15 novembro 2020

Papa no Angelus: repetir sempre ao coração que "o pobre sou eu"

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Francisco, ao comentar a parábola dos talentos, trouxe novamente ao centro o Dia Mundial dos Pobres celebrado neste domingo (15). O Pontífice falou do perigo da lógica da indiferença e convidou, particularmente os cristãos, a repetir sempre ao coração que "o pobre sou eu". E o Papa insistiu: “não estás sozinho na vida: há pessoas que precisam de ti. Não seja egoísta: estenda a tua mão aos pobres".

Andressa Collet – Vatican News

No Angelus deste penúltimo domingo do ano litúrgico, o Papa Francisco voltou a comentar a famosa parábola dos talentos (cf. Mt 25,14-30), do Evangelho de hoje, “que vale para todos, mas, como sempre, especialmente para os cristãos”. Ela faz parte do discurso de Jesus sobre os últimos tempos, que precede imediatamente a sua Paixão, Morte e Ressurreição.

A parábola fala de um senhor rico que deve partir e confia os bens a três servos, distribuídos de acordo com as habilidades de cada um. Como faz Deus connosco, disse Francisco, que nos conhece bem, “sabe que não somos iguais e não quer privilegiar ninguém em detrimento dos outros”, mas confia a cada um segundo as suas capacidades.

Confira a íntegra do Angelus com o Papa neste 15 de novembro 

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Dia Mundial dos Pobres

O Papa fez referência ao próprio Dia Mundial dos Pobres, celebrado neste domingo (15), e falou do perigo da lógica da indiferença, convidando os cristãos a estender a mão aos pobres:

“Não estás sozinho na vida: há pessoas que precisam de ti. Não sejas egoísta: estenda a sua mão aos pobres. Todos nós recebemos de Deus um ‘património’ como seres humanos, uma riqueza humana, seja ela qual for. E, como discípulos de Cristo, também recebemos a fé, o Evangelho, o Espírito Santo, os Sacramentos e muitas outras coisas... Estes dons devem ser usados para fazer o bem, para fazer o bem nesta vida, como serviço a Deus e aos irmãos.”

Especialmente hoje a Igreja motiva ao usar dos dons de Deus e colocar-mo-nos a serviço dos mais necessitados, insistiu Francisco, alertando que é preciso olhar para os pobres que são muitos nas nossas cidades:

“Devemos fazer o bem, sair de nós mesmos e olhar, olhar para aqueles que mais precisam. Há tanta fome, mesmo no coração das nossas cidades, e muitas vezes entramos naquela lógica da indiferença: o pobre está ali e nós olhamos para o outro lado. Estende a sua mão ao pobre: é Cristo. Sim, alguns dizem: ‘Mas, esses padres, esses bispos que falam dos pobres, dos pobres... nós queremos que falem da vida eterna!’ Olha, irmão e irmã, os pobres estão no centro do Evangelho: foi Jesus quem nos ensinou a falar aos pobres, foi Jesus quem veio pelos pobres. Estende a tua mão aos pobres. Recebeste tantas coisas e deixas o teu irmão e a tua irmã morrer de fome?”

O Papa então convidou todos os cristãos a repetir ao coração duas coisas: estender a mão ao pobre e que “o pobre sou eu”.

Aprender com o exemplo de Maria

Francisco também trouxe o exemplo de Maria, de quem devemos aprender a receber os dons para fazer o bem: ela recebeu Jesus de Deus e “não o guardou para si mesma, ela o entregou ao mundo, ao seu povo”. 

VN

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