04 janeiro 2022

O Papa: liberdade religiosa é valorizar os irmãos nas suas diferenças

 
 
Segundo Francisco, perseguir as pessoas "simplesmente por professarem publicamente a sua fé , não só é inaceitável, é desumano, é insano". A liberdade religiosa está ligada ao conceito de fraternidade e para começar a percorrer os caminhos da fraternidade que o Papa tanto insiste há anos, é necessário não só respeitar os outros, mas valorizá-los "nas suas diferenças e reconhecê-los como verdadeiros irmãos". 
 

Vatican News

No vídeo com a primeira intenção de oração deste ano, divulgado nesta terça-feira (04/12), o Papa Francisco pede para rezar pelas pessoas perseguidas por professarem a sua fé. Esta edição de janeiro contém uma mensagem forte a favor da liberdade religiosa e das pessoas que sofrem discriminação.

O Vídeo do Papa deste mês conta com o apoio da fundação pontifícia "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS), organização internacional caritativa católica cuja missão é ajudar os fiéis onde quer que sejam perseguidos, oprimidos ou estejam necessitados, através da informação, oração e ação. Reforça a ideia de que nas sociedades em que vivemos e nos desenvolvemos, há de florescer o reconhecimento dos direitos e da dignidade que todos temos pelo facto de sermos pessoas.

Como é possível que hoje muitas minorias religiosas sofram discriminação ou perseguição? Como permitimos que nesta sociedade altamente civilizada existam pessoas que são perseguidas simplesmente por professarem publicamente a sua fé? Isto não só é inaceitável, é desumano, é insano.    

"A liberdade religiosa não se limita à liberdade de culto, ou seja, a que se possa ter um culto no dia prescrito pelos seus livros sagrados", ressalta Francisco na mensagem. A liberdade religiosa está ligada ao conceito de fraternidade e para começar a percorrer os caminhos da fraternidade que o Papa tanto insiste há anos, é necessário não só respeitar os outros, mas valorizá-los "nas suas diferenças e reconhecê-los como verdadeiros irmãos".

Como seres humanos, temos tantas coisas em comum que podemos conviver acolhendo as diferenças com a alegria de sermos irmãos. Que uma pequena diferença, ou uma diferença substancial como a religiosa, não obscureça a grande unidade de sermos irmãos. Vamos escolher o caminho da fraternidade. Porque ou somos irmãos, ou todos perdemos.

"Rezemos para que as pessoas que sofrem discriminação e perseguição religiosa encontrem nas sociedades em que vivem o reconhecimento e a dignidade que nasce de serem irmãos e irmãs", conclui o Papa.

Segundo o Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo publicado pela AIS em abril de 2021, a liberdade religiosa foi violada num terço dos países do mundo, onde vivem cerca de 5,2 biliões de pessoas. O mesmo relatório afirma que mais de 646 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa não é respeitada.

Desde 2020 tem sido denunciado uma quantidade de minorias étnicas e religiosas, especialmente as de origem muçulmana, que não desfrutam de plenos direitos de cidadania nos países em que vivem.

VN

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