22 março 2022

Ucrânia, nova conversa telefônica entre o Papa e Zelensky

 

 Ucranianos na Praça São Pedro  (Vatican Media) 

 

Na manhã desta terça-feira, o presidente ucraniano, falando em vídeo com o parlamento italiano, relatou a sua conversa com o Papa: "Palavras muito importantes de Sua Santidade. Eu disse que o povo se tornou um exército quando viu o mal".

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Uma nova conversa telefnica entre o Papa e o presidente ucraniano Volodomyr Zelensky teve lugar nesta manhã de terça-feira, enquanto na Ucrânia não diminui o clamor das armas numa guerra que o Pontífice, no último Angelus, definiu como "desumana" e "sacrílega".

Zelensky em conexão vídeo com o Parlamento italiano

O próprio Zelensky, que nesta manhã falou em videoconferência com o Parlamento italiano, abriu o encontro informando que tinha falado com o Pontífice: "Ele disse palavras muito importantes". O presidente disse ter falado ao Papa sobre a resistência do povo ucraniano "que se tornou exército quando viu o mal".

Pela manhã, Zelensky, através da sua conta oficial no Tuíter, também informou sobre a sua conversa com o Papa: "Falei com @Pontifex. Contei a Sua Santidade sobre a difícil situação humanitária e sobre o bloqueio dos corredores de ajuda por parte das forças russas. O papel mediador da Santa Sé para pôr um fim ao sofrimento humano seria bem-vindo. Agradeci-lhe pelas suas orações pela paz e pela Ucrânia".

O tuíter do embaixador ucraniano junto da Santa Sé

O embaixador ucraniano in pectore junto à Santa Sé, Andrii Yurash, também divulgou via tuíter a notícia sobre a conversa telefónica, acrescentando que o Pontífice assegurou ao presidente ucraniano que está a "rezar" pela Ucrânia e que faz "todo o possível para acabar com a guerra". Zelensky, de acordo com o embaixador, respondeu que "Sua Santidade é o hóspede mais esperado na Ucrânia". Portanto, reafirmou o convite para visitar Kiev, já expresso numa carta do prefeito da capital, Vitalij Klyčko. Como confirmou o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Matteo Bruni, o Papa respondeu reiterando a sua proximidade aos sofrimentos da cidade, do seu povo, daqueles que tiveram que fugir e daqueles que são chamados a administrá-la". 

O telefonema de 26 de fevereiro

Esta não é a primeira vez que o Papa e Zelensky tiveram um contacto por telefone. Em 26 de fevereiro passado, dois dias após o início do conflito, enquanto aumentavam a cada hora as notícias dramáticas da frente de guerra, o Pontífice expressou ao presidente "o seu mais profundo pesar pelos trágicos acontecimentos que estão a ocorrer no país". O próprio Zelensky relatou pouco depois: "Agradeci ao Papa Francisco por rezar pela paz na Ucrânia e por uma trégua. O povo ucraniano sente o apoio espiritual de Sua Santidade".

VN

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