29 junho 2023

Papa no Angelus: Pedro não é um super-herói. A Igreja precisa de pessoas verdadeiras


 
Na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Francisco rezou o Angelus e inspirou a sua reflexão na seguinte frase do Evangelho de Mateus: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja".
 

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Depois de celebrar a missa na Basílica Vaticana por ocasião da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa rezou com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro a oração do Angelus. É feriado no Vaticano e na cidade de Roma, que celebra os seus padroeiros.

 Na sua alocução, Francisco comentou uma frase do Evangelho de Mateus, quando Jesus diz a Simão: "Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18). Pedro, explicou o Pontífice, é um nome que tem vários significados: pode significar rocha, pedra ou simplesmente pedregulho. E a personalidade do Apóstolo inclui um pouco de todos os três aspetos.

Pedro é uma rocha: em muitos momentos ele é forte e firme, genuíno e generoso. Ele deixa tudo para seguir Jesus. Com franqueza e coragem, ele anuncia Jesus no Templo, antes e depois de ser preso e flagelado. A tradição também nos fala da sua firmeza diante do martírio.

Pedro, porém, é também uma pedra, apta a oferecer apoio aos outros: uma pedra que, fundada em Cristo, atua como apoio aos irmãos para a construção da Igreja. Cuida de quem sofre, promove e encoraja o comum anúncio do Evangelho.

Mas Pedro também é um simples pedregulho: a sua pequenez frequentemente vem à tona. Diante da prisão de Jesus, é tomado pelo medo e nega.o, depois  arrepende-se e chora. Ele esconde-se com os outros no cenáculo, com medo de ser preso. Em Antioquia, sente-se envergonhado por estar com os pagãos convertidos e de acordo com a tradição do Quo vadis, tenta fugir diante do martírio, mas encontra Jesus na estrada e tem coragem para retornar.

Pedro então não é um super-homem, afirmou o Papa: é um homem como nós, que diz "sim" a Jesus com generosidade na sua imperfeição. E é com essa humanidade verdadeira que o Espírito forma a Igreja. “Pedro e Paulo eram pessoas verdadeiras, e nós, hoje mais do que nunca, precisamos de pessoas verdadeiras.”

Francisco dirige-se aos fiéis, exortando-os a fazer algumas perguntas: somos pedras, não pedras de tropeço, mas de construção para a Igreja? Pensando no pedregulho: temos consciência da nossa pequenez? E acima de tudo: nas nossas fraquezas, confiamos no Senhor, que realiza grandes coisas em quem é humilde e sincero?

“Maria, Rainha dos Apóstolos, ajude-nos a imitar a força, a generosidade e a humildade dos Santos Pedro e Paulo.”

VN

 

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