04 fevereiro 2022

Papa: a fraternidade é a âncora de salvação da humanidade

 
 
No II Dia Internacional da Fraternidade Humana, convocado pelas Nações Unidas, Francisco reafirma que a fraternidade é o único caminho possível para a humanidade ferida por guerras. “Ou somos irmãos ou tudo desaba."
 

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Hoje não é o tempo da indiferença: ou somos irmãos ou tudo desaba. A mensagem do Papa Francisco para o II Dia Internacional da Fraternidade Humana não é uma premonição trágica, mas é um convite a mudar de rota, diante de uma realidade feita de “guerras em pedaços”.

A videomensagem foi enviada aos participantes da mesa-redonda realizada na Expo Dubai 2020, com a participação de representantes da Santa Sé e de altos expoentes religiosos da Universidade Al-Azhar, do Cairo.

Em especial, o Pontífice saúda o Grão-Imame Ahmed Al-Tayyeb, com o qual assinou o Documento sobre a Fraternidade Humana à três anos atrás, o xeque Mohammed bin Zayed e duas instituições: o Alto Comité para a Fraternidade Humana e a Assembleia Geral da ONU, que sancionou este Dia com uma resolução em dezembro de 2020.

Debaixo do mesmo céu

A pandemia, afirma Francisco demonstrou que ninguém se salva sozinho. Somos todos diferentes, mas todos iguais em dignidade e “independentemente de onde e de como vivemos, da cor da pele, da religião, da classe social, do sexo, da idade, das condições de saúde e económicas, todos vivemos “Debaixo do mesmo céu”, que é precisamente o tema desta segunda edição.

E por isso devemo-nos reconhecer como irmãos, sendo a fraternidade um dos valores fundamentais e universais na base das relações entre os povos.

Mas “debaixo do mesmo céu”, quem crê em Deus tem um papel a mais a desempenhar, que é ajudar os nossos irmãos a elevar o olhar e a oração para o céu. 

“Elevemos os olhos para o Céu, porque quem adora a Deus com coração sincero ama também o próximo.”

Caminhar juntos

O Papa faz uma proposta:para caminharmos juntos, porque hoje é o tempo oportuno, não é o tempo da indiferença nem do esquecimento.

“Ou somos irmãos ou tudo desaba. E esta não é uma expressão meramente literária de tragédia, não, é a verdade! Ou somos irmãos ou tudo desaba, o vemos nas pequenas guerras, nesta terceira guerra mundial em pedaços, os povos destroem-se, as crianças não têm comer, diminui a educação… É uma destruição. Ou somos irmãos ou tudo desaba.”

O percurso da fraternidade é longo e difícil, constata Francisco, mas é a âncora de salvação para a humanidade. Aos muitos sinais ameaçadores, aos tempos sombrios e à lógica do conflito, é preciso responder com o sinal da fraternidade, convidando o outro a empreender um caminho comum. “Não iguais, não, irmãos, cada um com a própria personalidade, com a própria singularidade.”

Por fim, o Papa convida todos a empenharem-se pela causa da paz, respondendo aos problemas e às necessidades concretas dos últimos, dos pobres, de quem é indefeso.

“A proposta é caminhar lado a lado, “fratelli tutti”, para sermos concretamente artesãos da paz e da justiça, na harmonia das diferenças e no respeito da identidade de cada um. Irmãs e irmãos, em frente juntos neste caminho da fraternidade!”

VN

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