08 dezembro 2021

O Papa: "A verdadeira humildade é olhar só para Deus e para o próximo"

 
 
“Viver em cada dia o que nos acontece com humildade e alegria, livres de nós mesmos, com os nossos olhos voltados para Deus e para o próximo”. São as palavras que o Papa Francisco destacou no Angelus pronunciado por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria
 

Jane Nogara - Vatican News

No Angelus desta quarta-feira (08/12), Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, o Papa falou sobre a verdadeira humildade e a santidade na vida diária. Falando sobre o anúncio a Maria, Francisco recordou que o anúncio “aconteceu dentro da casa em Nazaré, onde uma pessoa se revela melhor do que em qualquer outro lugar”. Acrescentado também que é “justamente nessa intimidade doméstica que o Evangelho de Lucas (1, 26-38) nos dá um detalhe que revela a beleza do coração de Maria”.

Maria Imaculada

Francisco explicou que o anjo a chamou de “cheia de graça” e isto significa “que Nossa Senhora não porta consigo o mal, ela está sem pecado, Imaculada”. “Ela não só está surpresa, mas perturbada. Receber grandes saudações, honras e elogios às vezes corre o risco de provocar vanglória e presunção”. E Francisco adverte que “Jesus não é gentil com aqueles que procuram saudações nas praças, adulação, visibilidade”.

“Maria, por outro lado, não se exalta, mas fica perturbada; em vez de sentir prazer, ela se sente maravilhada. A saudação do anjo parece maior do que ela. Por quê? Porque ela se sente pequena por dentro, e esta pequenez, esta humildade atrai o olhar de Deus”

A verdadeira humildade

Refletindo sobre a atitude de Maria o Papa disse:

Maria, de facto, não atribui prerrogativas a si mesma, não reivindica nada, não atribui nada a si mesma. Ela não se lisonjeia, ela não se exalta. Porque, na sua humildade, sabe que recebe tudo de Deus. Portanto Ela está livre de si mesma, totalmente voltada para Deus e aos outros. Maria Imaculada não tem olhos para si mesma. Esta é a verdadeira humildade: não ter olhos para nós mesmos, mas para Deus e para os outros”.

O Senhor precisa da nossa abertura a Ele

“Recordemos”, continuou o Papa, que “naquela casinha em Nazaré batia o maior coração que qualquer criatura já teve”. Recordando que “é uma notícia extraordinária para nós!” explicando que “o Senhor, para realizar maravilhas, não precisa de grandes meios ou das nossas elevadas capacidades, mas da nossa humildade, da nossa abertura a Ele e aos outros”.

Neste ponto Francisco esclareceu:

“Hoje também, ele quer fazer grandes coisas connosco na nossa vida diária: na família, no trabalho, nos nossos ambientes quotidianos. Ali, mais do que nos grandes eventos da história, a graça de Deus ama agir. Mas, será que acreditamos nisto? Ou pensamos que a santidade é uma utopia, algo para pessoas especiais, uma ilusão piedosa incompatível com a vida comum?”

Por fim, o Papa concluiu com uma prece a Maria:

“Peçamos a Nossa Senhora uma graça: que ela nos liberte da ideia enganosa de que o Evangelho é uma coisa e a vida é outra; que ela nos ilumine com entusiasmo ao ideal da santidade, que não é uma questão de santinhos e estátuas, mas de viver cada dia o que nos acontece com humildade e alegria, livres de nós mesmos, com os nossos olhos voltados para Deus e para o próximo”

Não percamos a coragem, o Senhor deu-nos boa estrutura para construir a santidade na nossa vida diária! E quando somos assaltados pela dúvida de não sermos bem-sucedidos, pela tristeza de sermos inadequados, deixemo-nos olhar pelos ‘olhos misericordiosos’ de Nossa Senhora, porque ninguém que tenha pedido a sua ajuda, jamais foi abandonado!".

VN

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