Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco conduziu a oração mariana do Angelus, neste domingo (05/03), lindo dia de sol na Cidade Eterna.
Os fiéis e peregrinos presentes na Praça de São Pedro acompanharam as palavras do Pontífice, no II Domingo da Quaresma, em que "é proclamado o Evangelho da Transfiguração: Jesus leva consigo Pedro, Tiago e João ao monte e revela-se a eles em toda a sua beleza como Filho de Deus".
Francisco convidou-nos a refletir um pouco sobre esta cena e a interrogar-mo-nos: "Em que consiste esta beleza? O que veem os discípulos? Um efeito espetacular? Não se sabe. Não é isto não. Veem a luz da santidade de Deus brilhar no rosto e nas vestes de Jesus, a imagem perfeita do Pai".
Revela-se a majestade de Deus, a beleza de Deus. Mas Deus é Amor, e por isso os discípulos viram com os próprios olhos a beleza e o esplendor do Amor divino encarnado em Cristo. Uma antecipação do paraíso. Eles tiveram uma antecipação do paraíso. Que surpresa para os discípulos! Eles tiveram a face do Amor diante de seus olhos por tanto tempo, e nunca tinham percebido como era lindo! Só agora eles percebem isto, e com tanta alegria, com imensa alegria.
"Jesus, na realidade, com esta experiência os está a formar, os está a preparar para um passo ainda mais importante", pois em breve "eles deverão saber reconhecer a mesma beleza Nele, quando subir na cruz e o seu rosto for desfigurado".
"Pedro esforça-se para entender: ele gostaria de parar o tempo, gostaria de colocar a cena em "pausa", ficar ali e prolongar esta experiência maravilhosa; mas Jesus não permite. De facto, a sua luz não pode ser reduzida a um "momento mágico"! Não é outra coisa. Assim tornar-se-ia uma coisa falsa e artificial que se dissolve na névoa dos sentimentos passageiros." "Ao contrário", disse ainda o Papa, "Cristo é a luz que orienta o caminho, como a coluna de fogo para o povo no deserto. A beleza de Jesus não aliena os discípulos da realidade da vida, mas dá-lhes a força para lhe seguirem até Jerusalém, até à cruz. A beleza de Cristo não é alienante, mas leva-te adiante, não te faz esconder. Vai adiante".
"Irmãos e irmãs, este Evangelho traça um caminho também para nós: ensina-nos como é importante estar com Jesus, mesmo quando não é fácil entender tudo o que Ele diz e faz por nós", disse ainda o Papa, acrescentando:
Com efeito, é estando com Ele que aprendemos a reconhecer, no seu rosto, a beleza luminosa do amor que se doa, mesmo quando carrega os sinais da cruz. É na sua escola que aprendemos a perceber a mesma beleza nos rostos das pessoas que caminham todos os dias ao nosso lado: familiares, amigos, colegas, aqueles que cuidam de nós das mais variadas formas. Quantos rostos luminosos, quantos sorrisos, quantas rugas, quantas lágrimas e cicatrizes falam de amor ao nosso redor! Aprendemos a reconhecê-los e a encher o coração.
"Depois partimos, para levar aos outros a luz que recebemos, com obras concretas de amor, mergulhando-nos com mais generosidade nas tarefas quotidianas, amando, servindo e perdoando com mais ímpeto e disponibilidade. A contemplação das maravilhas de Deus, a contemplação do rosto do Senhor deve levar-nos em frente e ao serviço dos outros", ressaltou Francisco.
A seguir, o Pontífice convidou-nos a fazer as seguintes perguntas: "Sabemos reconhecer a luz do amor de Deus na nossa vida? Reconhecemo-la com alegria e gratidão no rosto das pessoas que nos amam? Procuramos ao nosso redor os sinais dessa luz, que nos enche o coração e o abre ao amor e ao serviço? Ou preferimos os fogos de palha dos ídolos, que nos alienam e nos fecham em nós mesmos? A grande luz do Senhor e a falsa luz artificial dos ídolos. O que prefiro eu?"
"Que Maria, que guardou no coração a luz do seu Filho, mesmo na escuridão do Calvário, nos acompanhe sempre no caminho do amor", concluiu o Papa.
VN
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