Andressa Collet - Vatican News
O Papa nestá de volta ao Angelus na Praça São Pedro, já que há exatamente uma semana cumpria agenda na Ásia durante viagem apostólica à Mongólia. Neste domingo (10), ao reencontrar os peregrinos no Vaticano, Francisco refletiu sobre o trecho do Evangelho do dia (cf. Mt 18,15-20) que fala da "correção fraterna", descrevendo-a como "uma das expressões mais elevadas do amor e também uma das mais exigentes, porque não é fácil corrigir os outros... Quando um irmão na fé comete uma falta contra ti, tu, sem rancor, o ajudas, o corrijes". Mas nem sempre é assim, recorda o Pontífice:
"Infelizmente, por outro lado, a primeira coisa que geralmente se cria em torno de quem erra é a chacota, em que todos ficam a saber do erro, com todos os detalhes, excepto a pessoa em questão! Isto não é correto, irmãos e irmãs, isto não agrada a Deus. Não me canso de repetir que a chacota é uma praga na vida das pessoas e das comunidades porque leva à divisão, leva ao sofrimento, leva ao escândalo, e nunca ajuda a melhorar, nunca ajuda a crescer."
O Pontífice, então, recorreu a São Bernardo de Claraval (1090-1153),
"um grande mestre espiritual", educador de gerações de santos que deixou
documentos fundamentais e tinha a humanidade de Cristo como o centro de
tudo. Ele "dizia que a curiosidade estéril e as palavras superficiais
são os primeiros degraus da escada da soberba, que não leva para cima,
mas para baixo, precipitando o homem para a perdição e a ruína (cf. Os
Graus da Humildade e da Soberba)".
Os passos para a correção fraterna
O melhor comportamento é ensinado pelo próprio Jesus em três etapas, recorda Francisco. A primeira sugere que, para corrigir o irmão que cometeu o erro, "converse-se com ele 'cara a cara', converse de forma justa, para ajudá-lo a ver onde está errando". Uma atitude "para o bem dele", "que não é aquela de falar mal, mas dizer as coisas na cara dele com mansidão e gentileza".
Se itso não for suficiente, Jesus aconselha a procurar ajuda junto de algumas pessoas que realmente tenham boa intenção. "Mas cuidado: não aquele grupo de tagarelas!", alerta o Pontífice. Se mesmo assim não entender, "então, diz Jesus, envolva a comunidade".
"Mas, também aqui, vamos esclarecer: não significa ridicularizar a pessoa, envergonhá-la publicamente, não, mas sim unir os esforços de todos para ajudá-la a mudar. Apontar o dedo contra as pessoas não é bom; na verdade, muitas vezes torna mais difícil para quem errou reconhecer o próprio erro. Em vez disso, a comunidade deve fazer com que ele ou ela sinta que, ao mesmo tempo em que condena o erro, está próxima com a oração e com o carinho à pessoa, sempre pronta a oferecer o perdão, a compreensão e a começar de novo."
Se não ouvir nem mesmo a comunidade, Jesus diz que o irmão deve tornar-se “como se fosse um pagão ou um pecador público” (v. 17). O Papa Francisco conclui a reflexão do Evangelho pedindo a intercessão de Maria "que continuou a amar mesmo quando ouvia as pessoas condenarem o seu Filho". E para procurar o caminho do bem, Francisco assim convida-nos a analisar, perguntando a nós mesmos::
VN
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