Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Os fiéis de Atenas uniram-se ao seu pastor na celebração eucarística
nesta tarde, no “Megaron Concert Hall” – a única missa pública presidida
pelo Papa na Grécia. Na homilia, Francisco comentou o Evangelho deste II
Domingo do Advento, que apresenta a figura de S. João Batista.
Desertos existenciais
O Pontífice ressaltou dois aspetos desta mensagem: deserto e conversão. O evangelista Lucas fala de circunstâncias solenes e de grandes personagens da época e esperava-se que a Palavra de Deus se dirigisse a um deles, mas não. Passa-se inesperadamente para o deserto, para um homem desconhecido e solitário. De facto, acrescentou o Papa, ter autoridade, sermos cultos e famosos não constituem garantias para agradar a Deus. Ao invés, João prega no deserto, o que constitui para nós uma mensagem encorajadora:
É nos nossos desertos existenciais que Ele nos visita, quando as
situações parecem irresgatáveis, sem saída. “Assim, não há lugar que
Deus não queira visitar.”
“Portanto, caríssimos, não temais a pequenez, porque a questão não é sermos pequenos e poucos, mas abrirmo-nos a Deus e aos outros.”
Ir além, porque Deus é maior
O segundo aspeto é a conversão. Falar de conversão, disse Francisco,
pode parecer difícil e gerar tristeza, como se fosse fruto somente do
nosso empenho. Podemo-nos sentir frustrados em querer mudar, mas não
conseguir. Mas em grego, o verbo converter tem outro significado, que é
precisamente “pensar além”.
Ao contrário, é preciso confiar Nele, porque é Deus o nosso além, a
nossa força. Tudo muda se deixarmos a Ele o primeiro lugar.
“Eis a conversão: ao Senhor, basta a nossa porta aberta para Ele entrar e
fazer maravilhas, assim como Lhe bastaram um deserto e as palavras de
João para vir ao mundo.”
O Pontífice concluiu convidando os fiéis a pedirem a graça da esperança, a graça de acreditar que, com Deus, as coisas mudam.
“Peçamos a graça da esperança, porque é a esperança que reanima a fé e reacende a caridade; porque é de esperança que hoje estão sequiosos os desertos do mundo.”
Deixo a Grécia, mas não os gregos!
No final da celebração, o Papa quis manifestar a sua gratidão a todos os que prepararam a visita, pois na segunda-feira, o Pontífice volta ao Vaticano.
VN
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