30 julho 2023

XLVI Assembleia Nacional do RCC

 


Fonte: RCC Portugal - Conferência Nacional
 

O Papa confia a Maria os jovens da JMJ

 
  Jovens durante uma Jornada Mundial da Juventude  
 
Faltando poucos dias para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, Francisco pensa nos muitos jovens que irão a Portugal de todos os continentes e invoca para eles a proteção da Virgem que, depois da Anunciação, "levantou-se e partiu apressadamente".
 

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco irá a Lisboa, Portugal, em 02 de agosto, para a Jornada Mundial da Juventude.

Após a oração do Angelus, deste domingo (30/07), o Santo Padre recordou este grande evento juvenil que reúne milhões de jovens de todo o mundo.

Peço-lhes que me acompanhem com a oração na Viagem a Portugal, que farei a partir da próxima quarta-feira, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Tantos jovens, de todos os continentes, experimentarão a alegria do encontro com Deus e com os irmãos, guiados pela Virgem Maria, que, após a anunciação, "levantou-se e partiu apressadamente". A Ela, estrela luminosa do caminho cristão, tão venerada em Portugal, confio os peregrinos da JMJ e todos os jovens do mundo.

VN

O Papa, crise do grão: o grito de quem tem fome sobe ao céu

 
  Crise do grão, conflito entre Rússia e Ucrânia  (AFP or licensors)  
 
Francisco reza pela martirizada Ucrânia e faz um apelo para que a iniciativa do Mar Negro seja restaurada e o grão seja transportado com segurança.
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Após a oração mariana do Angelus deste domingo (30/07), o Papa Francisco recordou novamente a Ucrânia:

Não deixemos de rezar pela martirizada Ucrânia, onde a guerra destrói tudo, até o grão. Esta é uma ofensa grave a Deus, porque o grão é o seu dom para alimentar a humanidade; e sobe ao Céu o grito de milhões de irmãos e irmãs que passam fome. Faço um apelo aos meus irmãos, às autoridades da Federação Russa para que a iniciativa do Mar Negro seja restaurada e o grão possa ser transportado com segurança.

Guterres: crise vai pesar principalmente sobre os países pobres

Numa entrevista, neste domingo, ao jornal italiano La Repubblica, o secretário-geral da ONU, António Guterres, critica a decisão da Federação Russa de por fim à implementação da Iniciativa do Mar Negro, acordo mediado pelas Nações Unidas que permitiu a exportação segura de mais de 33 milhões de toneladas de cereais e produtos alimentares em 45 países com mais de mil navios. “Quando milhões e milhões de toneladas de grãos são retirados do mercado, de acordo com as leis económicas, isto levará a preços mais altos dos que existiriam com o acesso normal ao grão ucraniano nos mercados internacionais. Esses aumentos de preços serão pagos por todos, em todos os lugares, e especialmente pelos países em desenvolvimento e pelas pessoas vulneráveis ​​nos países de renda média e até desenvolvidos”, disse Guterres.

VN

O Papa: reconhecer as joias preciosas da vida e distingui-las das quinquilharias

 
  O Papa Francisco no Angelus deste domingo  (Vatican Media)  
 
No Angelus deste domingo, Francisco convidou a "não perder tempo e liberdade com coisas triviais, passatempos que nos deixam vazios por dentro, enquanto a vida oferece-nos todos os dias a pérola preciosa de um encontro com Deus e com os outros! É necessário saber reconhecê-la: discernir para encontrá-la". Jesus "é a pérola preciosa da vida".
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Fiéis de várias partes do mundo reuniram-se, na Praça de São Pedro, neste domingo (30/07), para a oração mariana do Angelus conduzida pelo Papa Francisco.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice falou sobre o Evangelho, deste domingo, que "conta a parábola de um negociante que procurava pedras preciosas". Segundo Jesus, o negociante «ao encontrar uma pérola de grande valor, vai, vende tudo o que possui e compr-a». Então, o Papa deteve-se "nos gestos deste negociante, que primeiro procura, depois encontra e, por fim, compra".

"Primeiro passo: procurar. Trata-se de um negociante empreendedor que não fica parado, mas sai de casa e começa a procurar pérolas preciosas. Ele não diz: "Estou satisfeito com as que tenho", mas procura outras mais bonitas", disse o Papa, acrescentando:

Este é um convite a não nos fecharmos na rotina, na mediocridade de quem se contenta, mas a reavivar o desejo, para que o desejo de procurar, possa ir adiante, não se apague, cultivar sonhos de bem, procurar a novidade do Senhor, porque o Senhor não é repetitivo, ele traz sempre novidade, a novidade do Espírito faz sempre novas as realidades da vida. Nós devemos manter sempre a atitude de procurar.

"O segundo gesto do negociante é encontrar. Ele é uma pessoa arguta que "tem olho" e sabe reconhecer uma pérola de grande valor. Isto não é fácil", disse o Papa. Francisco convidou a pensar, "nos fascinantes bazares orientais, onde as barracas, cheias de mercadorias, amontoam-se ao longo dos muros das ruas cheias de pessoas; ou em algumas barracas que se veem em muitas cidades, cheias de livros e vários objetos. Às vezes, nesses mercados, se pararmos para olhar bem, podemos descobrir tesouros: coisas preciosas, volumes raros que, misturados com todo o resto, passam despercebidos à primeira vista. Mas o negociante da parábola tem um olho aguçado e sabe encontrar, sabe "discernir" para encontrar a pérola".

Isto é um ensinamento para nós: todos os dias, em casa, na rua, no trabalho, nas férias, temos a oportunidade de ver o bem. É importante ser capaz de encontrar o que importa: treinarmo-nos para reconhecer as joias preciosas da vida e distingui-las das quinquilharias. Não percamos tempo e liberdade com coisas triviais, passatempos que nos deixam vazios por dentro, enquanto a vida nos oferece todos os dias a pérola preciosa de um encontro com Deus e com os outros! É necessário saber reconhecê-la: discernir para encontrá-la

O último gesto do negociante: compra a pérola. "Percebendo o seu imenso valor, ele vende tudo, sacrifica todos os bens para tê-la. Muda radicalmente o inventário do seu depósito; não há mais nada além daquela pérola: é a sua única riqueza, o sentido do seu presente e do seu futuro", disse o Papa, acrescentando:

Isto também é um convite para nós. Mas o que é esta pérola pela qual tudo se pode renunciar, aquela de que nos fala o Senhor? Essa pérola é Ele mesmo. É o Senhor! Procurar o Senhor e achar o Senhor, encontrar o Senhor, viver com o Senhor. A pérola é Jesus: Ele é a pérola preciosa da vida, a ser procurada, encontrada e adquirida. Vale a pena investir tudo Nele porque, quando se encontra Cristo, a vida muda. Quando encontras Crista a tua vida muda.

A seguir, o Papa retomou "os três gestos do negociante - procurar, encontrar e comprar", e convidou cada um a fazer a si mesmo, as seguintes perguntas:

Procurar: estou, na minha vida, a procurar? Sinto-me no lugar, tranquilo, satisfeito ou treino o meu desejo de bem? Estou aposentado espiritualmente? Quantos jovens estão aposentados! Segundo gesto, encontrar: pratico o discernimento do que é bom e vem de Deus, sabendo renunciar ao que, ao contrário, deixa-me com pouco ou nada? Por fim, comprar: sei como gastar-me por Jesus? Ele está em primeiro lugar para mim? Ele é o maior bem da vida? Seria bom dizer hoje a Ele: "Jesus, és o meu maior bem". Que cada um diga no seu coração:  "Jesus, és o meu maior bem".

"Que Maria nos ajude a procurar, encontrar e abraçar Jesus com toda a nossa força", concluiu o Papa.

VN

27 julho 2023

JMJ

 

 

Ei-los que chegam

jovens ainda
vestidos de esperança
caminhando por seu pé
vivendo na confiança
que anima a sua fé.

Vêm de longe
de outras terras
de outros costumes
cansados de guerras
de dúvidas e incertezas
que querem deixar para trás
trazendo no coração
um imenso desejo de paz.

Vêm à procura
do Deus que se fez Homem
encontrá-lo nas suas vidas
abandonar a secura
de oportunidades perdidas.

Ei-los que chegam
ansiosos pela luz
que lhes ilumine o caminho
que mesmo passando na cruz
os leve ao encontro do amor
ao encontro de Jesus.



Marinha Grande, 27 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves

 

25 julho 2023

O QUE É MORRER?


O que é morrer, Senhor, quando penso em Ti, ou melhor, quando anseio por Ti na minha vida?


Sim, Senhor, o que é morrer, senão viver uma vida muito mais para além do que a vida que morreu.

Abriste no tempo uma estrada, Senhor, quando ressuscitaste dos mortos e nos mostraste a vida eterna que Tu és e que queres que todos sejamos Contigo.

E já nada, nem ninguém pode fechar essa estrada que abriste em Ti, para cada um de nós.

Então, Senhor, e mais uma vez, o que é a morte?

Um momento de vida em que a vida se torna vida para sempre.

Porque é então que a Tua vida em nós se torna no tudo e no todo da vida que em nós criaste e que só se completa totalmente quando é vida em Ti para sempre.

Então, Senhor, permite que pergunte mais uma vez o que é a morte?

É uma exaltação, um grito da alma que anseia por Ti, mais ainda, um desejo incomensurável de vida que se torna para sempre vida em Ti.

Ah, Senhor, não tenho medo da morte!

Tenho medo de não viver a vida sempre em Ti, por Ti e para Ti, porque sou fraco e pecador.

Ah, Senhor, mas nem das fraquezas da minha vida afinal tenho medo, porque sei, porque acredito, que o Teu amor é sempre maior que o meu pecado e, por isso, me abraças e dizes sempre ao meu coração: Não tenhas medo!

Obrigado, Senhor, não tenho medo porque já sei o que é a morte.

A morte é afinal vida, vida que em Ti vivida, levada pelo Espírito Santo, me aconchega nos braços do Pai para assim ser eternamente.



Marinha Grande, 25 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves
 

23 julho 2023

Papa em apoio a migrantes: que o Mediterrâneo nunca mais seja "teatro de morte"

 
O Papa Francisco no Angelus deste domingo (23)  (Vatican Media)
 
Após o Angelus, Francisco fez um apelo aos governos europeus e africanos para que ajudem os milhares de migrantes presos e abandonados há semanas, "em meio a sofrimentos indescritíveis" nas áreas desérticas do norte da África. E pede às nações que limitem as emissões de poluentes por causa de eventos climáticos extremos, como as eheias na Coreia do Sul. Finalmente, convida os fiéis a rezarem pelos avós e netos no Dia Mundial dos Idosos e em vista da JMJ.
 

Alessandro Di Bussolo - Vatican News

O Papa Francisco faz um contundente apelo em apoio aos migrantes, após o Angelus deste domingo (23) diante de 20 mil fiéis na Praça de São Pedro e milhões deles conectados pela mídia.

“E agora eu gostaria de chamar a atenção para o drama que continua para os migrantes na parte norte da África. Milhares deles, no meio de sofrimentos indescritíveis, estão presos e abandonados em áreas desérticas há semanas. Dirijo o meu apelo, em especial aos Chefes de Estado e de Governo da Europa e da África, para que prestem socorro e assistência urgentes a esses irmãos e irmãs. Que o Mediterrâneo nunca mais seja um teatro de morte e desumanidade. Que o Senhor ilumine as mentes e os corações de todos, despertando sentimentos de fraternidade, solidariedade e acolhimento.”

Próximo às vítimas das enchentes na Coreia do Sul

Francisco também recorda que estamos a viver, "aqui e em muitos países, eventos climáticos extremos": por um lado, muitas regiões são afetadas por "ondas de calor anormais e incêndios devastadores"; por outro, em muitos lugares há cheias e inundações, "como as que flagelaram a Coreia do Sul nos últimos dias: estou próximo de quem está a sofrer e de quem está a ajudar as vítimas e os desabrigados".

“E, por favor, renovo o meu apelo aos líderes das nações para que se faça algo mais concreto para limitar as emissões poluentes: é um desafio urgente e inadiável, que diz respeito a todos. Vamos proteger a nossa casa comum!”

O futuro é construído na aliança entre jovens e idosos

Por fim, apresentando o neto e a avó ao seu lado, da janela de onde recitou a oração do Angelus, o Pontífice recorda que neste domingo (23), "enquanto muitos jovens se preparam para partir para a Jornada Mundial da Juventude", está  ser celebrado o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos.

“Que a proximidade entre as duas Jornadas seja um convite para promover uma aliança entre as gerações, tão necessária, porque o futuro constrói-se juntos, na partilha de experiências e no cuidado mútuo entre jovens e idosos. Não nos vamos esquecer deles. E vamos aplaudir todos os avôs e avós! Bem alto!”

No final do Angelus, o Papa Francisco saudou os fiéis de Roma e os peregrinos de muitos países, em particular do Brasil, Itália, Polónia, Uruguai, os estudantes de Buenos Aires e os fiéis da diocese de Legnica, na Polónia. Por fim, saudou o grupo italiano de ciclistas "40 anos depois", de Cogorno, e os participantes da iniciativa "Pedalar pela Paz" e as crianças acolhidas por algumas comunidades da região italiana do Lazio.

VN

 

Francisco no Angelus: cultivar os campos da vida sem julgar aquele do vizinho

 
  O Papa, da janela do Palácio Apostólico, junto a uma avó com o seu neto  
 
O Papa aprofunda a reflexão sobre a parábola do trigo e do joio proposta no Evangelho deste domingo (23) antes da oração mariana do Angelus. Ao descrever os três campos da vida que encontramos diariamente - do mundo, do coração e do vizinho -, o Pontífice exortou a procurar a obra de Deus para cultivar o bem em nós mesmos e também nos outros, sem a tentação de frequentes julgamentos e falta de paciência.
 

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco, após presidir a missa especial na Basílica de São Pedro pelo III Dia Internacional dos Avós e dos Idosos, quando refletiu em homilia sobre as três histórias simples propostas no Evangelho deste domingo (23), voltou a recordar a parábola do trigo e do joio (cf. Mt 13,24-43) da janela do Palácio Apostólico. Antes da oração mariana do Angelus, o Pontífice aprofundou os diferentes "campos" que encontramos no nosso dia a dia, a começar por aquele do nosso mundo, onde Deus semeia tanto o trigo como o joio, "e por isso o bem e o mal crescem juntos":

"Vemos isto nos noticiários, na sociedade e também na família e na Igreja. E quando junto com o trigo bom vemos as ervas más, temos vontade de arrancá-las imediatamente para fazer uma 'limpeza'. Mas o Senhor hoje adverte-nos que é uma tentação: não se pode criar um mundo perfeito e não se pode fazer o bem destruindo apressadamente o que está errado, porque isso tem efeitos piores: acabamos - como se diz - 'a jogar fora o bebé junto com a água do banho'."

Há, no entanto, alertou o Papa, um segundo campo em que podemos e devemos fazer a limpeza: é o campo do coração, "o único sobre o qual podemos intervir diretamente". Ali também há trigo e joio, disse Francisco, e é de onde se espalham pelo grande campo do mundo:

"Para cultivá-lo (o campo do coração) adequadamente é preciso, por um lado, cuidar constantemente dos delicados brotos do bem e, por outro, identificar e erradicar as ervas daninhas no momento certo. Portanto, vamos olhar para dentro de nós e examinar um pouco o que está a acontecer, o que está a crescer em mim de bom e de mau. Há um belo método para fazer isto: aquilo que se chama exame de consciência, que é ver o que está a acontecer hoje na minha vida, o que atingiu o meu coração e quais as decisões que tomei. E isto serve justamente para verificar, à luz de Deus, onde estão as ervas daninhas e onde está a semente boa."

Mas Francisco ainda propôs a reflexão sobre o campo do vizinho, "das pessoas com as quais nos relacionamos todos os dias e que frequentemente julgamos", já que acaba por ser mais fácil reconhecer o joio delas do que o trigo que cresce. O Papa, finalizou a sua reflexão, então, lembrando que devemos "cultivar os campos da vida" procurando a obra de Deus: 

"Peçamos a graça de saber vê-lo em nós mesmos, mas também nos outros, começando por aqueles que estão próximos. Não se trata de um olhar ingénuo, mas de um olhar crente, porque Deus, agricultor do grande campo do mundo, ama ver o bem e fazê-lo crescer ao ponto de fazer da colheita uma festa! Portanto, ainda hoje podemos fazer a nós mesmos algumas perguntas. Pensando no campo do mundo: consigo vencer a tentação de 'fazer de cada erva um feixe', de limpar o campo dos outros com os meus julgamentos? Depois, pensando no campo do coração: sou honesto ao procurar em mim as plantas más e decidido jogá-las no fogo da misericórdia de Deus? E pensando no campo do vizinho: tenho a sabedoria de ver o que é bom sem me desanimar com as limitações e a lentidão dos outros?"

“Que a Virgem Maria nos ajude a cultivar com paciência o que o Senhor semeia no campo da vida: no meu campo, naquele do vizinho, no campo de todos.”

VN

18 julho 2023

SANTOS


 
 
 
Ainda vemos muitas vezes a santidade como algo de extraordinário, algo de inalcançável para o comum mortal, algo que vai muito para além do nosso dia a dia.

Prestamos muita atenção às coisas extraordinárias feitas pelos santos sem percebermos que, muitas vezes no seu dia a dia, a sua vida era tentar viver sempre segundo a vontade Deus que eles tentavam escutar sempre nos seus corações, nas suas consciências.

E afinal a santidade ou ser santo não é fazer coisas extraordinárias, (embora nos tempos em que vivemos seguir Cristo já é extraordinário), mas sim viver segundo a vontade de Deus, deixando-se guiar pelo Espírito Santo, tentando acolher os outros como Cristo, querendo amar como o Pai nos ama.

A verdade, (falo por mim), é que também escutamos nos nossos corações, nas nossas consciências, o Espírito Santo que nos quer conduzir segundo a vontade de Deus, mas nós, com as nossas “sabedorias”, as nossas certezas, as nossas ideias, os nossos planos, e também os nossos medos e vergonhas humanas, acabamos por fazer o que queremos e não o que Deus quer para nós.

Mas a verdade, acredito eu, é que cada um de nós tem a santidade inscrita no seu ser e, por isso mesmo, a “única” atitude a tomar é abraçar essa santidade em nós, fazendo a vontade de Deus em cada momento de família, de trabalho, de lazer, de alegria, de tristeza, de saúde, de doença, de boa disposição, de má disposição, enfim em tudo e sempre no dia a dia de cada um.

E os santos fizeram sempre a vontade de Deus em tudo no seu dia a dia?

Não, claro que não, porque eram pecadores como nós, mas sempre recomeçavam caminho, nunca desistiam, porque viam sempre os braços do Pai abertos para eles, quando regressavam a casa.

Por isso o Céu está cheio de santos e são precisamente esses santos “anónimos” que devemos almejar, que devemos querer, que devemos acreditar poder ser.

Ser “Santo de altar” não é mais nem menos do que ser santo como todos os outros que comungam da visão eterna de Deus.

Ser “Santo de altar” não devia ser para nos admirarmos com o extraordinário, mas sim com a atitude da vida diária desses Santos em todos momentos e, reflectindo nas semelhanças com os momentos das nossas vidas, querer imitá-los na sua entrega, no seu amor, na sua resistência a fazer a sua vontade, antes da vontade de Deus.

Afinal ser santo é fácil!

Basta querer deixar-se guiar pelo Espírito Santo e, quando a nossa vontade “falar” mais alto do que Ele, resistir à nossa vontade, fazendo a vontade de Deus.

É também saber e acreditar no mais íntimo de nós próprios que Deus nos criou santos, porque nos ama com amor eterno e, por isso mesmo, quando erramos o caminho, Ele está sempre de braços abertos à nossa espera para retomar o caminho connosco.

Ah, e ser santo não é desistirmos de nós próprios, mas sim sermos nós próprios, tal como Deus nos criou no Seu infinito amor.



Marinha Grande, 18 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves
 

16 julho 2023

Francisco: o Senhor livre a família humana do flagelo da guerra

 
 Pio XII e o bombardeamento de Roma (Vatican Media) 
 
No Angelus, o Papa relembra o bombardeamento há oitenta anos, no bairro romano de S. Lourenço. Denuncia que até hoje estas tragédias repetem-se e pergunta: "Como é possível? Será que perdemos a nossa memória?" Seguidamentge, reza pelo "querido povo ucraniano que sofre tanto"
 

Vatican News

Após a oração mariana do Angelus neste 16 de julho, XV Domingo do Tempo Comum, o Papa quis recordar "que há oitenta anos, em 19 de julho de 43, alguns bairros de Roma, especialmente S. Lourenço, foram bombardeados". O trágico aniversário foi para o Pontífice a ocasião, mais uma vez, para renovar o "não" à guerra e à perda da memória histórica.

"Será que perdemos nossa memória?"

"Infelizmente, até hoje estas tragédias repetem-se. Como é possível? Será que perdemos a nossa memória? Que o Senhor tenha piedade de nós e liberte a família humana do flagelo da guerra. Em particular, pedimos pelo querido povo ucraniano que está a sofrer tanto".

Esta é, de facto, a oração de Francisco, que também recordou a solícita proximidade com as vítimas demonstrada na época pelo Pontífice, que visitou as ruínas, os mortos e os feridos, cercado pelos romanos que o aplaudiram gritando paz.

O venerável Papa Pio II quis ir para o meio do povo chocado...

Na Cidade Eterna, 3 mil mortos e 11 mil feridos

Somente no bairro romano de S. Lourenço houve 717 mortos e 4 mil feridos, mas na cidade o número de mortos foi muito maior: 3 mil mortos e 11 mil feridos nos bairros Tiburtino, Prenestino, Casilino, Labicano, Tuscolano e Nomentano, que também foram bombardeados. Conforme testemunhado no local do Museu Histórico da Libertação, na Rua Tasso, 10 mil casas foram destruídas e 40 mil cidadãos ficaram sem-teto. Este foi o primeiro bombardeamento sobre Roma, no bairro San Lorenzo, em 19 de julho de 1943.

VN

14 julho 2023

ENTREGARMO-NOS À VONTADE DE DEUS

 
 
 
 
 
Entregarmo-nos à vontade de Deus é confiar no amor, é viver na esperança de que n’Ele tudo é vida, mesmo na morte que por Ele foi vencida.

Entregarmo-nos à vontade de Deus é ser um pouco santo, porque é vencermo-nos a nós próprios, para sermos verdadeiramente à «Sua imagem e semelhança».

Entregarmo-nos à vontade de Deus é sermos mais para os outros do que para nós próprios, é sermos caridade como testemunhos Seus.

Entregarmo-nos à vontade Deus é dizermos ao mundo em que vivemos que o preservamos porque obra de Deus, mas que obedecemos a Deus e não ao mundo, porque só Deus ama sem limites.

Entregarmo-nos à vontade Deus é deixarmo-nos conduzir pelo Espírito Santo e, em oração, dizer em cada momento, estou aqui, Senhor, serve-Te de mim.

Entregarmo-nos à vontade Deus é espantarmo-nos todos os dias com a beleza da Sua criação, descobrir em cada flor a alegria da cor, ver em cada animal a multiplicidade da vida.

Entregarmo-nos à vontade Deus é admirar-nos com a grandeza de Deus em cada cume de montanha, na imensidade do mar, no ribombar do trovão, na força do vento impetuoso, na força do rio caudaloso, que nos inunda o coração.

Entregarmo-nos à vontade Deus é ser o mais pequenino de entre os pequeninos, é ser criança ao colo, é ser aprendiz do amor, é ser testemunha de bondade, é ser abraço acolhedor.

Entregarmo-nos à vontade Deus é sorrir sem medida, abraçar com força desmedida, cantar em cada dia de Deus a Sua alegria.

Entregarmo-nos à vontade Deus é sermos nada sendo tudo, porque no nada que somos, Deus se faz tudo para todos.




Marinha Grande, 14 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves
 

13 julho 2023

CANSAÇO!

 

 
 
Abate-se em mim um cansaço inexplicável.

Esta doença, sem cara, meio benigna ou meio maligna, afinal, (ou como se queira ver o copo meio cheio ou meio vazio), provoca esta situação sem nenhum sentido.

A gente não percebe sequer porque está cansado, mas a verdade é que os braços, as pernas, todo o corpo, parecem pesar toneladas, o esforço para se mover leva quase à exaustão e nós sem percebermos porquê.

E depois penso naqueles que têm outras doenças cheias de dores, que têm às vezes até o “horizonte” marcado, e apenas posso dar graças a Deus por “apenas” ter esta “coisa”, que não se vê, mas se sente.

Assim aproveito o momento menos bom e dou graças a Deus por estar comigo em cada momento.

Aproveito, e atrevo-me até a rezar como Jesus:
«Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.» Mt 26, 39

Mas depois penso na pobreza da minha minúscula doença perante a grandeza da entrega da vida de Jesus Cristo, meu Senhor e meu Deus, e apenas posso pedir perdão pela comparação que ousei fazer.

Mas novamente aproveito o momento e digo com aquela que quero que seja a minha mais sincera humildade:
Aceita, Pai, por Jesus Cristo, guiado pelo Espírito Santo, este pouco da minha vida que Te quero oferecer por todos os que sofrem, sobretudo aqueles que não abrem os seus corações a Ti e assim não podem receber de ti o amor que faz o «Teu jugo suave e o Teu fardo leve». Mt 11, 30

E então ganho asas, levanto-me, abro os braços, dou graças e clamo bem alto:
Obrigado, meu Deus, porque Te fazes presente na minha vida!!!




Marinha Grande, 13 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves
 

09 julho 2023

Papa anuncia Consistório para 30 de setembro. Dom Américo Aguiar será cardeal

 
O Papa Francisco conduz a sua oração do Angelus dominical da janela do seu escritório com vista para a Praça de São Pedro, Cidade do Vaticano, 9 de julho de 2023. ANSA/RICCARDO ANTIMIANI
 
 
No final do Angelus o Papa Francisco anunciou o Consistório para a criação de novos cardeais, entre os quais Dom Américo Manuel ALVES AGUIAR, bispo auxiliar de Lisboa.
 

Vatican News

Após rezar o Angelus, o Papa Francisco anunciou para setembro a realização de um Consistório para a criação de novos cardeais, o nono de seu Pontificado. O primeiro foi em 22 de fevereiro de 2014, seguiu-se o de 14 de fevereiro de 2015; 19 de novembro de 2016; 28 de junho de 2017; 28 de junho de 2018; 05 de outubro 2019; 28 de novembro de 2020; 27 de agosto de 2022.

Eis o anúncio:

"Queridos irmãos e irmãs, tenho o prazer de anunciar que no próximo dia 30 de setembro realizarei um Consistório para a criação de novos cardeais. A sua proveniência exprime a universalidade da Igreja, que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra. Além disso, a inclusão de novos cardeais na Diocese de Roma demonstra o vínculo inseparável entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares espalhadas pelo mundo. Eis os nomes dos novos Cardeais:

1 - Dom Robert Francis PREVOST, O.S.A. (EUA), Prefeito do Dicastério para os Bispos
2 - Dom Claudio GUGEROTTI (Itália), Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais
3 - Dom Víctor Manuel FERNÁNDEZ (Argentina), Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé
4 - Dom Emil Paul TSCHERRIG (Suíça), Núncio Apostólico
5 - Dom Christophe Louis Yves Georges PIERRE (França), Núncio Apostólico
6 - Dom Pierbattista PIZZABALLA (Itália), Patriarca Latino de Jerusalém
7 - Dom Stephen BRISLIN, Arcebispo da Cidade do Cabo (África do Sul)
8 - Dom Ángel Sixto ROSSI, S.J., Arcebispo de Córdoba (Argentina)
9 - Dom Luis José RUEDA APARICIO, Arcebispo de Bogotá (Colômbia)
10 - Dom Grzegorz RYŚ, Arcebispo di Łódź (Polónia)
11 - Dom Stephen Ameyu Martin MULLA, Arcebispo de Juba (Sudão do Sul)
12 - Dom José COBO CANO, Arcebispo de Madri (Espanha)
13 - Dom Protase RUGAMBWA, Arcebispo coadjutor de Tabora (Tanzânia)
14 - Dom Sebastian FRANCIS, Bispo de Penang (Malásia)
15 - Dom Stephen CHOW SAU-YAN, S.J., Bispo de Hong Kong
16 - Dom François-Xavier BUSTILLO, O.F.M. Conv., Bispo de Ajaccio (França)
17 - Dom Américo Manuel ALVES AGUIAR, Bispo auxiliar de Lisboa (Portugal)
18 - Rvdo. Ángel FERNÁNDEZ ARTIME, s.d.b., Reitor-Mor dos Salesianos.

Juntamente com eles unirei aos membros do Colégio Cardinalício dois arcebispos e um religioso que se distinguiram pelo serviço à Igreja:

19 - Dom Agostino MARCHETTO (Itália), Núncio Apostólico 
20 - Dom Diego Rafael PADRÓN SÁNCHEZ, Arcebispo emérito de Cumaná (Venezuela)
21 -  Pe. Luis Pascual DRI, OFM Cap., confessor no Santuário de Nossa Senhora de Pompeia, Buenos Aires (Argentina)

Rezemos pelos novos cardeais, para que, confirmando a sua adesão a Cristo, Sumo Sacerdote misericordioso e fiel (cf. Hb 2, 17), me ajudem no meu ministério de Bispo de Roma para o bem de todo o Santo Povo fiel de Deus."

Dom Américo Manuel ALVES AGUIAR, bispo auxiliar de Lisboa

Dom Américo Alvez Aguiar Nasceu em 12 de dezembro de 1973 em Leça do Balio, Matosinhos. Em 1995 ingressou no Seminário Maior do Porto; Concluiu os seus estudos académicos na Universidade Católica: primeiro Teologia (Porto) e depois um Mestrado em Ciências da Comunicação (Lisboa);

Em 2001 foi ordenado sacerdote por Dom Armindo Lopes Coelho;
2001/2002 - pároco de S. Pedro de Azevedo, Campanhã;
2001/2004 - Tabelião na Cúria Diocesana;
2002/2015 - Responsável pelo Escritório de Informação/Comunicação;
2002/2008 - Assistente Regional do Corpo Nacional de Escoteiros;
2004/2015 - Vigário Geral, Chefe de Gabinete dos Bispos do Porto e Capelão da Cúria Diocesana. e Capelão-Mor da Misericórdia do Porto;
2007/2015 - Vice-Reitor do Santuário Diocesano de Santa Rita (Ermesinde);
2014/2015 - Pároco in solidum da Catedral;

Foi membro do Cabido Portucalense de 2017 a fevereiro de 2019;
Foi Diretor da Secretaria Nacional de Comunicação Social de 7 de abril de 2016 a 1º de maio de 2019;
Nomeado pelo Papa Francisco, bispo auxiliar de Lisboa a 1 de março de 2019. Ordenado bispo titular de Dagno a 31 de março de 2019, na Igreja da Trindade, Porto; É Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023. É Diretor do Departamento de Comunicação do Patriarcado de Lisboa.

VN

07 julho 2023

O PÃO DE CADA DIA



 

 

Às vezes apetece-me sentar no banco da vida e desistir de me incomodar com certas coisas que me vão acontecendo, ou melhor, que deviam acontecer e não acontecem.


Seria tão mais fácil deixar andar sem nada resolver e deixar que o tempo resolvesse aquilo que eu não consigo ou que aqueles amigos a quem peço ajuda também não resolvem.

E depois tento sempre dissociar a amizade que lhes tenho e, acredito, eles me têm a mim, de todos os assuntos por resolver.

Sinto-me até às vezes culpado por os incomodar com as minhas coisas, mas a verdade é que eu estou sempre disponível para ajudar, quando para tal sou solicitado.

Ah, mas eu prezo muito mais a amizade do que os assuntos por resolver, porque esses, mais tarde ou mais cedo resolvem-se ou não, mas a amizade é coisa diária, é fruto do coração, é vida permanente que não se apaga, nem deixa extinguir.

E assim vou sublimando em mim a irritação muito humana, para deixar que o amor, (muito mais humano porque impregnado do divino), tome conta de mim e me vá fazendo rezar pelos meus amigos todos, para que encontrem, no mínimo, o mesmo amor de Deus que eu encontrei.

E resulta! Oh se resulta!

Parece então que O ouço dizer-me ao ouvido ou será ao coração:
Mas Eu alguma vez te faltei? Não sabes que te amo com amor eterno? A Mim nunca precisas de perguntar três vezes se Eu te amo, porque a resposta está sempre bem dentro de ti, na certeza que tens do Meu amor.

Levanto-me então do tal banco da vida, (quase como um banco de cobrador de impostos), deixo os assuntos nas mãos d’Ele, e sigo-O cheio de confiança, revestido de esperança, todo envolto em amor.

E Ele toma-me pela mão, diz-me que já se faz tarde, já anoitece, e então eu peço-Lhe humildemente que fique connosco, que fique comigo, e que eu sempre O reconheça ao “partir do pão” de cada dia.



Monte Real, 7 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves
 

05 julho 2023

SOU TEU!

 


Ver-Te na brilhante luz do Sol,
na suavidade do luar,
no vento que tudo move,
na montanha que se eleva,
na imensidão do mar,
na onda que não acaba,
nos infinitos grãos de areia da praia,
na beleza de uma flor,
num beijo,
num abraço,
num terno encontro de amor.

Ver-Te no respirar,
no coração a bater,
no sangue sempre a fluir,
no coração,
na mente,
num suspiro de viver,
num desejo de partir,
sabendo um dia chegar,
vendo-Te sem nunca Te ver.

Voar por cima das nuvens,
correr sem nunca parar,
procurar-Te em cada momento,
deixar-me levar pelo Teu Vento,
que me faz acreditar,
que sempre que me entregar,
sempre Te hei-de encontrar.

Ou então,
quedar-me quieto em silêncio,
fechar os olhos,
sonhar,
sentir o coração,
cheio de amor,
a pulsar,
abrir os braços em cruz
e exclamar:
Sou Teu,
aqui me tens,
meu Senhor,
doce Jesus!



Monte Real, 5 de Julho de 2023
Joaquim Mexia Alves

03 julho 2023

O Papa: a Eucaristia abre-mos ao mundo, como Jesus nos ensinou

 
 
Na intenção de oração deste mês, confiada a toda a Igreja católica através da Rede Mundial de Oração do Papa, o Pontífice convida-nos a colocar a Eucaristia no centro das nossas vidas.
 

Vatican News

"Por uma vida eucarística" é o título do vídeo do Papa Francisco com a intenção de oração para este mês de julho.

Na mensagem de vídeo divulgada, nesta segunda-feira (03/07), o Santo Padre diz que "se ao sair da missa estás como entraste, alguma coisa não funciona". Na intenção de oração deste mês, confiada a toda a Igreja católica através da Rede Mundial de Oração do Papa, o Pontífice convida-nos a colocar a Eucaristia no centro das nossas vidas.

Ele convida-nos a olhar para esta celebração não como uma obrigação ritual, mas como um encontro com Jesus ressuscitado, pois "a Eucaristia é a presença de Jesus, é profundamente transformadora. Jesus vem e deve transformar-te".

Nela, é Cristo que se oferece, que se dá por nós, que nos convida para que a nossa vida seja alimentada por Ele e alimente a vida dos nossos irmãos.

Isto é o que acontece aos protagonistas do vídeo deste mês: três fiéis que, no final da Missa, levam a Eucaristia aos seus irmãos necessitados, fora da igreja, oferecendo e retribuindo esse amor e esse dom de si mesmos que receberam no sacramento. As cenas da vida quotidiana são ambientadas na cidade de Detroit, nos Estados Unidos. De facto, graças à ajuda da Arquidiocese de Detroit, realizou-se o Vídeo do Papa deste mês de julho.

A celebração da Eucaristia é um encontro com Jesus ressuscitado e, ao mesmo tempo, uma forma de nos abrirmos ao mundo, como Ele nos ensinou.

Segundo o Papa, "cada vez que participamos numa Eucaristia, Jesus vem e Jesus dá-nos a força para amar como Ele amou".

Francisco explica "a lógica da Eucaristia", que "nos dá a coragem de sair ao encontro, sair de nós mesmos e de nos abrirmos amorosamente aos demais".

Rezemos para que os católicos ponham no centro das suas vidas a celebração da Eucaristia, que transforma as relações humanas e abre ao encontro com Deus e com os irmãos.

VN

02 julho 2023

O Papa: os conflitos poderiam ser evitados e resolvidos ouvindo os outros

 
  
"Profeta é aquele que, em virtude do Batismo, ajuda os outros a ler o presente sob a ação do Espírito Santo. É muito importante ler o presente não como uma crónica, mas lê-lo como iluminado e sob a ação do Espírito Santo que ajuda a compreender os projetos de Deus e a corresponder a eles", disse Francisco no Angelus dominical. 
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

«Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta». Com esta frase de Jesus que fala sobre o profeta, extraída do capítulo 10, versículo 41 do Evangelho de Mateus, o Papa Francisco iniciou a alocução do Angelus do domingo, 2 de julho.

Da janela da residência pontifícia vaticana, o Santo Padre dirigiu-se aos fiéis na Praça de São Pedro e demais partes do mundo, fazendo a seguinte pergunta: "Mas quem é o profeta?"

"Há quem o imagine como uma espécie de mágico que prediz o futuro; esta é uma ideia supersticiosa e o cristão não acredita em superstições, como magia, cartas, horóscopos ou coisas semelhantes. Mas, a propósito, muitos, muitos cristãos procuram que lê as palmas das mãos! Por favor! Outros retratam o profeta apenas como um personagem do passado, que existiu antes de Cristo para preanunciar a sua vinda", disse ainda Francisco, acrescentando que "o próprio Jesus fala hoje da necessidade de acolher os profetas; portanto, eles ainda existem, mas quem são? Quem é o profeta?"

Profeta, irmãos e irmãs, é cada um de nós: de facto, com o Batismo, todos nós recebemos o dom e a missão da profecia. Profeta é aquele que, em virtude do Batismo, ajuda os outros a ler o presente sob a ação do Espírito Santo. É muito importante ler o presente não como uma crónica, mas lê-lo como iluminado e sob a ação do Espírito Santo que ajuda a compreender os projetos de Deus e a corresponder a eles. Por outras palavras, o profeta é aquele que indica aos outros Jesus, que dá testemunho dele, que ajuda a viver o hoje e a construir o amanhã de acordo com os seus desígnios. Portanto, todos nós somos profetas, testemunhas de Jesus «para que a força do Evangelho resplandeça na vida quotidiana, familiar e social».

Segundo o Pontífice, "o profeta é um sinal vivo que indica Deus aos outros, o profeta é um reflexo da luz de Cristo no caminho dos irmãos. Assim, podemo-nos perguntar, cada um de nós: eu, que fui "eleito profeta" no Batismo, falo e, sobretudo, vivo como testemunha de Jesus? Levo um pouco da sua luz na vida de alguém? Eu verifico-ne quanto a isto? Eu onterrogo-me: como está o meu testemunho, como está minha profecia?"

"No Evangelho, o Senhor também pede para acolher os profetas", recordou o Papa. "Por isso, é importante acolher-nos como tais, como portadores de uma mensagem de Deus, cada um segundo o seu status e vocação, e fazê-lo onde vivemos, ou seja, na família, na paróquia, nas comunidades religiosas, nas outras áreas da Igreja e da sociedade. O Espírito distribuiu dons de profecia no santo povo de Deus: por isso é bom ouvir a todos", sublinhou.

Por exemplo, quando se deve tomar uma decisão importante, é bom primeiro rezar, invocar o Espírito, mas depois escutar e dialogar, na confiança de que todos, mesmo o mais pequenino, têm algo importante a dizer, um dom profético para partilhar. Assim se busca a verdade e se difunde um clima de escuta de Deus e dos irmãos, no qual as pessoas não se sentem acolhidas apenas se dizem aquilo que eu gosto, mas se sentem acolhidas e valorizadas como dons pelo que são.

A seguir, Francisco pediu para pensar "em quantos conflitos poderiam ser evitados e resolvidos assim, ouvindo os outros com o desejo sincero de se entender"! Convidou a todos a fazerem as seguintes perguntas individualmente: "Sei acolher os irmãos e irmãs como dons proféticos? Acredito que preciso deles? Escuto-os com respeito, com o desejo de aprender? Porque cada um de nós precisa de aprender com os outros."

"Que Maria, Rainha dos Profetas, nos ajude a ver e acolher o bem que o Espírito semeou nos outros", concluiu.

VN