28 setembro 2021

Francisco: escolhamos estilos de vida sóbrios, respeitosos com a Criação

 
 Imagem de Valle d'Aosta, Itália 
 
 
O Papa lançou hoje dois tuítes sobre a questão da ecologia integral. Um convite a refletir sobre o uso dos bens materiais em relação ao ambiente e a apreciar as coisas pequenas. As mensagens são inspiradas no "Tempo da Criação", iniciativa anual em andamento até 4 de outubro e que visa consciencializar os cristãos sobre o compromisso com a defesa da Terra, nossa Casa comum.
 

Adriana Masotti – Vatican News

Dois tuítes sobre o tema da ecologia integral, que se inserem na iniciativa Tempo da Criação em andamento desde o 1° de setembro. Francisco lançou-os na sua conta @Pontifex.

No primeiro, o Papa escreve: "Nestes tempos de crise – na saúde, social e ambiental - vamos refletir sobre, como o nosso uso de tantos bens materiais é muitas vezes prejudicial à Terra. Optemos por mudar e caminhemos rumo a estilos de vida mais simples que respeitem a criação. "

E no segundo: "A espiritualidade cristã propõe a sobriedade e a simplicidade que nos permitem parar e saborear as pequenas coisas, agradecer as possibilidades que a vida nos oferece sem nos apegarmos ao que temos nem entristecermos por aquilo que não possuímos."

O grito da Terra e dos pobres torna-se cada vez mais sério

O convite para celebrar o Tempo da Criação deste ano com ações concretas e iniciativas de consciencialização que contribuem para a mudança urgente e indispensável dos nossos comportamentos para o futuro do planeta e da humanidade foi lançado por Francisco no domingo 29 de agosto. Durante o Angelus disse que "o grito da Terra e o grito dos pobres estão a tornar-se cada vez mais sérios e alarmantes" e que agora é o momento de trabalhar para proteger a criação. E a necessidade de refletir sobre os nossos estilos de vida, para torná-los mais sóbrios e compatíveis com o meio ambiente, foi a intenção da oração escolhida pelo Papa para este mês de setembro.

Tempo da Criação, um evento ecuménico

O Tempo da Criação é a celebração ecuménica anual de oração e ação para a proteção da Terra. Começou no dia 1 de setembro, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, e termina a 4 de outubro, festa de S.Francisco de Assis, que é reconhecido como o santo padroeiro da ecologia pelo seu amor à natureza e a todas as criaturas do Senhor. Os cristãos de todo o mundo durante este período unem-se num compromisso comum de defesa do ambiente. O Movimento 'Laudato Si' apoia o Tempo da Criação. O Papa saudou e agradeceu o organismo no Angelus de 29 de agosto: "Obrigado pelo seu compromisso com a nossa Casa comum", disse, "especialmente por ocasião do Dia Mundial de Oração e pelo Cuidado da Criação e do próximo Tempo da Criação".

Católicos, ortodoxos e anglicanos juntos pela Terra

Esta é a sexta edição do Tempo da Criação, evento oficializado pela Igreja católica pelo Papa Francisco em 2015, ano da encíclica "Laudato si", que chamou a atenção internacional para o tema da ecologia integral. Já em 1989, o Patriarca Ecuménico Dimitrios I proclamou o 1º de setembro como o Dia de Oração pela Criação para os Ortodoxos e mais tarde o Conselho Ecuménico de Igrejas prorrogou a celebração até 4 de outubro. Ao longo dos anos, o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, enviou várias mensagens aos fiéis: "A luta para proteger a criação é uma dimensão central da nossa fé. (...) A destruição da criação é uma ofensa ao Criador, completamente inconciliável com os princípios fundamentais da teologia cristã", escreveu o Patriarca em 2020. O arcebispo anglicano de Cantuária, Justin Welby, também convidou consistentemente as comunidades para celebrar o Tempo da Criação. Em 2019, ele descreveu a crise climática como "o maior desafio para nós e para as gerações futuras".

Uma declaração histórica conjunta

Este ano, para marcar o início do Tempo da Criação, o Papa Francisco, o Patriarca Bartolomeu e o Arcebispo Welby emitiram pela primeira vez uma declaração conjunta exortando os cristãos a enfrentar a "ameaça das mudanças climáticas e da degradação ambiental". Recordando que está próxima a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro, em Glasgow, na Escócia, eles indicaram aos cristãos a oportunidade nessas semanas de apoiarem e criarem uma verdadeira mudança para a nossa Casa comum. "Oremos", escreveram eles, "pelos líderes mundiais e reflitamos sobre as escolhas que todos devemos fazer". "Como líderes das nossas Igrejas", afirma a declaração conjunta, "exortamos todos, qualquer que seja a fé ou visão do mundo, a procurarem ouvir o grito da Terra e das pessoas pobres, examinando o seu próprio comportamento e comprometendo-se a fazer sacrifícios significativos para o bem da Terra que Deus nos doou".

VN

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