Então, meu filho, este ano está a acabar. O que Me queres dizer sobre ele?
Oh, Senhor, foi um ano complicado, com tantas coisas que não correram bem e sobretudo esta pandemia. Mas houve coisas muito boas, sem dúvida!
Então e nessas coisas que não correram tão bem, encontraste algo para a tua vida?
A pandemia, Senhor, fez-me reflectir na nossa fragilidade, na nossa pequenez!
Afinal um vírus, coisa tão ínfima, coloca em perigo a humanidade, o Homem, que se julga tantas vezes invencível.
Mas Eu estou sempre convosco, sabes bem!
Sim, Senhor, eu sei e acredito firmemente que sim.
E toda esta situação faz-me pensar, (e espero bem que os outros também assim pensem), em como na nossa sociedade, apesar de tantas promessas de solidariedade, afinal íamos/vamos ficando cada vez mais individualistas, egoístas, “frios” nos sentimentos, e com as distâncias obrigatórias da pandemia, percebemos agora como nos fazem falta os afectos, os abraços, os sorrisos, (agora tapados por máscaras), enfim, os toques de amor entre nós.
É verdade, meu filho, o homem só é feliz em comunidade, em comunhão de amor, coMigo e com os outros e por isso precisa sempre de gestos, atitudes e palavras.
Senhor, neste novo ano que vai começar, afasta de nós esta pandemia, mas sobretudo, afasta de nós o individualismo, o egoísmo, a indiferença, que tantas vezes fazemos sentir aos outros, principalmente àqueles que mais necessitam, quer materialmente, quer emocionalmente.
Para isso, meu filho, voltai-vos para Mim, e «tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»* Enfim, meu filho, procurai em tudo fazer a Minha vontade.
Obrigado, Senhor, nas Tuas mãos entrego este novo ano, o meu e o de todos os homens.
Marinha Grande, 31 de Dezembro de 2020
Joaquim Mexia Alves
*Mt 11, 29-30
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