30 novembro 2023
EXALTAÇÃO
29 novembro 2023
Audiência Geral: o Evangelho está vivo hoje para nós
Francisco não deixou de estar presente na Audiência Geral desta quarta-feira (29/11). A entrada do Papa na Sala Paulo VI foi aclamada pelos fiéis e peregrinos. No início da catequese o Pontífice saudou os fiéis e passou a palavra ao monsenhor Ciampanelli, que leu o texto preparado para a ocasião.
Realizada na Sala Paulo VI, devido às quedas da temperatura que
antecedem o inverno no hemisfério norte, a Audiência Geral desta
quarta-feira, 29 de novembro, contou com a presença de inúmeros fiéis e
peregrinos que acolheram o Santo Padre com muito afeto durante o seu
ingresso para a Audiência Geral.
O Papa Francisco, que ainda recupera de uma infeção pulmonar, ao saudar os fiéis, afirmou: "ainda não estou bem com esta gripe e a voz não está boa”, e passou a palavra a monsenhor Filippo Ciampanelli, colaborador da Secretaria de Estado, que leu o discurso preparado para o ciclo de catequeses sobre a Paixão pela evangelização: o zelo apostólico do crente.
A proclamação é para hoje
“Quase sempre ouvimos coisas más sobre o hoje” - destaca o texto lido por mons. Ciampanelli - “entre guerras, alterações climáticas, injustiças planetárias e migrações, crise da família e da esperança, não faltam motivos de preocupação. De uma forma geral, o hoje parece habitado por uma cultura que coloca o indivíduo acima de tudo e a tecnologia no centro de tudo, com a sua capacidade de resolver muitos problemas e o seu progresso gigantesco em muitos campos”.
O texto do Papa sublinha que a cultura do progresso técnico-individual leva à afirmação de uma liberdade que não quer impor limites e parece indiferente para com aqueles que ficam para trás. E ao ilustrar a catequese com a história da cidade de Babel, Francisco destaca:
“Ainda hoje a coesão, mais do que a fraternidade e a paz, baseia-se muitas vezes na ambição, nos nacionalismos, na homologação, em estruturas técnico-económicas que inculcam a crença de que Deus é insignificante e inútil: não tanto porque procuramos mais conhecimento, mas sobretudo porque procuramos mais poder. É uma tentação que permeia os grandes desafios da cultura atual.”
Não ter medo do diálogo
“Na Evangelii gaudium”, ressalta o texto do Papa, “apelei a uma evangelização que ilumine os novos modos de te relacionares com Deus, com os outros e com o ambiente, e que suscite os valores fundamentais”.
“O zelo apostólico nunca é uma simples repetição de um estilo adquirido, mas um testemunho de que o Evangelho está vivo aqui para nós hoje.”
“Conscientes disto, olhemos, portanto, para a nossa época e para a nossa cultura como uma dádiva. Elas são nossas e evangelizá-las não significa julgá-las de longe, nem ficar numa varanda gritando o nome de Jesus, mas sair às ruas, ir aos lugares onde moramos, frequentar os espaços onde sofremos, trabalhamos, estudamos e refletimos, habitar as encruzilhadas onde os seres humanos partilham o que faz sentido para as suas vidas. Significa ser, como Igreja, «um fermento de diálogo, de encontro, de unidade. Afinal, as nossas próprias formulações de fé são o resultado de um diálogo e de um encontro entre diferentes culturas, comunidades e instâncias. Não devemos ter medo do diálogo: na verdade, são precisamente a comparação e a crítica que nos ajudam a evitar que a teologia se transforme em ideologia»”
“Precisamos de permanecer nas encruzilhadas do hoje. Abandoná-las significaria empobrecer o Evangelho e reduzir a Igreja a uma seita. Frequentá-las, porém, ajuda a nós, cristãos, a compreender de forma renovada as razões da nossa esperança, para extrair e partilhar «coisas novas e velhas» do tesouro da fé.”
Uma pastoral que incorpore melhor o Evangelho
Na conclusão do texto Francisco ressalta: “em vez de querer reconverter o mundo de hoje, precisamos de converter a pastoral para que ela incorpore melhor o Evangelho”.
“Façamos nosso o desejo de Jesus: ajudar os nossos companheiros de viagem a não perder o desejo de Deus, para que lhes abra o coração e encontrem o único que, hoje e sempre, dá paz e alegria ao homem.”
VN
27 novembro 2023
ADVENTO 2023
26 novembro 2023
Angelus, Papa: amar Jesus significa servi-lo nos pequeninos e nos pobres
Silvonei José – Vatican News
"Hoje não posso assomar à janela porque tenho este problema de inflamação nos pulmões". Foi o que disse o Papa Francisco, em conexão vídeo da Capela da Casa de Santa Marta, para a recitação do Angelus neste domingo, explicando que monsenhor Braida "lerá a reflexão, que a conhece bem porque é ele quem a faz, e sempre a faz muito bem. Muito obrigado pela sua presença". Monsenhor Paolo Braida é chefe do escritório da Secretaria de Estado.
"De acordo com os critérios do mundo, -
destaca o texto lido por mons. Braida - os amigos do rei devem ser
aqueles que lhe deram riqueza e poder, que o ajudaram a conquistar
territórios, a vencer batalhas, a tornar-se grande entre outros
governantes, talvez aparecer como uma estrela nas primeiras páginas dos
jornais ou nos médias sociais, e a eles ele deveria dizer: "Obrigado,
porque vocês me tornaram rico e famoso, invejado e temido". Isto de
acordo com os critérios do mundo.
"No entanto, de acordo com os critérios de Jesus, os amigos são outros: são aqueles que o serviram nas pessoas mais frágeis", afirma o Papa, comentando o Evangelho da Solenidade de Cristo Rei, que "nos fala do juízo final e nos diz que será sobre a caridade".
"O Filho do Homem", explicou Francisco, "é um Rei completamente diferente, que chama os pobres de 'irmãos', que se identifica com os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os doentes, os presos". "Ele é um Rei que é sensível ao problema da fome, à necessidade de uma casa, à doença e à prisão – continuou - todas realidades que, infelizmente, são sempre muito atuais".
Angelus - 26 de novembro de 2023
"Pessoas famintas, sem-teto, muitas
vezes vestidas como podem, enchem as nossas ruas: nós encontramo-las todos
os dias. E também em relação à enfermidade e à prisão, todos nós
sabemos o que significa estar doente, cometer erros e arcar com as
consequências".
O Papa enfatizou no texto lido que "o
Evangelho de hoje diz-nos que somos 'benditos' se respondemos a estas
pobrezas com amor, com serviço: não olhando para o outro lado, mas dando
de comer e beber, vestindo, hospedando, visitando, numa palavra,
estando perto dos necessitados".
E isto porque "Jesus, nosso Rei que se
define Filho do Homem, tem as suas irmãs e irmãos prediletos nas mulheres e
homens mais frágeis". "E o estilo com o qual os seus amigos são
chamados a distinguirem-se, aqueles que têm Jesus como Senhor, é o seu
próprio estilo", acrescentou: compaixão, misericórdia, ternura".
"Então, irmãos e irmãs, perguntemos a nós mesmos", insistiu o Pontífice - acreditamos que a verdadeira realeza consiste na misericórdia? Acreditamos no poder do amor? Acreditamos que a caridade é a manifestação mais real do homem e é uma exigência indispensável para o cristão? E, enfim, uma pergunta particular: sou um amigo do Rei, ou seja, sinto-me envolvido na primeira pessoa nas necessidades dos sofredores que encontro no meu caminho? O convite final do Papa foi, portanto, "amar Jesus nosso Rei nos seus irmãos mais pequeninos”.
VN
19 novembro 2023
IDOSOS?!
O Papa exorta a superar o medo que paralisa e a ançarmo-nos com confiança em Deus
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
“O medo paralisa, a confiança liberta”. Medo ou confiança, duas posturas que podemos ter diante de Deus e que serão determinantes na nossa relação com Ele e por consequência na multiplicação ou não dos talentos que gratuitamente d'Ele recebemos.
Dirigindo-se aos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, neste XXXIII Domingo do Tempo Comum, o Papa falou das duas maneiras diferentes de nos aproximarmos de Deus. Para tal, inspirou-se na Parábola dos Talentos narrada no Evangelho de Mateus 25, 14-30.
Francisco começa por explicar que os talentos confiados aos seus servos, por um senhor que sai em viagem “eram os seus bens, um capital", e foram distribuídos “de acordo com as capacidades de cada um”.
Ao retornar, este senhor pede contas aos servos. Dois deles dobraram os talentos que receberam, o que é elogiado pelo senhor, enquanto o terceiro, por medo, enterrou o seu, devolvendo o mesmo que tinha recebido, atitude que recebe uma repreensão.
O medo que bloqueia
O Santo Padre então, explica a primeira maneira de nos aproximarmos de Deus, que é aquela movida pelo medo de alguém que não confia na sua bondade e por isso fica bloqueado:
É aquela daquele que enterra o talento recebido, que não sabe ver as suas riquezas dadas por Deus: ele não confia nem no patrão, nem em si mesmo (...). Ele sente medo dele, não vê a estima, não vê a confiança que o senhor deposita nele, mas vê somente o agir de um patrão que exige mais do que dá, de um juiz. E esta é a sua imagem de Deus: não consegue acreditar na sua bondade, não consegue acreditar na bondade do Senhor em relação a nós. Por isso fica bloqueado e não se deixa envolver na missão recebida.
A atitude de confiança que liberta
Atitude diferente, por sua vez, têm os outros dois protagonistas, “que retribuem a confiança do seu senhor, confiando por sua vez nele”:
Esses dois investem tudo o que receberam, mesmo que inicialmente não saibam se tudo irá correr bem: estudam, veem as possibilidades e prudencialmente pçrocuram o melhor; aceitam o risco de se envolverem. Confiam, estudam e arriscam. Assim, têm a coragem de agir com liberdade, de forma criativa, gerando nova riqueza.
E diante de Deus, temos esses dois caminhos a seguir, observa o Papa, “medo ou confiança. Ou tens medo diante de Deus ou tens confiança no Senhor". E a exemplo dos protagonistas da parábola, também nós, recorda Francisco, “recebemos talentos, todos, muito mais preciosos do que o dinheiro. Mas muito do modo como os investimos depende da nossa confiança no Senhor, que liberta o coração, torna-nos ativos e criativos na prática do bem”:
Superar o medo e confiar em Deus
Não esqueçamos isto: a confiança liberta, sempre, o medo paralisa. Recordemos: o medo paralisa, a confiança liberta. E isto também se aplica à educação dos filhos. E perguntemo-nos: acredito que Deus é Pai e me confia dons porque confia em mim? E eu, confio n'Ele ao ponto de me lançar sem desanimar, mesmo quando os resultados não são certos nem óbvios? Sei dizer em cada dia na oração: ‘Senhor, eu confio em Ti, dá-me forças para seguir em frente: confio em Ti, nas coisas que me deste. Deixe-me saber como, como levá-las em frente...'. Por fim, também como Igreja: cultivamos nos nossos ambientes um clima de confiança e de estima recíproca, que nos ajuda a seguir em frente juntos, que desbloqueia as pessoas e estimula a criatividade do amor em todos? Pensemos nisto.
Que a Virgem Maria, disse ao concluir, nos ajude a superar o medo e a confiar em Deus - nunca ter medo de Deus! Temor sim, medo não - e a confiar no Senhor.
VN
15 novembro 2023
Papa: o Evangelho não é uma ideologia, é o anúncio da alegria
Thulio Fonseca - Vatican News
“Após falar sobre diversas testemunhas do anúncio do Evangelho,
proponho, como síntese destas catequeses sobre o zelo apostólico, quatro
pontos baseados na Exortação Apostólica Evangelii gaudium,
que completa neste mês dez anos. O primeiro ponto, que examinamos hoje,
só pode dizer respeito à atitude da qual depende a substância do gesto
evangelizador: a alegria.”
Com estas palavras, Francisco iniciou a sua catequese durante a Audiência Geral desta quarta-feira (15). Diante dos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa enfatizou que "a mensagem cristã, conforme ouvimos nas palavras do anjo aos pastores, é o anúncio de uma 'grande alegria'".
"E qual é o motivo dessa grande alegria? Uma boa notícia, uma surpresa, um belo acontecimento?”, questionou o Pontífice, para então responder: “É muito mais do que isso, é uma Pessoa: Jesus! Ele é o Deus feito homem que nos ama sempre, que deu a sua vida por nós e deseja-nos conceder a vida eterna! Ele é o nosso Evangelho, a fonte de uma alegria perene!”
“Ou proclamamos Jesus com alegria, ou não o proclamamos, porque qualquer outra forma de anunciá-Lo não é capaz de trazer a verdadeira realidade de Jesus.”
A evangelização não é uma ideologia
Seguidamente, o Papa faz um alerta aos fiéis: "um cristão que está descontente, triste, insatisfeito ou, pior ainda, ressentido e rancoroso não tem credibilidade". Segundo Francisco, a evangelização funciona de forma gratuita, porque vem da plenitude, não da pressão.
O Papa enfatizou que "quando se evangeliza com base em ideologias,
isso não é evangelizar, isso não é o Evangelho. O Evangelho não é uma
ideologia: o Evangelho é um anúncio de alegria. As ideologias são frias,
todas elas. O Evangelho tem o calor da alegria. As ideologias não sabem
sorrir, o Evangelho é um sorriso, ele faz-te sorrir porque toca a tua
alma com a Boa Nova", sublinhou Francisco.
A humanidade aguarda o anúncio do Evangelho
"Portanto, os primeiros a serem evangelizados somos nós, os cristãos, e isso é muito importante", lembrou o Pontífice. Mesmo quando frequentemente nos encontramos imersos no ritmo acelerado e confuso do mundo atual, "também podemo-nos ver a viver a fé com um subtil senso de renúncia, convencidos de que o Evangelho não é mais ouvido e que não vale mais a pena o esforço de proclamá-lo".
“Podemos até ser tentados pela ideia de deixar os 'outros' seguirem o seu próprio caminho. Em vez disso, este é exatamente o momento de voltar ao Evangelho para descobrir que Cristo é sempre jovem, é sempre uma fonte constante de novidade.”
O Papa destacou que o Evangelho ainda é esperado nos dias atuais, e a humanidade de todos os tempos necessita do seu anúncio, inclusive a civilização imersa na descrença planeada e na secularidade institucionalizada. Especialmente numa sociedade que negligencia os espaços do sentimento religioso, o Evangelho é aguardado.
Na conclusão da catequese, o Papa convidou cada cristão a renovar o seu encontro pessoal com Jesus Cristo:
"Não nos esqueçamos disso. E se algum de nós não perceber essa alegria, perguntemos a nós mesmos se encontramos Jesus. É uma alegria interior. O Evangelho percorre o caminho da alegria, sempre, é o grande anúncio. Convido todos os cristãos, em qualquer lugar e situação em que se encontrem, a renovar o seu encontro pessoal com Jesus Cristo hoje. Que cada um de nós, neste dia, pare um pouco e pense: Jesus, Tu estás dentro de mim: quero encontrar-Te todos os dias. Tu és uma Pessoa, não uma ideia; Tu és um companheiro, não um programa. Tu és o Amor que resolve tantos problemas. Tu és o início da evangelização. Tu, Jesus, és a fonte da alegria."
VN
14 novembro 2023
TONTO E CEGO!
12 novembro 2023
FIM DE SEMANA DO ESPÍRITO SANTO NO ALPHA
Papa: estou próximo dos que sofrem, palestinos e israelitas, abraço-vos neste momento sombrio
Vatican News
Da guerra civil no Sudão, os pensamentos de Francisco, depois do Angelus deste domingo, 12 de novembro, dirigem-se ao Médio Oriente, onde está em curso um conflito sangrento. “Diariamente”, diz o Papa, “os meus pensamentos voltam-se para a situação gravíssima em Israel e na Palestina”.
“Estou próximo de todos aqueles que sofrem, palestinos e israelitas. Eu abraço-os neste momento de escuridão. E rezo muito por eles. Que as armas parem, elas nunca trarão paz, e que o conflito não se amplie! Chega! Chega irmãos! Chega!”
Assistência a Gaza e a libertação de reféns
E, mais uma vez, as palavras sinceras do Pontífice referem-se às condições na Faixa de Gaza. O seu apelo é para a sacralidade da vida humana, sem distinção.
“Em Gaza, os feridos devem ser socorridos imediatamente, os civis devem ser protegidos e mais ajuda humanitária deve ser levada a essa população exausta. Libertem os reféns, entre os quais há muitos idosos e crianças. Todo o ser humano, seja cristão, judeu, muçulmano, de qualquer povo ou religião, todo o ser humano é sagrado, é precioso aos olhos de Deus e tem o direito de viver em paz. Não percamos a esperança: oremos e trabalhemos incansavelmente para que o senso de humanidade prevaleça sobre a dureza dos corações.”
Gaza, o hospital Shifa foi completamente destruído
Ainda hoje, 12 de novembro, o exército israelita garantiu um corredor humanitário de sete horas para a população palestina que deseja eslocar-se do norte para o sul da Faixa. O porta-voz militar Avichai Adraee disponibilizou esta informação através da rede social "X" em árabe. Enquanto isto, "o prédio de dois andares da ala de doenças cardíacas do hospital Shifa, em Gaza, foi completamente destruído por um ataque aéreo", disse o vice-ministro da Saúde, Youssef Abou Rich, à agência de notícias Afp, culpando o exército israelita pelo ataque. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) relatou "um número significativo de mortos e feridos" em um "bombardeamento" à sua sede na Cidade de Gaza, evacuada pelos seus funcionários e agora ocupada por centenas de palestinos desalojados. Um jovem palestino foi morto no vilarejo de Burqa (perto de Nablus, Cisjordânia). O caso foi relatado pela agência de notícias Wafa.
VN
Angelus: menos tempo no telemóvel, mais cuidado com a vida interior
Thulio Fonseca – Vatican News
“Viver é isto: uma grande preparação para o dia das núpcias,
quando seremos chamados a sair para encontrar Aquele que nos ama acima
de tudo, Jesus!”
O exemplo da sabedoria e da imprudência, presente na parábola das dez virgens, chamadas a sair ao encontro do noivo, foi o tema da reflexão do Papa, no Angelus deste 32º Domingo do Tempo Comum. Ao dirigir-se aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça de São Pedro, num domingo frio de outono, Francisco iniciou dizendo que este “evangelho apresenta-nos uma parábola que diz respeito ao significado da vida de cada um”.
O Papa sublinha que, no texto presente no livro de São Mateus, cinco virgens são sábias e cinco imprudentes, e convida os fiéis a refletirem sobre estas duas características:
“Todas aquelas damas de honra estão lá para receber o noivo, ou seja, elas querem encontrá-lo, assim como nós também desejamos a realização de uma vida feliz: a diferença entre sabedoria e imprudência não está, portanto, apenas na boa vontade, tão pouco na pontualidade com que chegam ao encontro: todos estão lá com as suas lâmpadas, a esperar. A diferença entre as sábias e as imprudentes é outra: a preparação.”
Francisco destaca que as sábias juntamente com as suas lâmpadas,
levaram também óleo, e as imprudentes, por outro lado, não o fizeram:
“Aqui está a diferença: o óleo. E qual é a característica do óleo? O
facto de não poder ser visto: está dentro das lâmpadas, não é visível,
mas sem ele as lâmpadas não iluminam”.
O cuidado com a vida interior
“Se olharmos para nós mesmos, perceberemos que a nossa vida corre o mesmo risco: hoje estamos muito atentos às aparências, o importante é cuidar bem da nossa imagem e causar uma boa impressão diante dos outros. Mas Jesus diz que a sabedoria da vida está noutro aspeto: no cuidado com o que não podemos ver, mas que é mais importante, porque está dentro de nós. É o cuidado com a vida interior.”
Segundo o Papa, essa atenção implica “saber como parar e ouvir o próprio coração, vigiar os pensamentos e os sentimentos". Significa saber abrir espaço para o silêncio, ser capaz de ouvir.”, e como um exemplo concreto cita um instrumento muito comum, o celular, e exorta principalmente os agentes pastorais:
“Significa saber abrir mão do tempo gasto em frente da tela do telemóvel para olhar a luz nos olhos dos outros, no próprio coração, no olhar de Deus sobre nós. Significa, especialmente para aqueles que desempenham um papel na Igreja, não se deixarem aprisionar pelo ativismo, mas dedicar tempo ao Senhor, à escuta da sua Palavra.”
É preciso dedicar tempo para a vida com Deus
“O Evangelho dá-nos o conselho certo para não negligenciarmos o óleo da vida interior” continua Francisco, "o óleo da alma, que é importante prepará-lo.” E recordando o exemplo das virgens que se tinham preparado bem, destaca:
“Assim é para nós: a vida interior não pode ser improvisada, não é uma questão de um momento, de uma vez ou outra, de uma vez por todas; ela deve ser preparada dedicando um pouco de tempo todos os dias, com constância, como se faz para tudo o que é importante.”
O Pontífice, no final da sua alocução convida os fiéis a uma reflexão:
“Podemos perguntar-nos”, indaga Francisco, “o que estou a preparar neste momento da vida? Talvez eu esteja a tentar fazer algumas economias, esteja a pensar numa casa ou num carro novo, em projetos concretos... Estas são coisas boas. Mas será que também estou a pensar em dedicar tempo para cuidar do meu coração, da oração e do serviço aos outros, ao Senhor, que é a meta da vida? Enfim, como está o óleo da minha alma, estou nutrindo-o e mantendo-o bem?”
“Que Nossa Senhora nos ajude a conservar o óleo da vida interior”, concluiu o Papa.
VN
08 novembro 2023
O Papa: muitas guerras e sofrimentos, que Deus traga a paz justa
Antonella Palermo – Vatican News
O Papa Francisco pediu, mais uma vez, na Audiência Geral desta quarta-feira (08/11), para rezar pelos povos que sofrem com a guerra.
Não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia e pensemos nos povos palestino e israelita. Que o Senhor nos conduza a uma paz justa. Há muito sofrimento.
A guerra é sempre uma derrota
NA sua saudação aos peregrinos de língua italiana presentes na Praça de São Pedro para a Audiência Geral, o Pontífice invocou insistentemente a paz:
As crianças sofrem, os doentes sofrem, os idosos sofrem e muitos jovens morrem. Não nos esqueçamos de que a guerra é sempre uma derrota.
Olhando para o conflito no Médio Oriente, o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários afirma que cerca de 15 mil pessoas fugiram da Cidade de Gaza na última terça-feira (07/11), em relação às 5 mil da última segunda-feira e 2 mil no domingo. Um número que é considerado um "aumento acentuado". Enquanto isso, o Exército israelita matou, durante a noite, num ataque aéreo direcionado, Mohsen Abu Zina, chefe da produção de armas do Hamas, especialista no desenvolvimento de armas estratégicas e foguetes. Na frente de guerra na Ucrânia, os ministros das Relações Exteriores do G7 declararam-se "unidos" na sua determinação de continuar a fornecer "forte apoio" ao país invadido pela Rússia.
Livrar a terra do mal
Na sua bênção aos fiéis de língua árabe, o Papa também invocou proteção "contra todo o mal" e pediu ao Senhor Jesus, em particular, um dom:
A coragem de agir com todos aqueles que trabalham na terra para libertá-la do mal e restaurá-la à sua bondade original.
Secularização, não reclamar, mas testemunhar com fraternidade
Após a catequese, dedicada à figura de Madeleine Delbrêl, Francisco saudou outros grupos de peregrinos entre os quais os peregrinos de língua francesa, em particular os membros da União Nacional das Associações Familiares Católicas. Em seguida, fez um convite:
Diante de nosso mundo secularizado, não nos queixemos, mas vejamos nele um chamamento para provar a nossa fé e um convite a comunicar a alegria do Evangelho a todos aqueles que têm sede de Deus. Peçamos ao Senhor a graça de testemunhar a nossa fé diariamente por meio da fraternidade e da amizade vivida com cada um.
Convidando os fiéis a tornarem-se “pedras vivas a serviço do Senhor”, o Papa recordou a celebração, na quinta-feira, 9 de novembro, da festa litúrgica da Dedicação da Basílica de São João de Latrão: um aniversário, especificou o Bispo de Roma, que deveria provocar este ardor.
Polónia, aniversário da independência: agradecer a Deus
Por fim, o Sucessor de Pedro mencionou, na sua saudação aos peregrinos polacos, o iminente aniversário da reconquista da independência da Polónia, que se celebra em 11 de novembro. “Este aniversário encoraja-vos a ser gratos a Deus”, afirmou o Papa, que exortou: “Transmitam a vossa história às novas gerações”.
VN
06 novembro 2023
49ª ASSEMBLEIA DO RENOVAMENTO CARISMÁTICO CATÓLICO DO GRUPO PNEUMAVITA
01 novembro 2023
Francisco: continuemos a rezar pelas populações que sofrem
O Papa, saudando os fiéis presentes na Praça de São Pedro para o Angelus neste dia de Solenidade de Todos os Santos, recordou os conflitos que estão a ensanguentar o mundo e pediu que rezemos por aqueles que sofrem. Francisco também lembrou que nesta quinta-feira, 2 de novembro, por ocasião da celebração dos falecidos, vai celebrar missa no Cemitério de Guerra de Roma, do bairro Testaccio.
Francesca Sabatinelli e Andressa Collet - Vatican News
O Papa, nas saudações após o Angelus desta quarta-feira (01), volta a falar sobre as guerras que afligem o mundo de hoje, pedindo que não parem de rezar pelos povos que estão a viver esses conflitos.
“E continuemos a rezar pelos povos que sofrem com as guerras de hoje. Não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia, não nos esqueçamos da Palestina, não nos esqueçamos de Israel, não nos esqueçamos de tantas outras regiões onde a guerra ainda é muito forte.”
Francisco, dirigindo-se à multidão presente na Praça de São Pedro, também saudou e agradeceu aos grupos de peregrinos presentes, entre eles os participantes da tradicional Corrida dos Santos promovida pela Fundação Missões Dom Bosco "para viver numa dimensão de festa popular" a Solenidade de Todos os Santos. A corrida, que já está na sua 15ª edição, contou com a passagem dos participantes pelo centro de Roma.
A missa no Dia de Finados
O Papa então despediu-se, lembrando que nesta quinta-feira (2), em memória dos fiéis falecidos, vai celebrar uma missa no Cemitério de Guerra de Roma, conhecido também como Cemitério Inglês. Todos os anos, Francisco escolhe um lugar simbólico de dor e de recordação para a data do Dia de Finados. A celebração começa às 10h na Itália, 8h no horário de Portugal, com transmissão ao vivo nos canais do Vatican News, com comentários em português, direto do cemitério que acolhe aqueles que morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
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Papa: os santos não são heróis inalcançáveis, são como nós, em caminho pela comunhão com Deus
Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus desta quarta-feira (1), Francisco recomendou conhecer e emocionarmo-nos com a vida dos santos que "não são heróis inalcançáveis ou distantes, mas são pessoas como nós". Através do exemplo deles, disse o Papa, devemos comemorar o dom recebido no Batismo e seguir caminhando, esforçando-nos para não desperdiçá-lo.
Andressa Collet - Vatican News
A Praça de São Pedro, que na manhã deste 1° de novembro foi ponto de partida para a tradicional Corrida dos Santos já na sua décima quinta edição, também recebeu fiéis do mundo inteiro para rezar junto com o Papa Francisco a oração mariana do Angelus. Nesta quarta-feira (1) de Solenidade de Todos os Santos, o Pontífice propôs uma reflexão sobre a santidade, em particular, sobre duas características: a santidade como um dom, que "é um presente, não se pode comprar"; e ao mesmo tempo como um caminho.
O dom da santidade
"A santidade é um dom de Deus que recebemos no Batismo", disse o Papa, enaltecendo que, "se o deixarmos crescer, pode mudar completamente a nossa vida" (cf. Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, 15) ao ponto de alcançar a plenitude da vida cristã. Portanto, "os santos não são heróis inalcançáveis ou distantes, mas são pessoas como nós", continuou Francisco, a partir do dom que cada um recebeu:
“De facto, se pensarmos bem, certamente já conhecemos alguns deles, alguns santos quotidianos: algumas pessoas justas, algumas pessoas que vivem a vida cristã com seriedade, com simplicidade... essas a quem eu gosto de chamar de 'os santos da porta ao lado', que vivem normalmente. A santidade é um dom oferecido a todos para uma vida feliz.”
O caminho da santidade
Todo o dom recebido, afirma o Papa, é motivo de comemoração e precisa de ser acolhido, porque "traz consigo a responsabilidade de uma resposta, um 'obrigado'. Mas como se diz esse obrigado? É um convite para me esforçar para que não seja desperdiçado". É por isso que a santidade também se torna um caminho para "ser feito juntos, ajudando uns aos outros, unidos àqueles ótimos companheiros que são os Santos", aquele irmão ou irmã mais velho, "com os quais podemos contar sempre".
Francisco, então recomenda conhecer e emocionarmo-nos com a vida deles que são o nosso apoio, corrigem quando é necessário, "desejam o nosso bem": "nas suas vidas encontramos um exemplo, nas nossas orações recebemos ajuda e, na comunhão com eles estamos ligados por um vínculo de amor fraterno", acrescenta o Papa, ao questionar:
“Eu lembro-me de ter recebido o dom do Espírito Santo, que me chama à santidade e ajuda-me a chegar lá? Agradeço a Ele por isso? Sinto os santos perto de mim e dirijo-me a eles? Conheço a história de alguns deles? Faz-nos bem conhecermos a vida dos santos e emocionarmo-nos com os seus exemplos. Faz-nos muito bem recorrermos a eles na oração.”
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