Neste caminho quaresmal que queremos percorrer, também nos pedes, Senhor, que passemos à outra margem (Mc 4, 35).
Pedes-nos que abandonemos a falsa segurança da margem em que vivemos, do nosso conforto, da nossa rotina, dos nossos saberes e sentires, das nossas “coisinhas”, e que, confiando inteiramente em Ti, passemos à outra margem, aquela margem onde Tu nos esperas.
Mas nós temos muitas vezes medo de abandonar o que damos por adquirido, mesmo que não seja o ideal.
Temos medo de arrostar com o mar que nos separa da outra margem, porque não sabemos navegar e a barca da nossa vida é muito insegura e fraca, e mais vale estar nesta margem parado sem nada fazer, do que fazer caminho para Te encontrar verdadeiramente nas nossas vidas.
Mas Tu, Senhor, dizes-nos cheio de amor e compaixão que, apesar de nos esperares na outra margem, também atravessas connosco os mares das nossas vidas.
E repetes-nos aos ouvidos, “homens de pouca fé”, e depois acalmas as tempestades dos nossos mares, mandas calar o vento que sopra ameaçador, vens ter connosco sobre as águas e, quando por fraqueza nos afundamos, dás-nos a Tua mão e salvas-nos dos abismos.
E tantas vezes que nós, mesmo assim, deixamos a nossa barca da nossa vida em terra, julgando-nos seguros, e não a queremos colocar na água, para passarmos à outra margem.
Empurra, Senhor, nós Te pedimos, a barca da nossa vida para o mar, faz-nos desfraldar as velas deixando que o vento do Espírito Santo sopre sobre elas e nos leve mar fora ao Teu encontro.
Senhor
mostra-me o mar que devo atravessar para chegar à outra margem.
Vem comigo a navegar e faz soprar o vento do Espírito Santo na barca da minha vida.
Aumenta a minha fé, a minha confiança, a minha esperança.
E abraça-me, Senhor, na outra margem a que me queres levar.
Amen.
Marinha Grande, 15 de Março de 2024
Joaquim Mexia Alves
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