Francisco escreve ao Patriarca Ecuménico Bartolomeu I no dia da festa do Apóstolo, santo padroeiro do Patriarcado. O cardeal Koch participou com uma delegação vaticana da Divina Liturgia celebrada em Istambul.
Alessandro De Carolis/Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta segunda-feira (30/11), ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, por ocasião da festa de Santo André, Apóstolo, Padroeiro do Patriarcado Ecumênico.
“A paz pode ser negociada, mas isto não extinguirá as guerras do mundo até que as pessoas entendam que são irmãos e irmãs.” Para o Papa da Encíclica “Fratelli tutti” esta é uma certeza. Um pensamento contido na mensagem dirigida ao Patriarca Bartolomeu I, na Festa do Apóstolo André, lida pelo presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, no final da Divina Liturgia celebrada na Igreja de São Jorge, em Istambul, na Turquia, que contou com a presença de uma delegação vaticana. Uma antiga tradição igualmente respeitada pelos representantes do Patriarcado Ecuménico, que participaram da missa para a Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, em 29 de junho.
Guerras e vidas roubadas
Ao recordar o encontro ecuménico de 20 de outubro passado, realizado em Roma, na Praça do Capitólio, com Bartolomeu e outros líderes religiosos, Francisco observa que para além da pandemia, a guerra continua “a afligir muitas partes do mundo” e novos conflitos armados roubam a vida de homens e mulheres. “Sem dúvida”, escreve o Papa na mensagem, “todas as iniciativas tomadas por organismos nacionais e internacionais para promover a paz são úteis e necessárias, mas o conflito e a violência nunca cessarão até que todas as pessoas tenham uma consciência mais profunda de que têm uma responsabilidade recíproca como irmãos e irmãs”.
Igrejas irmãs
Uma fraternidade que Francisco afirma ter experimentado “em primeira pessoa” nos vários encontros com o Patriarcado Ecuménico, reconhecendo que o “desejo de aproximação e compreensão cada vez maior entre os cristãos” foi manifestado por Constantinopla “antes que a Igreja católica e outras Igrejas se comprometessem com o diálogo”. O Papa cita como demonstração deste facto uma carta encíclica do Santo Sínodo do Patriarcado Ecuménico enviada às Igrejas de todo o mundo, há cem anos atrás. “Quando as várias Igrejas se inspiram no amor, e o colocam em primeiro lugar no seu julgamento dos outros”, lê-se na carta do Santo Sínodo, “elas serão capazes, em vez de aumentar e ampliar as divergências existentes, diminuí-las ao máximo possível” e, além disto, “com a sua disposição a dar, sempre que surgir a oportunidade, uma mão de ajuda e assistência, então farão e realizarão muitas coisas boas para a glória e o benefício tanto de si mesmas como de todo o corpo cristão”.
Objetivo, a unidade
“Um texto que não perdeu a sua atualidade”, enfatiza o Papa, “que acompanha os votos ao Patriarca Bartolomeu I para a festa de Santo André com a constatação do notável crescimento nas relações entre a Igreja Católica e o Patriarcado Ecuménico no século passado. “Muito embora os obstáculos permaneçam, estou confiante de que, caminhando juntos no amor recíproco e procurando o diálogo teológico” será possível alcançar o objetivo “de restaurar a plena comunhão expressa através da participação no mesmo altar eucarístico”, de “reunir todos os homens num só corpo, e na pedra angular da Igreja una e santa”.
VN
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