Quando eu era novo, lá pelos anos 50/60, não se falava desta coisa do Halloween, ou lá como é que se chama.
Nem me passava pela cabeça vestir-me de diabo, de bruxo, e muito menos de morto-vivo.
Não só porque não queria, mas também porque os meus pais não mo permitiriam, felizmente.
Que raio de coisa tão feia é esta?
Fazer da morte pela morte, da bruxaria, das coisas diabólicas, razões para festejar, para celebrar tais coisas perniciosas.
Claro
que a morte é algo que está presente nas nossas vidas, que devemos
aceitá-la como coisa natural, que como cristão que sou, posso até
esperá-la na fé e na confiança, de que morrendo em Cristo e com Cristo,
com Ele ressuscitarei.
Mas
daí a fazer dela uma festa, “celebrando” uma espécie de regresso à vida
como morto-vivo para aterrorizar os outros, é coisa que não passa pela
cabeça de qualquer pessoa de bom senso.
Que
raio de festa é esta, em que o seu mote principal é vestir-se de
desgraçado, de horror, de morte, para “celebrar” o medo, a destruição, a
infelicidade?
Preocupam-se
tanto, (será que se preocupam?), em não ofender as crianças, em não
manipular as crianças, mas, no entanto, não se importam de as vestir de
mortos-vivos, de bruxos, de diabos, de tudo quanto é máscaras horrendas.
Ah, pois, é só uma brincadeira sem mal nenhum!
Pois,
também os “milhentos” jogos das “baleias”, das mesas de tripé, das
invocações dos espíritos, dos estrangulamentos até à quase morte, são
muito “engraçados”, mas todos sabemos como, mais tarde ou mais cedo,
tudo isso se reflecte em vidas atribuladas, em noites mal dormidas, em
depressões sem razão de ser, em auto destruição da própria vida, em
problemas permanentes que infernizam a vida de quem quer viver em paz.
Ah, pois, eu exagero!
Mas
quem vive em Igreja e ouve as pessoas que procuram Deus por causa de
tantos problemas que não percebem e acontecem nas suas vidas, percebe
bem como se abriu, com todas essas coisas, a porta ao tal diabo, (que
não existe, segundo alguns), mas que inferniza a vida daqueles que,
tantas vezes sem perceber, o invocam, chamando-o para as suas vidas.
Pois é, lá vem este com o diabo e com as coisas do diabo!
Mas
eu digo-vos, a quem me lê, há muito que o diabo não faz parte das
minhas preocupações, porque estou com Cristo, mas reconheço, porque o
próprio Cristo me/nos ensinou que ele existe, que devemos estar sempre
atentos à sua influência, às suas tentações, ao seu poder diabólico.
Não, o diabo não é o culpado de todo o mal que existe.
Os culpados somos nós quando lhe abrimos a porta e deixamos que ele entre nas nossas vidas.
Por
isso, na noite da véspera do Dia de Todos os Santos, celebremos antes a
vida, a verdadeira vida, aquela que aqueles que seguem Jesus Cristo,
tocados pelo amor do Pai, deixando-se conduzir pelo Espírito Santo,
encontram todos os dias, e todos os dias a querem viver na confiança e
na esperança, de que, morrendo em Cristo, n’Ele ressuscitamos.
E
as crianças, por favor, deixem-nas pedir o “pão por Deus”, se quiserem
mascarar-se, que seja vestidas de anjos, para celebrarem a vida que Deus
nos dá, em alegria, em amor, em paz e salvação.
E já agora, expliquem-lhes o Pão que Deus é, e que a nós se entrega, cada dia, na Eucaristia.
Para todos uma Santa e muito bem vivida Solenidade de Todos os Santos.
Marinha Grande, 29 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves
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