30 outubro 2020

Semana dos Seminários - “As comunidades vão moldando o padre que havemos de ser”

 


Por ocasião da Semana dos Seminários (1 a 8 de novembro), o Jornal VOZ DA VERDADE apresenta duas experiências de trabalho pastoral de seminaristas nas comunidades cristãs. Pedro Sousa e António Ribeiro de Matos, do Seminário dos Olivais, falam dos seus percursos formativos que foram sendo “marcados” pelas comunidades onde estão, e por onde passaram, e que os ajudam a definir o que serão como padres.

O trabalho pastoral durante o percurso em seminário é uma realidade sempre dinâmica e ajustada à formação de cada seminarista. Em paróquias, ou até na animação do Pré-Seminário, os rapazes são desafiados a procurarem, nessas experiências, um enriquecimento para a sua formação. É nas comunidades cristãs que a formação mais teórica, apreendida no seminário, se começa a concretizar. “Se no seminário ouço muita coisa sobre o que é a vida cristã, aqui consigo sentir no terreno. Isso está a dar-me critérios para que, mais tarde, ao exercer a minha vida sacerdotal, possa perceber o que Deus pede, em cada momento, a cada pessoa. De alguma forma, ganho agora a grelha de leitura do que virá a seguir”, partilha, ao Jornal VOZ DA VERDADE, o seminarista Pedro Sousa, atualmente no 5.º ano e a realizar o seu trabalho pastoral nas paróquias de São Julião do Tojal, Santo Antão do Tojal, Fanhões e Bucelas. 
Durante a semana, o seminário é a sua casa. Ao sábado de manhã, Pedro Sousa chega à paróquia de Bucelas onde acompanha um grupo de adolescentes do ‘Say Yes’. “Depois, tenho a oportunidade de ir almoçar à casa paroquial, o que é bom para pôr a minha semana ao corrente do pároco, padre Tiago Neto, e do vigário paroquial, padre Binoy”, sublinha. À tarde, acompanha os escuteiros e também um grupo de jovens. No Domingo de manhã, o tempo é para a Missa e, nos próximos tempos, a tarde está prevista ser ocupada com uma formação que vai decorrer em cada uma das paróquias. O regresso ao Seminário dos Olivais dá-se ao final da tarde. 

“Uma experiência de crescimento”
Para este seminarista da paróquia de Tires – que tem também um irmão gémeo no seminário –, esta rotina nem sempre foi assim, especialmente durante os últimos dois anos de formação, onde desenvolveu o seu trabalho pastoral como animador do Pré-Seminário. No primeiro ano, Pedro acompanhou os rapazes entre o 7.º e 8.º anos. “Preparava o fim-de-semana para eles, com uma experiência de diversão, mas também catequética”, explica. No segundo ano de trabalho pastoral, foi-lhe confiado o acompanhamento dos rapazes do 10.º e 11.º anos. “Aí, encontrei rapazes que já põem a questão da vocação de uma forma mais madura e até desafiei alguns, ao apresentar o seminário como caminho – sabendo, claro, que o desafio vem dos padres, mas surge através da nossa colaboração”, descreve, sublinhando que “ao contrário das paróquias onde se colabora com a realidade que já lá existe, no Pré-Seminário os seminaristas quase que criam a realidade”.


[....] 


Com um percurso formativo díspar de Pedro Sousa, o seminarista António Ribeiro de Matos cumpre, atualmente, o seu trabalho pastoral, quase em ‘full time’, na paróquia do Parque das Nações, em Lisboa. Com o 6.º ano de seminário já completo, António está agora num “estágio pastoral mais intensivo”, até à sua ordenação presbiteral. “No ano anterior, vinha à sexta-feira e voltava no Domingo ao seminário. Neste ano, estou a tempo inteiro, tirando a noite de terça-feira, e o dia de quarta-feira, que são passados no seminário. “Regresso à paróquia na quarta-feira à noite, depois do encontro da vida comunitária do seminário”, explica. No Parque das Nações, a missão “é muito trabalhar em equipa, com o prior, o padre Paulo, com toda a realidade paroquial, todos os agentes da pastoral, estar presente nos escuteiros, ir acompanhando a catequese e os grupos de preparação para o Crisma. É muito o dar apoio, estar presente e ir tocando as diferentes realidades”, descreve este aluno do Seminário dos Olivais que, a partir das diferentes experiências de trabalho pastoral, destaca a “gradualidade na transição entre o seminário e a vida pastoral”.

Tocar a “diversidade da Igreja”
Antes de realizar o trabalho pastoral no Parque das Nações, António Ribeiro de Matos esteve na paróquia de Benfica, durante dois anos, apenas ao fim-de-semana e, mais tarde, na paróquia da Ramada, apenas durante poucos meses, até à sua saída do seminário. Em Benfica, procurou acompanhar, essencialmente, o grupo de jovens e a catequese; na Ramada, acompanhou o agrupamento de escuteiros e um grupo de leitores. “Destas duas experiências posso destacar o poder contactar com as pessoas, o contacto com a realidade paroquial e pastoral, o sermos chamados a fazer caminho com as realidades que nos são oferecidas e o poder tocar a diversidade da Igreja. É a mesma Igreja em Benfica, no Parque das Nações ou na Ramada, mas com realidades muito diversas”, sublinha este seminarista, da paróquia do Santo Condestável, em Lisboa.


  • Leia a reportagem completa na edição do dia 1 de novembro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário