Silvonei José – Vatican News
“Amar como Cristo significa dizer não a outros "amores" que o mundo
nos propõe: amor pelo dinheiro – quem ama o dinheiro não ama como ama
Jesus - amor pelo sucesso, pela vaidade, pelo poder”: foi o que disse o
Papa Francisco da janela do Palácio Apostólico do Vaticano antes de
recitar neste domingo, Dia das Mães, a oração do Regina Coeli com os
fiéis e peregrinos reunidos da Praça de São Pedro.
Estes caminhos enganosos do “amor” – continuou o Papa - afastam-nos
do amor do Senhor e levam-nos a tornar-mo-nos cada vez mais egoístas,
narcisistas e prepotentes.
“E a prepotência leva a uma degeneração do amor, a abusar dos
outros, a fazer a pessoa amada sofrer. Penso no amor doentio que se
transforma em violência - e em quantas mulheres são vítimas disso hoje
em dia das violências. Isto não é amor”.
Amar como o Senhor nos ama – destacou Francisco - significa apreciar a pessoa que está ao nosso lado e respeitar a sua liberdade, amá-la como ela é, não como queremos que fosse; como é, gratuitamente.
“Em última análise, Jesus pede-nos para permanecermos no seu amor, para habitar no seu amor, não nas nossas ideias, não no culto de nós mesmos; quem habita no culto de si mesmo, habita no espelho...Sempre a olhar-se. Pede-nos para sair da pretensão de controlar e administrar os outros. Não controlar, mas servir. Mas abrir o coração aos outros, isto é amor, doar-mo-nos aos outros”
No Evangelho deste domingo recordou Francisco, Jesus, depois de se
comparar com a videira e a nós com os ramos, explica que o fruto que
produzem aqueles que permanecem unidos é o amor. Ele retoma o
verbo-chave: permanecer. Ele convida-nos a permanecer no seu amor para
que a sua alegria esteja em nós e a nossa alegria seja plena. Permanecer no
amor de Jesus.
Perguntamos a nós mesmos, continuou o Pontífice: qual é esse amor no qual Jesus nos aconselha a ficar para ter,os a sua alegria? Qual é esse amor? É o amor que tem a sua origem no Pai, porque "Deus é amor". E este amor de Deus, do Pai, como um rio escorre no Filho Jesus e através d’Ele chega até nós, as suas criaturas. O amor que Jesus nos dá é o mesmo amor com o qual o Pai O ama: amor puro, incondicional, amor gratuito.
“Não se pode comprar, é gratuito. Doando-o a nós, Jesus trata-nos como amigos, - com este amor - fazendo-nos conhecer o Pai e envolve-nos na sua própria missão para a vida do mundo”.
Para onde conduz este permanecer no amor do Senhor? Para onde nos conduz? Jesus disse-nos: "Para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena". E a alegria que o Senhor possui, porque é em total comunhão com o Pai, quer que ela esteja em nós, pois estamos unidos a Ele”, frisou Francisco.
A alegria de saber que somos amados por Deus – disse o Santo Padre -, apesar das nossas infidelidades faz-nos enfrentar as provações da vida com fé, faz-nos atravessar as crises para sairmos melhores.
É no viver esta alegria que consiste em sermos verdadeiras testemunhas, porque a alegria é o sinal distintivo do verdadeiro cristão. “O verdadeiro cristão não é triste, tem sempre a alegria dentro, também nos momentos difíceis”.
Francisco finalizou pedindo à Virgem Maria que “nos ajude a permanecer no amor de Jesus e a crescer no amor para com todos, testemunhando a alegria do Senhor Ressuscitado”.
VN
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