23 outubro 2020

Legalização da eutanásia será “uma mensagem errada para toda a sociedade portuguesa”

 

 

O Cardeal-Patriarca de Lisboa referiu hoje que a legalização da eutanásia será “uma mensagem errada para toda a sociedade portuguesa”, porque não procura “acompanhar as pessoas onde elas mais precisam de ser acompanhadas”. Em declarações à Ecclesia e Renascença antes da cerimónia de tomada de posse da reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil, para um novo mandato, D. Manuel Clemente sublinhou ainda que a realização de um referendo sobre o tema – possibilidade rejeitada, hoje, pela Assembleia da República – seria “uma oportunidade para reflexão e ponderação mais forte, mais serena sobre o assunto, que é grave”. “Tudo aquilo que diz respeito à vida, da conceção à morte natural, é básico para a nossa convivência social”, acrescentou o Cardeal-Patriarca.
Nestas declarações aos jornalistas, D. Manuel Clemente referiu ainda que, se Presidente da República é a “última instância” em termos de decisão sobre a legislação em causa, a nível da sociedade “agora é a altura da consciência”.

No “pior momento”
Após a notícia da rejeição da iniciativa popular de referendo sobre a eutanásia, no Parlamento, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lamentou o desfecho do processo, classificando este como o “pior momento” para legislar sobre o tema, por causa da pandemia. “A Assembleia da República acaba de reprovar a possibilidade de um referendo sobre a despenalização da eutanásia, referendo solicitado por uma petição com cerca de noventa e cinco mil assinaturas. É de lamentar esta decisão que, na prática, aprova a lei que despenaliza a eutanásia, embora o processo legislativo ainda não esteja finalizado”, refere a nota divulgada pelo Secretariado Geral da CEP. “Achamos ainda ter sido o pior momento para se tomar esta decisão, atendendo à gravíssima situação de pandemia que a todos atinge de modo tão dramático e, de modo particular, os mais idosos”, acrescenta o texto da CEP, referindo ainda que “o que faz falta é dizer e agir na atitude de quem afirma: ‘Se o sofrimento se torna tão dramático e insuportável, vamos estar a teu lado e ajudar-te a encontrar razões e meios para viver’”.

 

Com Ecclesia
foto: Arquivo do Jornal Voz da Verdade

Patriarcado de Lisboa

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