02 julho 2021

O Papa aos cientistas: mestres de uma nova geração de construtores de paz

 
Mensagem do Papa Francisco ao Encontro Internacional de Cientistas  "A Ciência pala Paz"
 
 
“A realidade histórica é cada vez mais uma realidade única e deve ser servida pela pluralidade de conhecimentos para o crescimento de uma nova cultura que promova a dignidade e o desenvolvimento de cada homem e de cada mulher”. São palavras do Papa Francisco numa mensagem enviada aos participantes no Encontro Internacional de Cientistas “A Ciência pela Paz”

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo para os participantes do Encontro Internacional “A Ciência pela Paz” que se realiza nos dias 2 e 3 de julho, por ocasião do Jubileu do Santuário de S. Gabriel que se encontra ao lado do Instituto Nacional de Física Nuclear, organizado pela Universidade de Teramo.

Não pode e não deve haver oposição entre fé e ciência

Francisco iniciou pelo agradecendo aos organizadores e participantes do encontro "Ciência pela Paz": “Este encontro é um grande presente de esperança para toda a humanidade".

“Mais do que nunca como neste momento vemos a necessidade de um relançamento da pesquisa científica a fim de enfrentar os desafios da sociedade contemporânea”

“E fico feliz que seja a comunidade diocesana de Teramo a promover este encontro, dando assim testemunho de que não pode e não deve haver uma oposição entre fé e ciência”.

Pesquisa ao serviço de todos

Seguidamente recordou as palavras da Fratelli tutti: “É ‘urgente conhecer a realidade para construir juntos’. Para que o desejo de conhecimento, que se esconde no coração de cada homem e de cada mulher, possa crescer e desenvolver-se, a pesquisa científica deve colocar o seu conhecimento ao serviço de todos, procurando sempre novas formas de colaboração, o intercâmbio de resultados e de construção de redes”. Além disto, "não deve ser ocultado o risco de um progresso científico ser considerado a única abordagem possível para se entender um aspeto da vida, da sociedade e do mundo” (FT 204). E o Papa pondera ao falar sobre a pandemia:

“A experiência da emergência sanitária, mais do que nunca, e de certo modo com maior urgência, pede ao mundo da ciência para repensar as perspetivas da prevenção, da terapia e da organização da saúde, levando em conta as repercussões antropológicas ligadas à convivência social e a qualidade das relações entre familiares e, acima de tudo, entre as gerações”

A realidade histórica 

Também recorda que: “Nenhum conhecimento científico deve caminhar sozinho e sentir-se auto-suficiente. A realidade histórica é cada vez mais uma realidade única e deve ser servida pela pluralidade de conhecimentos que, na sua especificidade, contribuem para o crescimento de uma nova cultura capaz de construir a sociedade, promovendo a dignidade e o desenvolvimento de cada homem e de cada mulher”.

Por fim, o Pontífice encoraja os presentes ao desafio: “Diante de novos desafios, a vós, queridos amigos da ciência, é confiada - sim, a vós! - a tarefa de testemunhar que é possível construir um novo vínculo social, comprometendo-vos a fazer a pesquisa científica próxima de toda a comunidade, da local à internacional, e que juntos é possível superar qualquer conflito".

“A ciência é um grande recurso para a construção da paz!”

Concluindo o Papa faz um pedido:

“Peço-vos que acompanhem a formação das novas gerações, ensinando-lhes a não ter medo do esforço de pesquisa. Também o Mestre faz-se procurar: Ele infunde em todos a certeza de que quando se procura com honestidade encontra-se a verdade. Esta mudança de época precisa de novos discípulos do conhecimento, e vós, queridos cientistas, são os mestres de uma nova geração de construtores da paz”.

 

VN

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