10 setembro 2023

Papa: a correção fraterna sugere ajudar o irmão no erro, com gentileza e não chacota

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Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (10), Francisco refletiu sobre a "correção fraterna" proposta no Evangelho do dia e indicou três passos para alcançar aquela que é "uma das expressões mais elevadas do amor e também uma das mais exigentes, porque não é fácil corrigir os outros". Quando um irmão na fé comete uma falta, "Apontas o dedo ou abres os braços?", questionou o Pontífice.
  

Andressa Collet - Vatican News

O Papa nestá de volta ao Angelus na Praça São Pedro, já que há exatamente uma semana cumpria agenda na Ásia durante viagem apostólica à Mongólia. Neste domingo (10), ao reencontrar os peregrinos no Vaticano, Francisco refletiu sobre o trecho do Evangelho do dia (cf. Mt 18,15-20) que fala da "correção fraterna", descrevendo-a como "uma das expressões mais elevadas do amor e também uma das mais exigentes, porque não é fácil corrigir os outros... Quando um irmão na fé comete uma falta contra ti, tu, sem rancor, o ajudas, o corrijes". Mas nem sempre é assim, recorda o Pontífice:

"Infelizmente, por outro lado, a primeira coisa que geralmente se cria em torno de quem erra é a chacota, em que todos ficam a saber do erro, com todos os detalhes, excepto a pessoa em questão! Isto não é correto, irmãos e irmãs, isto não agrada a Deus. Não me canso de repetir que a chacota é uma praga na vida das pessoas e das comunidades porque leva à divisão, leva ao sofrimento, leva ao escândalo, e nunca ajuda a melhorar, nunca ajuda a crescer."

O Pontífice, então, recorreu a São Bernardo de Claraval (1090-1153), "um grande mestre espiritual", educador de gerações de santos que deixou documentos fundamentais e tinha a humanidade de Cristo como o centro de tudo. Ele "dizia que a curiosidade estéril e as palavras superficiais são os primeiros degraus da escada da soberba, que não leva para cima, mas para baixo, precipitando o homem para a perdição e a ruína (cf. Os Graus da Humildade e da Soberba)".

Os passos para a correção fraterna

O melhor comportamento é ensinado pelo próprio Jesus em três etapas, recorda Francisco. A primeira sugere que, para corrigir o irmão que cometeu o erro, "converse-se com ele 'cara a cara', converse de forma justa, para ajudá-lo a ver onde está errando". Uma atitude "para o bem dele", "que não é aquela de falar mal, mas dizer as coisas na cara dele com mansidão e gentileza".

Se itso não for suficiente, Jesus aconselha a procurar ajuda junto de algumas pessoas que realmente tenham boa intenção. "Mas cuidado: não aquele grupo de tagarelas!", alerta o Pontífice. Se mesmo assim não entender, "então, diz Jesus, envolva a comunidade".

"Mas, também aqui, vamos esclarecer: não significa ridicularizar a pessoa, envergonhá-la publicamente, não, mas sim unir os esforços de todos para ajudá-la a mudar. Apontar o dedo contra as pessoas não é bom; na verdade, muitas vezes torna mais difícil para quem errou reconhecer o próprio erro. Em vez disso, a comunidade deve fazer com que ele ou ela sinta que, ao mesmo tempo em que condena o erro, está próxima com a oração e com o carinho à pessoa, sempre pronta a oferecer o perdão, a compreensão e a começar de novo."

Se não ouvir nem mesmo a comunidade, Jesus diz que o irmão deve tornar-se “como se fosse um pagão ou um pecador público” (v. 17). O Papa Francisco conclui a reflexão do Evangelho pedindo a intercessão de Maria "que continuou a amar mesmo quando ouvia as pessoas condenarem o seu Filho". E para procurar o caminho do bem, Francisco assim convida-nos a analisar, perguntando a nós mesmos::

“Como eme comporto com quem erra contra mim? Será que guardo isto para mim e acumulo ressentimentos? 'Vais pagar por isto': esta palavra, que vem com tanta frequência... 'Vais pagar por isto'. Será que faço disto um motivo para falar pelas costas? 'Sabes o que aquele ali fez?' Blá blá blá... aquele papo.... Ou sou corajoso, corajosa e tento conversar? Rezo por ele ou por ela, peço ajuda para fazer o bem? E as nossas comunidades cuidam daqueles que caem, para que possam levantar-se e começar uma nova vida? Apontam o dedo ou abrem os braços? O que fazes? Apontas o dedo ou abres os braços? Pensa.”

VN

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