25 março 2022

Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria

 

Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria
 

25 de março, às 16h00, na Capelinha das Aparições

A Rússia e a Ucrânia vão ser consagradas ao Imaculado Coração de Maria a 25 de março, a pedido do Papa Francisco. O Santo Padre fará a consagração durante a Celebração da Penitência que presidirá às 17h00 (hora de Roma), na Basílica de S- Pedro. Em Fátima, na condição de Legado Pontifício, estará o cardeal Konrad Krajewski, Esmoler Apostólico, que fará o ato de consagração na Capelinha das Aparições, também às 16h00, durante a Oração do Terço, acompanhado dos bispos portugueses.

Para mais informação:
  
 
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Texto Oficial da Consagração da Rússia e da Ucrânia e da Humanidade ao Imaculado Coração de Maria
 
 
Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe,
recorremos a Vós nesta hora de tribulação.
Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos:
de quanto temos no coração,
nada Vos é oculto. 
 
Mãe de misericórdia,
muitas vezes experimentamos
a vossa ternura providente,
a vossa presença que faz voltar a paz,
porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz. 
 
Mas perdemos o caminho da paz.
Esquecemos a lição
das tragédias do século passado,
o sacrifício de milhões de mortos
nas guerras mundiais. 
 
Descuidamos os compromissos assumidos
como Comunidade das Nações
e estamos a atraiçoar
os sonhos de paz dos povos
e as esperanças dos jovens. 
 
Adoecemos de ganância, 
fechamo-nos em interesses nacionalistas,
deixamo-nos ressequir pela indiferença
e paralisar pelo egoísmo. 
 
Preferimos ignorar Deus,
conviver com as nossas falsidades,
alimentar a agressividade,
suprimir vidas e acumular armas,
esquecendo-nos que somos guardiões
do nosso próximo e da própria casa comum. 
 
Dilaceramos com a guerra
o jardim da Terra,
ferimos com o pecado
o coração do nosso Pai,
que nos quer irmãos e irmãs.
Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. 
 
E, com vergonha, dizemos:
perdoai-nos, Senhor!
Na miséria do pecado,
das nossas fadigas e fragilidades,
no mistério de iniquidade do mal e da guerra, 
 
Vós, Mãe Santa,
lembrai-nos que Deus não nos abandona,
mas continua a olhar-nos com amor,
desejoso de nos perdoar
e levantar novamente. 
 
Foi Ele que Vos deu a nós
e colocou no vosso Imaculado Coração
um refúgio para a Igreja e para a humanidade. 
 
Por bondade divina,
estais connosco e conduzis-nos com ternura
mesmo nos transes
mais apertados da história. 
 
Por isso recorremos a Vós,
batemos à porta do vosso Coração,
nós os vossos queridos filhos
que não Vos cansais
de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. 
 
Nesta hora escura,
vinde socorrer-nos e consolar-nos.
Repeti a cada um de nós:
«Não estou porventura aqui Eu,
que sou tua mãe?» 
 
Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração
e desatar os nós do nosso tempo.
Repomos a nossa confiança em Vós. 
 
Temos a certeza de que Vós,
especialmente no momento da prova,
não desprezais as nossas súplicas
e vindes em nosso auxílio. 
 
Assim fizestes em Caná da Galileia,
quando apressastes
a hora da intervenção de Jesus
e introduzistes no mundo o seu primeiro sinal. 
 
Quando a festa se mudara em tristeza,
dissestes-Lhe: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3). 
 
Ó Mãe, repeti-o mais uma vez a Deus,
porque hoje esgotamos o vinho da esperança,
desvaneceu-se a alegria,
diluiu-se a fraternidade. 
 
Perdemos a humanidade,
malbaratamos a paz. 
 
Tornamo-nos capazes
de toda a violência e destruição.
Temos necessidade urgente
da vossa intervenção materna. 
 
Por isso acolhei, ó Mãe,
esta nossa súplica: 
 
Vós, Estrela do mar,
não nos deixeis naufragar
na tempestade da guerra; 
 
Vós, arca da nova aliança,
inspirai projetos e caminhos de reconciliação;
Vós, «terra do Céu»,
trazei de volta ao mundo
a concórdia de Deus; 
 
Apagai o ódio,
acalmai a vingança,
ensinai-nos o perdão; 
 
Libertai-nos da guerra,
preservai o mundo da ameaça nuclear;
Rainha do Rosário,
despertai em nós
a necessidade de rezar e amar; 
 
Rainha da família humana,
mostrai aos povos
o caminho da fraternidade; 
 
Rainha da paz,
alcançai a paz para o mundo.
O vosso pranto, ó Mãe,
comova os nossos corações endurecidos. 
 
As lágrimas, que por nós derramastes,
façam reflorescer este vale
que o nosso ódio secou. 
 
E, enquanto o rumor das armas não se cala,
que a vossa oração
nos predisponha para a paz. 
 
As vossas mãos maternas
acariciem quantos sofrem
e fogem sob o peso das bombas. 
 
O vosso abraço materno
console quantos são obrigados
a deixar as suas casas e o seu país. 
 
Que o vosso doloroso Coração
nos mova à compaixão
e estimule a abrir as portas
e cuidar da humanidade
ferida e descartada. 
 
Santa Mãe de Deus,
enquanto estáveis ao pé da cruz,
Jesus, ao ver o discípulo junto de Vós, disse-Vos:
«Eis o teu filho!» (Jo 19, 26). 
 
Assim Vos confiou cada um de nós.
Depois disse ao discípulo,
a cada um de nós:
«Eis a tua mãe!» (19, 27). 
 
Mãe, agora queremos acolher-Vos
na nossa vida e na nossa história. 
 
Nesta hora, a humanidade,
exausta e transtornada,
está ao pé da cruz convosco. 
 
E tem necessidade de se confiar a Vós,
de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. 
 
O povo ucraniano e o povo russo,
que Vos veneram com amor,
recorrem a Vós,
enquanto o vosso Coração
palpita por eles
e por todos os povos ceifados pela guerra,
a fome, a injustiça e a miséria. 
 
Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa,
solenemente confiamos
e consagramos ao vosso Imaculado Coração
nós mesmos,
a Igreja e a humanidade inteira,
de modo especial a Rússia e a Ucrânia. 
 
Acolhei este nosso ato
que realizamos com confiança e amor,
fazei que cesse a guerra,
providenciai ao mundo a paz. 
 
O sim que brotou do vosso Coração
abriu as portas da história ao Príncipe da Paz;
confiamos que mais uma vez,
por meio do vosso Coração, virá a paz. 
 
Assim a Vós consagramos
o futuro da família humana inteira,
as necessidades e os anseios dos povos,
as angústias e as esperanças do mundo. 
 
Por vosso intermédio,
derrame-se sobre a Terra
a Misericórdia divina
e o doce palpitar da paz
volte a marcar as nossas jornadas. 
 
Mulher do sim,
sobre Quem desceu o Espírito Santo,
trazei de volta ao nosso meio
a harmonia de Deus. 
 
Dessedentai a aridez do nosso coração,
Vós que «sois fonte viva de esperança».
Tecestes a humanidade para Jesus,
fazei de nós artesãos de comunhão. 
 
Caminhastes pelas nossas estradas,
guiai-nos pelas sendas da paz.
 
Ámen.
 

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