Espírito Santo é que o que fazemos pode dar fruto.

Hoje tenho-o sempre nas minhas orações, não para pedir por ele, que acredito não precisa por estar bem junto de Deus, mas para pedir que lá, junto de Deus, interceda por quem lhe peço e me continue a guiar no caminho que em boa hora, ou seja, na hora do Espírito Santo me deu a conhecer e viver.

Obrigado, meu Deus, pelo dom da vida do Padre José da Lapa.

 

Marinha Grande 30 de Julho de 2024

Joaquim Mexia Alves

 

28 julho 2024

À OFENSA RESPONDE O AMOR

 


Vejo na imprensa aquelas imagens da incrível e abjecta “paródia” à Última Ceia, e a minha primeira reação é de quase violência, é a de querer fazer valer a minha fé cristã, nem que seja à força, e dizer àquela gente de forma brutal, de forma que lhe doa, que não têm o direito de ofender a fé cristã.

E, realmente, não têm esse direito, porque no tal mundo livre em que dizem vivermos, o respeito pelos outros deve ser o garante da liberdade de cada um.

Sobretudo a hipocrisia de achincalharem a única religião que eles sabem que tem na sua génese e fundamento, os ensinamentos de Jesus Cristo, ali ofendido, que nos exorta a responder com amor aos insultos e violências contra Ele e a Igreja praticados.

Foi assim, nesse amor infinito e eterno, que Cristo deu a vida por nós que vivemos a fé cristã, mas também por aqueles que a não vivem e até a insultam e repudiam.

Responder ao ódio com o amor, é a melhor resposta para aqueles que quiseram ofender a nossa fé cristã, e é, sem dúvida, a única e melhor resposta que os deve incomodar e surpreender.

Estariam à espera de que nos revoltássemos, que partíssemos para uma qualquer guerra “santa” e, no entanto, de nós apenas deverão ter a resposta de Cristo: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Lc 23, 34

Claro que isso não impede que denunciemos com toda a força da nossa voz, os actos de ofensa à fé cristã que vivemos nas nossas vidas em Igreja.

Mas, perante o ódio, apenas o amor de uma oração por eles:

Pai, a Ti nada é impossível, por isso em nome de Jesus Cristo, Teu Filho, Nosso Senhor, toca com o Espírito Santo os corações daqueles que Vos ofendem, para que, recebendo o Vosso perdão, percebam que só em Cristo, podem encontrar o Caminho a Verdade e a Vida que Ele verdadeiramente é.

Mergulhados no amor e na paz de Deus, vivamos por Cristo, com Cristo e em Cristo, porque «De acordo com o que está escrito: Por causa de ti, estamos expostos à morte o dia inteiro, fomos tratados como ovelhas destinadas ao matadouro. Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças àquele que nos amou.

Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso.» Rm 8, 36-39

 

Marinha Grande, 28 de Julho de 2024

Joaquim Mexia Alves

 

NOTA: Recuso-me a colocar aqui as imagens ofensivas da Última Ceia.

25 julho 2024

«SAIU O SEMEADOR A SEMEAR» Lc 8, 5

 

 

 

 «Saiu o semeador a semear»

não pelos campos agrícolas

mas pelas estradas do mundo

andando a evangelizar.

 

E foi deixando sementes

nos corações que encontrou

uns mais abertos

outros mais fechados

mas em todos semeou.

 

Nos corações de pedra

a semente mal brotou

ficou logo asfixiada

na dureza que encontrou

 

Nos corações entreabertos

cheios de amargos espinhos

ainda conseguiu crescer um pouco

mas não deu fruto

nem muitos

nem poucochinhos

porque a aspereza a sufocou.

 

Nos corações abertos

desejosos de viver

encontrou a terra boa

onde pode germinar

e em cada dia crescer

dando fruto

e mais fruto

para a todos alimentar

do Deus

eterno e absoluto

que a todos quer salvar.

 

 

Marinha Grande, 25 de Julho de 2024

Joaquim Mexia Alves