«É no silêncio que encontramos Deus, e é no silêncio que descobrimos quem realmente somos.» Bento XVI
Cala-te e recolhe-te!
Por um momento, o mais longo que te for possível, não peças nada, não supliques, não te lamentes, não te preocupes, não te desanimes.
Por um momento cala, não só a tua voz exterior, mas também a tua voz interior.
Por um momento, (pelo menos tenta), deixa de imaginar situações que vives, deixa de pensar na tua vida e até na vida dos outros por quem intercedes, faz silêncio na tua mente.
Por um momento, não te preocupes se estás de pé, sentado, deitado ou a andar, mas apenas se estás, totalmente presente, neste momento.
Por um momento, não penses se és capaz, se consegues, mas apenas abandona-te e deixa-te estar, assim, em silêncio.
Ah, como Ele gosta do silêncio, do silêncio activo, ou seja, daquele que faz silêncio apenas para O ouvir.
Por enquanto ainda não consegues distinguir o que é o teu silêncio, ou melhor aquilo que apesar de todo o silêncio sentes, e aquilo que Ele já te faz sentir.
É o momento do amor, do puro amor, que é o d’Ele, claro, por ti e em ti.
Não consegues entender bem, mas, ou no teu coração ou na tua mente, começas a perceber palavras ou imagens, ou seja lá o que for, mas sentes que é Ele que fala contigo.
Ah, não ouses agora responder-Lhe, não ouses quebrar o teu silêncio, apenas escuta com o teu coração, com a tua mente, com todo o teu ser, aquilo que Ele te diz, aquilo que Ele te mostra, aquilo que Ele te faz viver, agora, neste momento.
Deixa-te tomar inteiramente por Ele.
Já não és tu que pensas, é Ele que pensa em ti, já não és tu que falas, é Ele que fala em ti, já não és tu que sentes, é Ele que sente em ti, já não és tu que amas, é Ele que ama em ti.
Por este momento conheces-te verdadeiramente, ou seja, percebes bem que sem Ele nada és, nem nada tens, mas com Ele tudo se transforma, e sabes, por este momento, que Ele é o tudo em ti, que Ele é o amor em ti, que Ele é a vida em ti.
Deixa que o suspiro de vida saia do teu coração, e agora sim, ainda imerso n’Ele, abre a tua boca e diz-Lhe cheio de amor, como uma revelação que Ele mesmo te deu:
Obrigado, meu Senhor e meu Deus!
Marinha Grande, 8 de Julho de 2024
Joaquim Mexia Alves
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