Comecei a escrever este texto de reflexão para mim, com esta pequena frase “a minha igreja”.
Logo de imediato percebi que eu não tenho uma igreja, que a igreja não é minha, mas sim que eu sou Igreja.
Ora
este pensamento real e verdadeiro descansou-me e pensei que ainda bem
que a Igreja não é minha, porque se fosse estava ferida de pecado,
porque eu sou pecador.
Agora
sendo eu Igreja e sendo pecador, a Igreja está isenta do meu pecado,
porque Ela não me pertence, mas acolhe-me e recebe-me com todas as
minhas qualidades e defeitos e mostra-me o caminho para que, sendo eu
pecador, possa um dia, (caminhando todos os dias em Cristo), almejar a
ser santo, não para ser colocado nos altares, mas para ser testemunha do
amor de Deus e na vida eterna viver na Sua presença.
Vem isto a propósito de ler em muitos sítios e ouvir em conversas sobre os pecados da Igreja.
Mas a Igreja não tem pecados!
Quem tem pecados são os homens da Igreja.
Ah, mas dizem que representam a Igreja.
Sim, é verdade, poderão representar a Igreja, podem ser Igreja, mas não são a Igreja.
Falamos de realidades humanas, mas também espirituais, mas podemos fazer uma comparação com as coisas do mundo.
O Presidente da República ou o Governo representam Portugal, mas não são Portugal.
Ou para aqueles mais ligados ao desporto perceber que o presidente de um clube representa o clube, mas não é o clube.
Que
realmente Portugal fica “mal visto” pelas acções erradas de um
Presidente da República ou de um Governo, sem dúvida, tal como um
qualquer clube fica “mal visto” pelas acções do seu presidente.
Mas
Portugal, com toda a sua história de feitos gloriosos e errados, não
deixa de ser Portugal, Nação Nobre e Valente, por causa das más acções
daqueles que o representam.
Assim
a Igreja sofre, (sofremos nós que somos Igreja), pelas terríveis acções
de alguns dos seus filhos, mas não deixa de ser Igreja Una, Santa,
Católica e Apostólica, tal como Jesus Cristo a instituiu.
A Igreja são os pecadores que querem ser santos, e não aqueles que se julgam santos mas são, afinal, pecadores como os outros.
Por
isso a Igreja deve acolher, perdoar e amar os pecadores, pedindo
continuamente perdão pelos pecados dos pecadores que são Igreja.
Por
isso nós pecadores em Igreja, rezamos: «Confesso a Deus, Pai
Todo-Poderoso e a vós, irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos e
palavras, atos e omissões…»
Confessamos
e pedimos perdão, não só a Deus, mas também aos nossos irmãos, pelos
nossos pecados, mas a Igreja permanece Santa, porque assim é sempre o
refúgio dos pecadores como eu.
Por isso amo, confio e espero sempre na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica a qual sou com os meus irmãos na Fé.
Marinha Grande, 1 de Março de 2023
Joaquim Mexia Alves
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