Cheguei a casa e pensei: Não vou escrever já sobre a Assembleia do Grupo Pneumavita.
Sentei-me
na minha sala tentando repousar de todo deslumbramento que vivia em
mim, desde ontem em Fátima, continuado hoje e até agora já em casa.
Mas
ao meu coração vinha a frase/versículo - «não nos ardia o coração» (Lc
24, 32) – e então levantei-me e sentei-me aqui frente a este teclado,
deixando as palavras saírem de mim para ficarem escritas, quanto mais
não seja para me lembrar delas quando me “esquecer” que «o Senhor fez em
mim maravilhas» (Lc 1, 49).
Entrar
no anfiteatro Paulo VI, sentir o ambiente que o Grupo Pneumavita,
levado pelo Espírito Santo, suscita naquele lugar, remeteu-me
imediatamente para aquela noite, em que frente ao Santíssimo, ali,
naquele lugar em 1997, onde estariam então cerca de duas mil pessoas,
caí de joelhos e Lhe disse, (talvez sem grandes esperanças ainda naquele
momento), aqui estou, Senhor Jesus, e se estás aí, é chegado o momento
de me fazeres sentir-Te e de mudares a minha vida.
E
Ele não se fez rogado, entrou pela fresta que Lhe abri, tomou conta de
mim, e começou a mudar por completo tudo o que era e é preciso mudar em
mim e, até agora, ainda não acabou essa obra, porque eu sou duro de
convencer.
Deixei-me envolver,
mais uma vez, no Seu amor, entreguei-me no que me foi possível, e
pedi-Lhe que continuasse e reforçasse a mudança que continua a fazer em
mim.
Disse-nos
o pregador, Pe Joãozinho, (uma força do Espírito Santo), explicando-nos
com palavras e sugestivas imagens faladas, as sete maravilhas que Deus
fez em Maria, servindo-se do tema da Assembleia, «O Senhor fez em mim
maravilhas» (Lc 1, 49).
Não
tenho palavras para descrever o dia e muito menos a noite de Adoração,
em que toda aquela gente, irmanada no amor de Deus, se rendeu à presença
viva e actuante do Espírito Santo.
No
Domingo de manhã, sobretudo durante a Eucaristia de encerramento da
Assembleia, começou a surgir em mim, a verdade extraordinária de que
Deus fez nestes dias maravilhas em nós, maravilhas em mim.
Levado
pelas palavras proferidas pelo pregador, poder perceber que o Espírito
Santo fez em mim as mesmas sete maravilhas que fez em Maria, atendidas,
claro, as diferenças de Maria ser a «cheia de graça» e eu ser um pobre
pecador.
A
primeira maravilha foi que também a mim Ele se fez anunciar pela voz do
pregador, dizendo-me que estava ali e que, também, eu poderia ser cheio
d’Ele, se assim fosse essa a minha vontade, ou melhor, se eu quisesse
fazer a vontade d’Ele.
A
segunda maravilha foi que também Ele me fez visitá-lO e se fez visita
em mim, permanecendo em mim, conforme eu O deixava permanecer.
A
terceira maravilha foi que com a Sua presença, Ele me deslumbrou, me
extasiou, me fez sentir a Sua graça e o Seu amor, e que estava ali para
que todos nós n’Ele encontrássemos o verdadeiro amor.
A
quarta maravilha é que Ele se fez presente na nuvem, essa nuvem que Ele
é, para que O sigamos, como antes o povo de Israel O seguiu, fazendo-me
mergulhar na alegria da Sua presença.
A
quinta maravilha foi tornar a sentir-me baptizado na água do Seu lado,
em Igreja, sendo Ele a luz para me alumiar o caminho que Ele próprio
me/nos dá.
A
sexta maravilha foi sentir que Ele abençoou as minhas dores, (sejam
elas quais forem, físicas, psíquicas, espirituais), deixando que eu as
unisse às Suas próprias dores na Cruz, onde se entregou por todos nós.
A
sétima e última maravilha foi ungir-me, mais uma vez e sempre, no fogo
do Espírito Santo, para que, abandonando-me a Ele, encontrasse o caminho
que todos os dias Ele me dá, para com Ele encontrar a verdadeira vida
que Ele é.
Depois,
juntando todas estas sete maravilhas, vem o desafio que Ele me fez e
faz, de que, essas sete maravilhas não são para guardar em mim e só para
mim, mas que elas só têm sentido se for para eu sair de mim para os
outros, para testemunhar o Seu amor, para O dar a conhecer a quem ainda O
não conhece, para ser discípulo, mas discípulo missionário em todos os
momentos da vida que me dá.
E
disse ainda ao meu coração para olhar para Sua Mãe, tentando imitá-la
na humildade, na pressa em servir, apontado sempre para Ele e não para
mim.
E
eu, pobre de mim, apenas posso dizer-Lhe que se sirva de mim como
“servo inútil”, que me perdoe as vezes que falho, as vezes que digo sim,
mas não faço a Sua vontade, as vezes em que, pelo meu orgulho e
vaidade, chamo mais a atenção para mim do que para Ele.
Mas
também coloca em mim a certeza inabalável de que está comigo, que está
connosco, sempre que O invocamos e d’Ele verdadeiramente demos
testemunho de amor.
De coração cheio, renovado e transformado, do meu coração sai um grito silencioso, que apenas diz: Obrigado, Jesus! Obrigado!
Marinha Grande, 5 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves
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