Francesca Sabatinelli, Silvonei José – Vatican News
Dramático o apelo do Papa que, nas saudações pós-Angelus, dirigidas à multidão reunida na Praça de São Pedro, transporta com as suas palavras os fiéis à martirizada Somália:
Enquanto celebrarmos a vitória de Cristo sobre o mal e a morte, rezemos pelas vítimas do ataque terrorista que, em Mogadíscio, matou mais de cem pessoas, incluindo muitas crianças. Que Deus converta os corações dos violentos!
Cinco anos depois, no mesmo lugar, outro massacre de inocentes. São
mais de cem vítimas - em outubro de 2017 foram 500 -, do duplo ataque
que atingiu um traficado cruzamento na capital somaliana, Mogadíscio, na
tarde deste sábado (29/10), em frente ao Ministério da Educação, e que
também deixou mais de 300 feridos. Dois carros-bomba explodiram em
poucos minutos. A responsabilidade pelo ataque foi
reivindicada pelo grupo al-Shabaab, ligado à Al-Qaeda, que supostamente
apontou o ministério como uma "base inimiga" que recebe apoio de países
não-muçulmanos e está "comprometido em retirar as crianças somalianas da
fé islâmica". O grupo tinha declarado no passado que continuaria as suas
atividades terroristas até à criação de um estado islâmico governado
pela Sharia.
Objetivo dos ataques altos funcionários institucionais
O ataque ocorreu num dia em que o presidente Hassan Sheikh Mohamud, o primeiro-ministro Hamza Abdi Barre e vários altos funcionários estavam a reunirem-se precisamente para discutir sobre o aumento dos esforços para combater o extremismo violento e em particular, al-Shabaab. Um evento que naquelas horas ocorria a pouca distância do local do atentado e que provavelmente estava na mira dos extremistas que, não conseguindo chegar perto, dirigiram-se para o ministério. A primeira explosão, segundo testemunhas, atingiu o muro do ministério, onde geralmente estão presentes vendedores ambulantes e cambistas. A segunda explosão ocorreu em frente a um movimentado restaurante.
O apelo do presidente
Dramático apelo do presidente, que pediu à comunidade internacional e aos "muçulmanos ao redor do mundo" que enviem médicos ao país, que tem um dos sistemas de saúde mais fracos do mundo. As milícias al-Shabaab, que foram expulsas pela União Africana da capital em 2011, ainda controlam grandes extensões do território rural e realizam ataques periódicos.
VN
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