Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
Dom supremo, dom dos dons, o Espírito Santo diz à Igreja que hoje é o tempo da consolação: na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco presidiu à Santa Missa na Basílica de São Pedro.
Na homilia, o Pontífice inspirou-se no trecho proposto pela liturgia, extraído do Evangelho de João: «Virá o Paráclito, que Eu vos hei de enviar da parte do Pai» (cf. Jo 15, 26). E foi justamente a esta palavra – Paráclito – que Francisco fez a sua reflexão, explicando os seus dois significados: Consolador e Advogado.
O Consolador perfeito
Hoje, Jesus oferece-nos o “Consolador perfeito”, pois todos nós procuramos consolações em momentos difíceis. Todavia, explicou o Papa, as consolações do mundo são como os anestésicos: oferecem um alívio momentâneo, mas não curam o mal profundo que temos dentro. Já o Espírito Santo age no íntimo dos nossos corações.
“Irmã, irmão, se sentes o breu da solidão, se carregas dentro um
peso que sufoca a esperança, se tens no coração uma ferida que queima, se
não encontras a via de saída, abra-te ao Espírito Santo.”
Os discípulos são o exemplo de que tudo muda quando recebem o
Paráclito: os problemas e defeitos permanecem os mesmos, mas eles já não
os temem.
O Papa convidou os fiéis a tornarem-se paráclitos, consoladores, e
isto é possível não fazendo grandes discursos, mas aproximando-nos das
pessoas; não com palavras empolgadas, mas com a oração e a proximidade.
O Advogado que sopra o Espírito da verdade
Na sequência, Francisco explicou o segundo significado do termo Paráclito: o Advogado. Não se trata de falar pelo acusado, mas de inspirar pensamentos e sentimentos.
E o Espírito o faz com delicadeza, propondo, não se impondo. O Papa então identificou três sugestões típicas que o Paráclito oferece, que são antídotos contra três tentações atualmente difusas: viver no presente, procurar o conjunto e colocar Deus antes do eu.
O Paráclito afirma o primado do hoje, a graça do presente. “Não há tempo melhor para nós: agora e aqui onde estamos é o único e irrepetível momento para fazer bem, fazer da vida uma dádiva. Vivamos no presente!”
Depois, o primado do conjunto, não da parte: “Hoje, se dermos ouvidos ao Espírito, deixaremos de nos focar em conservadores e progressistas, tradicionalistas e inovadores, de direita e de esquerda; se fossem estes os critérios, significaria que na Igreja se esquece o Espírito. O Paráclito impele à unidade, à concórdia, à harmonia das diversidades. Faz-nos sentir parte do mesmo Corpo, irmãos e irmãs entre nós. Procuremos o conjunto!”
Por fim, o primado da graça: "Só deixaremos espaço ao Senhor,
se nos esvaziarmos de nós mesmos; só como pobres em espírito é que nos
tornamos ricos de Espírito Santo. Isto vale também para a Igreja. Com as
nossas forças, não salvamos ninguém, nem sequer a nós mesmos." (...) "A
Igreja não é uma organização humana, é o templo do Espírito Santo.
Coloquemos Deus em primeiro lugar!"
Francisco concluiu ss sua homilia com uma oração:
VN
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