19 junho 2022

Papa: “Que faço hoje pelo povo ucraniano?"

Pessoas esperam para embarcar num tcomboio para Dnipro e Lviv durante um esforço de evacuação de áreas afetadas pela guerra no leste da Ucrânia, no meio da invasão russa do país, em Pokrovsk, região de Donetsk, Ucrânia 18 de junho de 2022 REUTERS/Gleb Garanich

Mais de 7 milhões de ucranianos deixaram o país em função da guerra. Combates intensos seguem sendo travados especialmente no sul. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que "a Ucrânia como a conhecíamos, dentro daquelas fronteiras, já não existe mais. E não existirá mais. Isso é óbvio". 
 

Vatican News

“Que faço hoje pelo povo ucraniano? Rezo? Empenho-me? Procuro entender? Que faço hoje pelo povo ucraniano? Cada um responda no próprio coração.”

Antes de se despedir dos fiéis na Praça de São Pedro, o Papa Francisco voltou a dirigir o seu pensamento para a martirizada Ucrânia e para a população que está a sofrer..

E não esqueçamos do martirizado povo ucraniano neste momento, povo que está a sofrer. Gostaria que permanecesse em todos vós uma pergunta: o que estou a fazer hoje pelo povo ucraniano?

Este foi mais um dos tantos apelos do Santo Padre, por uma situação que parece não ter fim. De facto, Sergiy Gaiday - governador de Lugansk, região do leste da Ucrânia, palco de intensos combates com a Rússia - afirmou que a situação atual é "difícil na cidade de Lysychansk e na região como um todo", pois os russos estão a bombardear as tropas ucranianas 24 horas por dia; De Lysychansk, a artilharia ucraniana está a disparar na direção de Severodonetsk, onde o fumo sobe da fábrica de Azot e as tropas russas disparam projéteis e foguetes.

A visita relâmpago de Zelensky ao sul

No sábado, 18, a visita surpresa do presidente ucraniano a Mykolaiv e Odessa, os dois centros estratégicos do Mar Negro, onde se encontrou com as tropas. Retornando numa mensagem de vídeo no Instagram, afirmou: "Não entregaremos o sul a ninguém".

Perspecva dramática de longo prazo

"A guerra na Ucrânia pode durar anos”, afirmou por sua vez o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, nums entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão Bild. "Devemos estar preparados para durar anos", disse ele, sugerindo "não enfraquecer o apoio à Ucrânia, mesmo que os custos sejam altos, não apenas em termos de apoio militar, mas também devido ao aumento dos preços da energia e da comida". No entanto, de acordo com Stoltenberg, "os custos de alimentos e combustível não são nada comparados aos pagos diariamente pelos ucranianos na linha de frente. Além disso, se o presidente russo Vladimir Putin alcançar os seus objetivos na Ucrânia, como quando anexou a Crimeia em 2014, teremos que pagar um preço ainda maior”, advertiu.  Neste contexto, o secretário-geral da Nato pediu aos países da aliança que continuem a entregar armas a Kiev. A região leste da Ucrânia está atualmente parcialmente sob controle das forças russas.

A posição de Moscovo

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que "a Ucrânia como a conhecíamos, dentro daquelas fronteiras, já não existe mais. E não existirá mais. Isto é óbvio".

À medida que o conflito se agrava, Maria Zakharova descarta qualquer perspetiva de negociação voltando a falar numa entrevista à Sky News Arabia. Deixa claro mais uma vez que Moscovo não recuará, uma vez que os seus objetivos no terreno sejam alcançados.

VN

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