19 maio 2024

Papa: que o Espírito conduza os líderes das nações a abrir as portas da paz

 

Mulher ucraniana no centro de evacuação que recebe pessoas que tiveram de deixar territórios próximos à fronteira russa em Kharkiv, Ucrânia, 15 de maio de 2024.  (ANSA)

Depois de rezar a Missa na Basílica de São Pedro na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco assomou à janela do apartamento pontifício para o tradicional encontro dominical. Milhares de fiéis, peregrinos e turistas de várias partes do mundo o aguardavam na Praça de São Pedro.

Vatican News

O Espírito Santo, para nós, é testemunha de "um diálogo belíssimo: aquele em que o Pai e Filho expressam o seu amor um pelo outro", disse o Papa Francisco antes de rezar o Regina Caeli no Domingo de Pentecostes.

"São palavras – explicou aos milhares de peregrinos presentes na Praça de São Pedro - que expressam sentimentos maravilhosos, como carinho, gratidão, confiança, misericórdia. Palavras que nos permitem conhecer um lindo relacionamento, luminoso, concreto e duradouro como é o Amor eterno de Deus”.

Para Francisco, “são precisamente as palavras transformadoras de amor, que o Espírito Santo repete em nós e que nos faz bem ouvir".

“Por isso – continuou – é importante que nos alimentemos dele todos os dias, lendo e meditando a Palavra de Deus, levando-a connosco num Evangelho de bolso, aproveitando os momentos favoráveis".

"O padre e poeta Clemente Rebora, falando da sua conversão, escreveu no seu diário: "E a Palavra calou as minhas murmurações!" – recordou o Papa –. Ouvir a Palavra de Deus silencia as murmurações."

“Eis como dar espaço em nós à voz do Espírito Santo – reiterou. E depois, na Adoração e na oração, especialmente aquela simples e silenciosa. E também ao pronunciarmos palavras boas entre nós, fazendo-nos eco da doce voz do Consolador".

Para o Pontífice, “ler e meditar o Evangelho, rezar em silêncio, dizer boas palavras, não são coisas difíceis, todos nós podemos fazer isso. É mais fácil do que insultar, ficar com raiva".

“E então interrogamo-nos - acrescentou -: que lugar essas ações ocupam na minha vida? Mas como posso cultivá-la, para melhor escutar o Espírito Santo e torne-se seu eco para os outros?".

“Que Maria, presente no Pentecostes com os Apóstolos, nos torne dóceis -à voz do Espírito Santo", concluiu, para então rezar a oração do Regina Coeli.

 Fiéis reunidos na Praça São Pedro para o Regina Coeli 

VN

Papa: na Adoração e oração dar espaço à voz do Espírito Santo

 
 
Depois de rezar a Missa na Basílica de São Pedro na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco assomou à janela do apartamento pontifício para o tradicional encontro dominical. Milhares de fiéis, peregrinos e turistas de várias partes do mundo o aguardavam na Praça de São Pedro.
 

Vatican News

O Espírito Santo, para nós, é testemunha de "um diálogo belíssimo: aquele em que o Pai e Filho expressam o seu amor um pelo outro", disse o Papa Francisco antes de rezar o Regina Caeli no Domingo de Pentecostes.

"São palavras – explicou aos milhares de peregrinos presentes na Praça de São Pedro - que expressam sentimentos maravilhosos, como carinho, gratidão, confiança, misericórdia. Palavras que nos permitem conhecer um lindo relacionamento, luminoso, concreto e duradouro como é o Amor eterno de Deus”.

Para Francisco, “são precisamente as palavras transformadoras de amor, que o Espírito Santo repete em nós e que nos faz bem ouvir".

“Por isso – continuou – é importante que nos alimentemos dele todos os dias, lendo e meditando a Palavra de Deus, levando-a connosco num Evangelho de bolso, aproveitando os momentos favoráveis".

"O padre e poeta Clemente Rebora, falando da sua conversão, escreveu no seu diário: "E a Palavra calou as minhas murmurações!" – recordou o Papa –. Ouvir a Palavra de Deus silencia as murmurações."

“Eis como dar espaço em nós à voz do Espírito Santo – reiterou. E depois, na Adoração e na oração, especialmente aquela simples e silenciosa. E também ao pronunciarmos palavras boas entre nós, fazendo-nos eco da doce voz do Consolador".

Para o Pontífice, “ler e meditar o Evangelho, rezar em silêncio, dizer boas palavras, não são coisas difíceis, todos nós podemos fazer isso. É mais fácil do que insultar, ficar com raiva".

“E então interroguemo-nos - acrescentou -: que lugar essas ações ocupam na minha vida? Mas como posso cultivá-la, para melhor escutar o Espírito Santo e torne-se seu eco para os outros?".

“Que Maria, presente no Pentecostes com os Apóstolos, nos torne dóceis -à voz do Espírito Santo", concluiu, para então rezar a oração do Regina Coeli.

VN

15 maio 2024

Audiência Geral: ao entardecer da vida seremos julgados pela caridade

 
 
Na Audiência Geral desta quarta-feira (15/05), Francisco refletiu sobre a virtude da caridade. “Há um amor maior, que vem de Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos Seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus o ama”, sublinhou o Papa. 
 

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa Francisco dedicou a reflexão da catequese desta quarta-feira (15/05), sobre a terceira virtude teologal, a caridade. Aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Pontífice recordou que esta virtude “é o culminar de todo o caminho que empreendemos com a catequese das virtudes”.

"Pensar na caridade expande imediatamente o coração, e a mente corre para as palavras inspiradas de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. Concluindo aquele estupendo hino, o Apóstolo cita a tríade das virtudes teologais e exclama: “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade” (1Cor 13,13)."

O amor está na boca de muitos

Francisco recorda que o apóstolo Paulo dirige estas palavras a uma comunidade que estava longe de ser perfeita no amor fraterno: os cristãos de Corinto eram bastante briguentos, havia divisões internas, há aqueles que afirmam ter sempre razão e não ouvem os outros, considerando-os inferiores. Paulo lembra a essas pessoas que a ciência incha, enquanto a caridade constrói.

“Provavelmente todos estavam convencidos de que eram boas pessoas e, se questionados sobre o amor, teriam respondido que o amor era certamente um valor importante para eles, assim como a amizade e a família. Ainda hoje, o amor está na boca de muitos “influenciadores” e nos refrões de muitas músicas, mas de facto, o que é o verdadeiro amor?”

Antes da catequese, a tradicional saudação do Papa aos fiéis

A caridade tem a sua origem em Deus

Segundo o Papa, como em Corinto, também entre nós hoje, há confusão sobre o amor e por vezes não vemos nenhum vestígio da virtude teologal, aquela que vem até nós somente de Deus: “com palavras todos garantem que são boas pessoas, que amam a família e os amigos, mas na realidade sabem muito pouco do amor de Deus”, e completou:

“A caridade é o amor que desce, não aquele que sobe; é o amor que doa, não o que toma; é o amor que se esconde, e não o que procura aparecer. A caridade é, enfim, a maior forma de amor, que tem a sua origem em Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos Seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus nos ama.”

Amar o que não é amável

Por fim, o Pontífice sublinhou que “este amor, ou seja, a caridade por causa de Cristo, leva-nos para onde humanamente não iríamos: ao amor pelo pobre, por aquilo que não é amável, por quem não nos quer bem e até mesmo pelo inimigo. Isto é "teologal", ou seja, vem de Deus, é obra do Espírito Santo em nós.

“É um amor tão ousado que parece quase impossível, e mesmo assim é a única coisa que restará de nós. É a 'porta estreita' pela qual passar para entrar no Reino de Deus.”

“Ao entardecer da nossa vida não seremos julgados sobre o amor de forma genérica, mas sobre a caridade que praticamos, ou seja, o amor que realizamos de modo concreto”, concluiu o Papa Francisco.

VN

14 maio 2024

PORQUÊ PEDIR O ESPÍRITO SANTO?

 


 

 

Neste Domingo celebra-se a Solenidade de Pentecostes.

Porquê pedir o Espírito Santo, hoje e sempre?

Todos nós que somos baptizados recebemos o Espírito Santo pelo Baptismo, (tornámo-nos templos do Espírito Santo), pelo Crisma, e obviamente em cada celebração de um Sacramento em que participamos, celebrando, recebemos também e sempre o mesmo Espírito de Deus que constantemente se derrama na/em Igreja.

Porquê então pedi-Lo novamente, todos os dias das nossas vidas?

Em determinado momento da minha vida trabalhei em Angola, em duas fábricas, uma de tubo de aço e outra de chapa de zinco. Em ambas as fábricas existiam aquilo a que chamávamos tinas de galvanização.

Que me perdoem a explicação os experts na matéria, (e a falta de memória, já lá vão mais de trinta anos), as tinas de galvanização continham zinco em estado líquido, porque eram aquecidas por uma fonte de calor, que mantinha esse zinco nesse estado líquido.

Então, os tubos e chapas eram mergulhados nessas tinas, e, revestidos desse zinco líquido eram retirados e colocados a “secar”, digamos assim.

Obviamente, o aspecto desses tubos e chapas melhorava imenso, pois tornavam-se mais brilhantes, reflectindo a luz que neles incidisse, e, mais ainda, protegia-os da corrosão, da ferrugem, dos elementos exteriores que podiam alterar a sua “essência” e a missão para que tinham sido fabricados.

Ora nós cristãos, alguns de nós ou muitos de nós, somos um pouco assim como essas tinas de galvanização.

Pelo Baptismo recebemos o Espírito Santo e Ele está em nós, mas está muitas vezes como esse zinco líquido nas tinas de galvanização, “inerte”, não sendo utilizado.

Somos cristãos, temos o Espírito Santo, mas Ele não actua em nós, nada transforma, nada converte, sobretudo porque d’Ele muitas vezes não temos consciência e não a tendo, não O deixamos actuar nas nossas vidas.

Assim somos cristãos cinzentos, sem brilho, e nem reflectimos a luz que nos vem de Deus para sermos testemunhas da Luz.

Mais do que isso, não tomando consciência do Espírito Santo em nós, não O deixando actuar em nós, estamos desprotegidos perante as ameaças do mundo, (as tentações, os vícios, os rancores e ressentimentos, etc.), e por isso mesmo nos deixamos corromper, vivendo em pecado, e ao vivermos em pecado não cumprimos a missão que Ele nos deixou, perdendo-nos no mundo e muitas vezes fazendo perder aqueles que nos rodeiam.

Temos o Espírito Santo em nós, mas ninguém O “vê”, porque d’Ele não damos testemunho, porque não deixamos que Ele nos converta, nos transforme e nos guie.

Então este pedir o Espírito Santo todos os dias, (dado que já está em nós desde o Baptismo), é afinal pedir que Ele actue em nós, que Ele nos encha por completo, que Ele nos mostre o caminho, que Ele nos ilumine na Palavra, que Ele nos faça ver com os olhos da fé, (meu Senhor e meu Deus!), que Ele nos converta e conduza, que Ele nos santifique, não apenas para nossa salvação, mas também sobretudo para que sejamos testemunhas da Boa Nova e assim possamos ser “ocasião” para salvação de outros.

Então, para O recebermos, ou melhor, para que Ele seja presença viva nas nossas vidas, precisamos de nos abrir a Ele, porque abrindo-nos a Ele, abrimo-nos ao próprio Deus, e abrir-nos a Deus é abrir-nos ao amor, à conversão, à mudança de vida, é «renascer de novo», é querermos fazer em tudo e sempre a vontade de Deus.

Então, tudo se transforma, porque é Ele que ora em nós, é Ele que lê e medita connosco a Palavra de Deus, é Ele que nos abre o entendimento para que possamos reconhecer Jesus ao “partir do Pão”, é Ele que, dando-nos esse reconhecimento, nos leva a amar como Ele nos amou, fazendo assim de nós filhos de Deus reunidos e chamados a construir a Igreja.

E, afinal, pedir o Espírito Santo é fazer já a vontade de Deus, porque só Ele sabe o que nós precisamos e o que é melhor para nós.

«Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.

Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?

Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» Lc 11, 9-13

 

Vem Espírito Santo,

faz-me dócil às tuas moções, renova-me em cada momento, ora em mim, abre o meu entendimento à Palavra de Deus, faz-me sentir o amor do Pai, faz-me reconhecer Jesus nos Sacramentos, na Igreja, em cada irmã e em cada irmão, faz em mim e de mim a Tua vontade, para que eu seja nada e Tu, Espírito Santo, sejas tudo em mim, em cada momento da vida que Tu mesmo me dás.

Amen.

 

Marinha Grande, 14 de Maio de 2024

Joaquim Mexia Alves

 

08 maio 2024

O LOUVOR LIBERTA

 


 

«Por volta da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus e os outros presos escutavam-nos.

De repente, sentiu-se um tremor de terra tão grande que abalou os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e soltaram-se as cadeias de todos os presos.»

Act 16, 25-26 - 1ª Leitura de hoje

 

Tantas vezes na minha vida que, perante problemas, tribulações e preocupações, em vez de pedir, ou melhor, em vez de só pedir, louvo a Deus pela situação que vivo, pedindo que me dê forças para aceitar e, se for de Sua vontade, tudo seja ultrapassado.

E tantas vezes me esqueço o fazer perante tantas situações dessas, e me desdobro em pedir, em me lamentar e até em reclamar.

A verdade é que sempre que, perante tais situações, louvo primeiro a Deus e depois peço ajuda, a paz e a serenidade tomam conta de mim, e assim consigo enfrentar essas situações com confiança e esperança renovadas.

E mesmo que algumas dessas situações não tenham o desfecho que, na minha fraqueza humana, julgo ser o melhor, a verdade é que aceito de coração aberto essas situações e tento tirar delas alguma lição para a vida, guiado pelo Espírito Santo.

A verdade é que sempre que assim procedo, é como se as “portas” e “cadeias” que me querem amarrar a essas situações, deixando-me triste e frustrado, se abram, e assim vivo na confiança e na esperança que me vem de Deus.

E porque não procedo sempre assim em todas essas situações?

Ah, isso não sei, não consigo explicar, mas talvez seja fruto de um qualquer cepticismo, de alguma fraqueza que nesses momentos me “ataca” e eu me deixo cair apenas em mim, olhando para mim, fechando-me em mim e não dando assim “espaço” a que Ele no Seu infinito amor acalme a “tempestade” na minha vida.

Sim, o louvor liberta e, mais do que liberta, enche de confiança, de esperança, de alegria, de paz e de vida.

Louvado sejas, Senhor, porque acalmas os mares revoltos das nossas vidas quando a Ti nos entregamos.

 

Marinha Grande, 7 de Maio de 2024

Joaquim Mexia Alves