Neste Domingo a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José.
Há
tempos atrás, consegui ver o filme “Som da Liberdade”, com uma, (mais
uma), interpretação extraordinária de Jim Caviezel, o actor que fez o
papel de Jesus Cristo no filme “A Paixão de Cristo” e que, segundo o
próprio, mudou totalmente a sua vida.
E porque refiro este filme quando me lembro da Festa da Sagrada Família?
O
filme retrata com uma crueza e uma realidade impressionantes, o rapto
de crianças, que depois são vendidas, usadas e abusadas em redes de
pedofilia internacional.
O
filme impressionou-me fortemente e por algumas vezes me vieram as
lágrimas aos olhos, mais ainda se nos lembrarmos que retrata uma
história real.
Deixou-me uma
sensação de impotência, raiva, de tal modo que quase me apetecia voltar a
ter uma G3 na mão, (como na Guiné), e fazer “justiça” pelas minhas
próprias mãos, se tal fosse possível.
Deus me perdoe, porque é muito difícil perdoar a esta gente, que trata assim as crianças.
As
famílias daquelas, ou melhor, destas crianças, porque o pesadelo
continua com certeza, sofrem horrivelmente este horror e estas crianças,
mesmo que sejam resgatadas, não voltam a ser crianças na sua inocência
de meninos e meninas.
Celebrando
a Festa da Sagrada Família, não posso deixar de pensar nestas crianças e
nestas famílias e, levantar uma prece sentida, profunda, emocionada, a
Jesus, Maria e José, para que no amor que OS une continuamente, pois é o
amor infinito e eterno de Deus, toque estas crianças, estas famílias,
para que nesse amor encontrem algum consolo.
Peço
também à Sagrada Família, (embora confesso que com dificuldade), que
esse mesmo infinito amor toque os corações dos homens que praticam tais
actos, os que raptam e os que abusam, para que percebam que a inocência
das crianças é intocável, e que «melhor seria para ele que lhe atassem
ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar, do que escandalizar
um só destes pequeninos.» Lv 17, 2
Só
acreditando na infinita misericórdia de Deus, algum consolo vem ao meu
coração perante a recordação desta história, infelizmente sem fim, pois
acredito firmemente que estas crianças e estas famílias estão no colo de
Deus, embora possam não o saber por agora.
Que
a Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, nos exorte a sermos
mais família de amor e união, nas nossas famílias e na família de Deus,
que é a Igreja.
Marinha Grande, 27 de Dezembro de 2023
Joaquim Mexia Alves
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