19 junho 2022

Angelus com o Papa: Só Jesus pode saciar a nossa fome de amor

 
 
Sob um sol de mais de 30 graus, milhares de fiéis rezaram o Angelus com o Papa. Na alocução, Francisco falou sobre a Eucaristia, inspirando-se na Solenidade de Corpus Christi celebrada neste domingo em alguns países. A Eucaristia não só nos alimenta, mas sacia-nos, disse ele, pois dá-nos aquele “a mais” que todos procuramos: a presença do Senhor!
 

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, o Papa Francisco falou sobre a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, celebrada hoje em Itália e noutros países. A Eucaristia, instituída na Última Ceia, foi como o ponto de chegada de um percurso, durante o qual Jesus a antecipou mediante alguns sinais, sobretudo a multiplicação dos pães.

Jesus cuida da multidão que o seguiu para ouvir a sua palavra e libertar-se de vários males. Abençoa cinco pães e dois peixes, parte-os, os discípulos distribuem e todos «saciaram-se». "Na Eucaristia, cada um pode experimentar esta amorosa e concreta atenção do Senhor. Quem recebe com fé o Corpo e o Sangue de Cristo não só come, mas sacia-se", explicou o Papa, detendo-se sobre estes dois aspecos: comer e saciar-se.

Comer e dar de comer

De acordo com a narração de Lucas, com o calar da noite, os discípulos aconselharam Jesus a despedir a multidão para que pudessem procurar comida. Mas o Mestre quis prover também a esta necessidade. O milagre dos pães e dos peixes não acontece, porém, de maneira espetacular, mas quase de maneira reservada, como nas bodas de Caná: o pão aumenta passando de mão em mão. E enquanto come, a multidão percebe que Jesus toma conta de tudo.

"Este é o Senhor presente na Eucaristia chama-nos a ser cidadãos do Céu, mas enquanto isso leva em consideração o caminho que devemos enfrentar aqui na terra. Se tenho pouco pão na bolsa, Ele sabe e preocupa-se."

Para Francisco, existe o risco de restringir a Eucaristia numa dimensão vaga, talvez luminosa e perfumada de incenso, mas distante dos becos da vida quotidiana. Mas na realidade, o Senhor toma a peito todas as nossas necessidades, a partir daquelas mais elementares. E quer dar o exemplo aos discípulos, dizendo: «Dai-lhes vós de comer».

"A nossa adoração eucarística tem a sua comprovação quando cuidamos do próximo, como faz Jesus: em nosso redor há fome de alimento, mas também de companhia, de consolação, de amizade, de bom humor, de atenção, a nossa fome de evangelização. Isto encontramos no Pão eucarístico: a atenção de Cristo às nossas necessidades, e o convite a fazer o mesmo com quem está ao nosso lado. É preciso comer e dar de comer."

Só a presença do Senhor nos sacia

Além de comer, porém, não deve faltar o estar saciados. A multidão saciou-sr com a abundância de alimento, e também com a alegria e a maravilha de tê-lo recebido de Jesus.

Certamente precisamos de nos alimentar, acrescentou o Pontífice, mas também de nos saciar, ou seja, de saber que a nutrição nos é dada por amor.

"No Corpo e no Sangue de Cristo, encontramos a sua presença, a sua vida doada por cada um de nós. Não só nos dá a ajuda para ir adiante, mas dá-nos a si mesmo: torna-se o nosso companheiro de viagem, entra nas nossas vicissitudes, visita as nossas solidões, dando novamente sentido e entusiasmo. Isto sacia-nos, isto dá-nos aquele “a mais” que todos procuramos: a presença do Senhor!"

Porque no calor da sua presença, a nossa vida muda: sem Ele, seria realmente cinza. Adorando o Corpo e o Sangue de Cristo, peçamos-Lhe com o coração: “Senhor, dai-me o pão quotidiano para ir adiante e saciai-me com a vossa presença!”.

"Que a Virgem Maria nos ensine a adorar Jesus vivo na Eucaristia e a compartilhá-Lo com os nossos irmãos e irmãs", foi a invocação final de Francisco.

VN

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