Raimundo de Lima – Vatican News
Jesus não quer ser um protagonista da história, mas do seu hoje, do meu hoje; não um profeta distante, Jesus quer ser o Deus próximo! Foi o que disse o Papa no Angelus neste Domingo, XXI do Tempo Comum, em que refletiu sobre o Evangelho do dia.
Quem sou eu para vós agora?
Na alocução que precedeu a oração mariana rezada com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco apresentou a pergunta que Jesus faz aos seus discípulos: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"
Esta é uma pergunta que também podemos fazer : o que dizem as pessoas sobre Jesus? Em geral, coisas boas - ressaltou Francisco: muitos o veem como um grande mestre, como uma pessoa especial: boa, justa, coerente, corajosa... Mas isto é suficiente para entender quem é e, sobretudo, é suficiente para Jesus? Não.
De facto, prosseguiu o Pontífice, se Ele fosse apenas um personagem do passado - como as figuras mencionadas no Evangelho, João Batista, Moisés, Elias e os grandes profetas eram para as pessoas da época -, seria apenas uma bela lembrança de um tempo que se foi. E isso não agrada a Jesus. Por isso, seguidamente, o Senhor faz aos discípulos a pergunta decisiva: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Quem sou eu para vós agora?
Jesus está vivo e acompanha-nos
Cristo não é uma lembrança do passado, mas o Deus do presente. Se fosse apenas um personagem histórico, imitá-lo hoje seria impossível: nós nos encontraríamos diante da grande vala do tempo e, sobretudo, diante do seu modelo, que é como uma montanha altíssima e inalcançável, querendo escalá-la, mas sem a capacidade e os meios necessários.
Em vez disso, ressaltou o Santo Padre, Jesus está vivo e acompanha-nos, está ao nosso lado, oferece-nos a sua Palavra e a sua graça, que nos iluminam e restauram no caminho: Ele, guia experiente e sábio, sente satisfação em acompanhar-nos nos caminhos mais difíceis e nas subidas mais inacessíveis.
Queridos irmãos e irmãs, na estrada da vida não estamos sozinhos, porque Cristo está connosco e ajuda-nos no nosso caminho, como fez com Pedro e os outros discípulos. É justamente Pedro, no Evangelho de hoje, que entende isto e, pela graça, reconhece em Jesus "o Cristo, o Filho do Deus vivo": não um personagem do passado, mas o Cristo, ou seja, o Messias, aquele que é esperado no presente; não um herói morto, mas o Filho do Deus vivo, feito homem e que veio compartilhar as alegrias e as fadigas do nosso caminho.
Estendamos a mão uns aos outros
Não desanimemos, portanto, se às vezes o cume da vida cristã parecer muito alto e o caminho muito íngreme. Olhemos para Jesus, que caminha ao nosso lado, que acolhe as nossas fragilidades, compartilha os nossos esforços e apoia seu braço firme e gentil nos nossos ombros fracos. Com Ele por perto, também nós estendamos a mão uns aos outros e renovemos a nossa confiança: com Jesus, o que sozinhos parece impossível não o é mais!
Hoje far-nos-á bem repetir a pergunta decisiva que sai de sua boca: "Vós quem dizeis que eu sou?". Por outras palavras: quem é Jesus para mim? Um grande personagem, um ponto de referência, um modelo inatingível? Ou o Filho Deus, que caminha ao meu lado, que pode levar-me vivo na minha vida, Ele é meu Senhor? Eu confio-me a Ele nos momentos de dificuldade? Cultivo sua presença por meio da Palavra e dos Sacramentos? Deixo-me guiar por Ele, junto com os meus irmãos e irmãs, na comunidade?
Maria, Mãe do caminho, ajude-nos a sentir teu Filho vivo e presente ao nosso lado, concluiu o Papa.
VN
Sem comentários:
Enviar um comentário