Um
destes dias vi na televisão, (naquelas passagens rápidas pelos diversos
canais), uma prova de atletismo em que o último atleta vinha com um
enorme atraso em relação aos outros, mas mesmo assim não desistiu de
alcançar a meta.
Fiquei
com aquela imagem no pensamento e reflecti sobre ela, sobre o que é
poderia retirar dela para a minha vivência diária da Fé.
Muitas
vezes me incomodam, (confesso que poderia dizer que quase me irritam,
infelizmente), as pessoas que, apesar de fazerem formações e cursos em
Igreja, permanecem num desconhecimento das “coisas” da Fé, continuando a
viver “agarradas” a práticas ancestrais, a piedades ditas populares,
sem darem, (julgo eu), o salto em frente para, (segundo as minhas
certezas), poderem encontrar o caminho de Deus em Igreja.
Devo
dizer que nada tenho contra práticas que sempre foram Tradição da
Igreja, nem contra as piedades populares vividas com sinceridade e
entrega.
Fiquei
então a pensar nessas pessoas, cristãos como eu, e percebi, ou melhor,
julgo perceber a analogia com a imagem do atleta que chega em último
lugar, muito depois de os outros já terem chegado.
No
fundo o que interessa é chegar à meta, (claro que o objectivo de uma
prova de atletismo é vencer, mas não estou a escrever sobre essas
provas), e, obviamente, dentro das regras da prova, ou seja, na mesma
pista em que todos os outros correm e seguindo os mesmos regulamentos.
Ora
na nossa “corrida” da Fé, a nossa “pista de corrida” é a Igreja e os
nossos “regulamentos” são a Palavra de Deus e a Doutrina da Igreja.
E o que interessa nesta “corrida” da Fé é alcançar a meta, ou seja, o encontro pessoal com Cristo que nos leva à salvação.
Mas
o mais interessante nesta “corrida” da Fé, é que o Cristo que queremos
“alcançar”, “corre” connosco, “empurra-nos”, dá-nos a mão, e em todos os
momentos da “corrida”, exorta-nos para não desistirmos.
E ainda melhor, porque Ele já “alcançou” a “meta” para nós, ou seja, já nos deu a salvação.
Nós
“apenas” temos que a aceitar, vivendo a “corrida” da Fé na “pista” que é
a Igreja, segundo os “regulamentos” que são a Palavra de Deus e a
Doutrina da Igreja.
Assim
percebe-se que aquele que vai em último, se não desistir, (como aquele
atleta não desistiu), chega à “meta” também, ou seja, “alcança” a
salvação como todos os outros.
Os mais “simples” fazem o seu caminho e eu muitas vezes julgo-os.
Mas não disse Jesus Cristo que o Reino dos Céus é das criancinhas e daqueles que se fazem como crianças?
Então,
o que eu e todos nós que nos dizemos cristãos temos que fazer, é
“correr” todos no mesmo sentido, sem nos preocuparmos em chegar
primeiro, mas sim, e muito mais importante, nos ajudarmos uns aos outros
a chegar à meta, nem que tenhamos de ficar para trás, para levar “aos
ombros” os que mais se atrasam ou têm mais dificuldade em “correr”.
Se
assim fizermos, seremos Igreja, sem dúvida, e Cristo que “corre”
connosco, impulsiona-nos pelo Espírito Santo, até chegarmos aos braços
de amor do Pai.
Monte Real, 24 de Agosto de 2023
Joaquim Mexia Alves
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