O Cardeal-Patriarca assinalou, hoje, o Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa.
No
dia dedicado à Universidade Católica Portuguesa (UCP), o
Cardeal-Patriarca de Lisboa e Magno Chanceler da instituição lembrou
toda a comunidade educativa e sublinhou os “valores” que a conduzem ao
longo de mais de 50 anos. Na paróquia do Parque das Nações, D. Manuel
Clemente pediu maior atenção à criação de cuidados paliativos, que deem
resposta “ao sofrimento de tantos irmãos e irmãs que possam desistir de
viver”.
Na homilia deste Domingo, o Cardeal-Patriarca de Lisboa
começou por apresentar a súplica de Job, escutada na primeira leitura,
para apontar a “uma esperança que, apesar de tudo, não morre” e que se
deve reforçar no atual contexto de pandemia. “É ela que nos sustenta na
vida e deve ser sustentada por todos, e também por nós, em relação
àqueles que quase a percam, dadas as dificuldades que os atacam. Este
grito de Job, pode dar voz a tantas angústias que esta pandemia
redobrou”, sublinhou D. Manuel Clemente na celebração que foi
transmitida, em direto, pela TVI.
Na
Igreja do Parque das Nações, o Cardeal-Patriarca de Lisboa também deixou
o desafio à Evangelização, que se pode traduzir por “dizer a cada um
que não está só, que a morte está vencida por Aquele em que Deus nos
encontrou, para nós nos encontrarmos todos na mesma esperança ativa e na
mesma caridade concreta”. Este desafio está hoje, segundo o
Cardeal-Patriarca, concretizado através de muitos que, “em todos os
serviços de saúde, se aproximam dos doentes – os da pandemia e não só –,
com uma coragem e persistência exemplares”. “Todos nós estamos com
eles, nessa primeira frente sanitária, para que a pandemia seja
vencida”, assegurou.
Sem adjetivos
Perante
estas “atuais circunstâncias”, provocadas pela pandemia, o
Cardeal-Patriarca de Lisboa voltou a referir-se à recente lei da
eutanásia que é contrária à “atitude total de acompanhar os outros na
vida – e sempre na vida”. Esta lei “vai frontalmente contra aquilo que
diz, no seu artigo 24, a Constituição da República Portuguesa.
Taxativamente, afirma que ‘a vida humana é inviolável’, sem precisar de
mais adjetivos nem circunstâncias. É assim, absolutamente assim”,
considerou D. Manuel Clemente, evocando também a opinião de vários
constitucionalistas. Perante “este problema”, o Cardeal-Patriarca pediu a
atenção de todos – públicos e privados – para a criação de cuidados
paliativos que “verdadeiramente envolvam, protejam, acompanhem e deem
uma satisfação, realmente possível, à dor e ao sofrimento de tantos
irmãos e irmãs nossas que possam desistir de viver”. “Não desistamos nós
de conviver com eles”, apelou.
Universidade com valores
Na
celebração que também assinalou o Dia Nacional da Universidade Católica
Portuguesa, o Magno Chanceler da instituição destacou o lema escolhido –
‘O Valor de uma Universidade com Valores’ – para sublinhar a
transmissão de valores com que a instituição tem marcado os milhares de
diplomados ao longo de mais meio século de existência. “A UCP tem
desenvolvido, ao longo destes anos, uma série de saberes e aplicações –
como agora no campo da medicina – para que a resposta seja total e a
valorização seja completa, no corpo e no espírito, e para que, a partir
daí, também pelo ensino e pela aplicação profissional, o Evangelho
continue a acontecer, através da boa notícia de que este mundo pode ser
como Deus não desiste que seja. Nós, do lado de Deus, iluminados pelas
atitudes de Jesus Cristo, não desistiremos nunca”, assegurou D. Manuel
Clemente. “Este é o lugar da esperança, este é o lugar do futuro: uma
valorização total do ser humano”, reforçou.
Nesta
celebração, a reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel
Capeloa Gil, lembrou que “em contexto de pandemia, o valor de uma
educação fundada nos valores do humanismo cristão ultrapassa largamente o
utilitarismo instrumental”. “A pandemia afetou tudo e, como salientou o
Papa Francisco, demonstrou que o que está em causa ‘é uma crise na
forma como nos relacionamos com a realidade e uns com os outros’. O que
está em causa é, portanto, uma crise de perceção do mundo e da
humanidade, que exige um impulso transformador. E uma educação superior
transformadora, como é missão da Universidade Católica Portuguesa,
deverá ser radical na forma como faz dos jovens do presente o garante de
um futuro melhor”, garantiu a reitora através de uma mensagem lida no
final da celebração.
Patriarcado de Lisboa
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