Foi sempre assim, simples e humilde, deixando tudo entregue ao Espírito Santo.
Descobrimos cá em casa, numas arrumações, talvez o primeiro livro que o Padre José da Lapa me ofereceu, para me introduzir na “descoberta” do Espírito Santo.
A dedicatória, simples e concisa, diz apenas: “Toma e lê”.
Podia ter dissertado sobre o livro, podia ter escrito uma frase de exortação, podia ter escrito um conselho a propósito, mas não, entregou o livro e deixou ao Espírito Santo o “trabalho” de me fazer perceber o conteúdo do livro e assim ir mudando o meu coração e a minha vida.
Já quando me reaproximei de Deus e da Igreja, escrevi ao Padre José da Lapa, (ao fim de muitos anos sem o ver, e de algum modo criticar, até porque Deus naquele tempo anterior não me “interessava”), e na sua carta resposta, sem quaisquer conselhos, escrevendo apenas que estava feliz pelo meu contacto, convidava-me para uma Assembleia da Pneumavita em Fátima, (do Renovamento Carismático Católico), com quase as mesmas simples palavras: “Vem e vê”.
Nunca o vi querer tomar lugares de destaque, fosse aonde fosse, nem querer usar da palavra, a menos que tivesse mesmo que o fazer.
Lembro-me sempre da frase, que muitas vezes repito para mim próprio, (orgulhoso como sou), de como se definia com toda a simplicidade: “Sou apena o burrinho de Jesus”.
Não lhe conheci carismas extraordinários de cura, profecia, ou outros da mesma “importância”, mas tinha, quanto a mim, o enorme carisma dos santos, que é a humildade e o servir os outros, numa obediência total ao Espírito Santo, que o fazia “engolir”, algumas vezes, ingratidões sem sentido.
Poucas vezes, infelizmente, me confessei com ele, mas lembro-me sempre do seu acolhimento e escuta atenta e, sobretudo, de começarmos sempre, a seu pedido, louvando a Deus de forma espontânea, terminando sempre do mesmo modo.
Gostava quando, com firmeza e alguma dureza amiga, me chamava a atenção para os meus exageros de “principiante” na fé, para o meu activismo incessante, para que eu percebesse que só com o Espírito Santo é que o que fazemos pode dar fruto.
Hoje tenho-o sempre nas minhas orações, não para pedir por ele, que acredito não precisa por estar bem junto de Deus, mas para pedir que lá, junto de Deus, interceda por quem lhe peço e me continue a guiar no caminho que em boa hora, ou seja, na hora do Espírito Santo me deu a conhecer e viver.
Obrigado, meu Deus, pelo dom da vida do Padre José da Lapa.
Marinha Grande 30 de Julho de 2024
Joaquim Mexia Alves
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