26 fevereiro 2023

Apelos do Papa pela A Terra Santa, Ucrânia, Burkina Faso, Turquia e Síria

 
 Protesto de palestinos em Bet Dajan, proximidade de Nablus  (ANSA) 
 
Francisco, no final da oração mariana, recordou o sofrimento que em várias partes do mundo causam sofrimento a milhares de pessoas, convidando-nos a não esquecer a  sua dor e a deixar prevalecer o diálogo sobre a vingança
 

Benedetta Capelli – Cidade do Vaticano

O ódio a ser superado pelo diálogo na Terra Santa, a proximidade com aqueles que perderam tudo na Síria e na Turquia devido ao terremoto devastador, um pensamento pela dor na Ucrânia devastada por um ano de guerra, e por fim a preocupação com o escalada da violência em Burkina Faso.

O Papa Francisco não esqueceu, no final da tradicional oração mariana dominical, o que está a acontecer em algumas regiões do planeta. A primeira referência vai para a Terra Santa, onde na quarta-feira, 22 de fevereiro, uma incursão israelita em Nablus, na Cisjordânia, desencadeada após a morte de um soldado israelita, causou a morte de 11 palestinos.

Ainda chegam notícias dolorosas da Terra Santa. Tantas pessoas mortas, também crianças. Como parar essa espiral de violência? Renovo o meu apelo para que o diálogo prevaleça sobre o ódio e a vingança e rogo a Deus pelos palestinianos e israelitas para que encontrem o caminho da fraternidade e da paz com a ajuda da comunidade internacional.

O caminho da paz em Burkina Faso

Francisco diz estar preocupado com a situação em Burkina Faso, onde ações terroristas não dão trégua Nos últimos dias, um ataque reivindicado pelo ISIS causou a morte de cerca de 50 soldados e numa subsequente contra-ofensiva aérea, decidida pelo governo, cerca de 160 terroristas teriam morrido:

Convido-vos a rezar pela população desse querido país para que a violência sofrida não os faça perder a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz.

A dor da Ucrânia, Síria e Turquia

Um ano após a eclosão da guerra na Ucrânia, o Papa convida a não desviar o olhar. Da mesma forma, em relação às populações da Síria e da Turquia, assoladas pelo devastador terremoto do dia 6 de fevereiro.

E não esqueçamos a tragédia da guerra na Ucrânia, completou-se um ano de guerra. E não esqueçamos a dor do povo sírio e turco pelo terremoto.

Por fim, Francisco recorda o 50º aniversário da fundação da AIDO, Associação Italiana de Doação de Órgãos, Tecidos e Células, nascida em 26 de fevereiro de 1973 em Bérgamo, agradecendo pelo compromisso solidário. “Exorto-vos – diz – a continuar a promover a vida através da doação de órgãos”.

Então a saudação aos peregrinos vindos de diversas partes do mundo, incluindo Portugal, e em particular ao grande grupo presente na Praça de São Pedro por ocasião do Dia das Doenças Raras (celebrado em 28 de fevereiro), das quais padecem 300 milhões de pessoas em todo o mundo.

Renovo o meu encorajamento às Associações dos doentes e aos familiares; não falte, especialmente às crianças, a nossa proximidade, para fazê-las sentir o amor e a ternura de Deus.

VN

Papa: Jesus ensina-nos a defender a unidade com Deus e entre nós, dos ataques do "divisor"

 

Da janela do apartamento pontifício, o Papa Francisco acena para a multidão reunida na Praça de São Pedro  (Vatican Media)
 

Apego, desconfiança e poder, três poderosos venenos que o diabo usou para tentar Jesus, assim como os usa para tentar também a nós, para separar do Pai e destruir a unidade entre nós. Como ele é mais forte do que nós, não devemos nunca dialogar ou negociar com ele, mas opor-mo-nos, com fé "a Palavra Divina que é a resposta de Jesus à tentação do diabo."
 

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

De quem e de que maneira o diabo separa, os três poderosos "venenos" que usa para destruir a unidade com Deus e entre nós e o que fazer para vencer suas tentações e insídias. Em síntese, foi o que o Papa propôs na sua reflexão neste I Domingo da Quaresma, antes da oração do Angelus.

O diabo quer criar sempre divisão

O Evangelho de Mateus (Mt 4, 1-11) proposto pela liturgia do dia, apresenta Jesus no deserto sendo tentado pelo diabo. Francisco, dirigindo-se aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, explica inicialmente que diabo significa "divisor", ele "quer sempre criar divisão". E é o que se propõe fazer em relação a Jesus.

Mas - pergunta o Papa - de quem o diabo quer separar Jesus, e de que maneira?

"Depois de ter recebido o Batismo de João no Jordão - recorda Francisco -, Jesus foi chamado pelo Pai "meu Filho amado" e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de pomba":

O Evangelho apresenta-nos assim as três Pessoas divinas unidas no amor. E não só: o próprio Jesus dirá ter vindo ao mundo para nos tornar participantes da unidade que existe entre Ele e o Pai. O diabo, ao invés disso, faz o contrário: entra em cena para separar Jesus do Pai e distanciá-lo da sua missão de unidade por nós. Divide sempre

Apego, desconfiança, poder

Francisco então explica de que maneira o diabo tenta fazer isso:

O diabo quer aproveitar-se da condição humana de Jesus, que está fraco porque jejuou quarenta dias e teve fome. O maligno então tenta incutir nele três poderosos "venenos", para paralisar a sua missão de unidade. E esses venenos são o apego, a desconfiança e o poder.

Sobre o veneno do apego às coisas, às necessidades, o Papa diz:

Com um raciocínio persuasivo, o diabo tenta sugestionar Jesus: “Tens fome, porque deves jejuar? Ouça a tua necessidade e satisfá-la, tens o direito e também tens o poder: transforma as pedras em pão”.

Depois o segundo veneno, a desconfiança:

“Tens a certeza – insinua o maligno – de que o Pai quer o teu bem? Coloca-o à prova, chantageia-o! Lança-te do ponto mais alto do templo e faz com que ele faça o que tu queres."

Por fim, o terceiro veneno, o poder:

Tu não precisas do teu Pai! Por que esperar pelos seus dons? Segue os critérios do mundo, pega em tudo para ti e serás poderoso!”.

Separar-nos de Deus e dividir-nos como irmãos

"É terrível!", exclama Francisco, chamando a atenção para o facto de que o diabo usa em relação a nós esses mesmos três poderosos venenos para nos separar de Deus e nos dividir como irmãos:

O apego às coisas, a desconfiança e a sede de poder são três tentações difundidas e perigosas que o demónio usa para nos separar do Pai e não nos fazer sentir mais irmãos e irmãs entre nós, para levar-nos à solidão e ao desespero. Isso quer fazer o diabo, isso quer fazer a nós: levar-nos ao desespero!

Palavra de Deus, antídoto contra as tentações

Mas o Santo Padre também recorda como Jesus vence as tentações: "Evitando discutir com o diabo e respondendo com a Palavra de Deus. Isto é importante: não se discute com o diabo, não se dialoga com o diabo. Jesus confronta-o com a Palavra de Deus". E "cita três frases da Escritura que falam de liberdade das coisas, de confiança e de serviço a Deus, três frases opostas às tentações. Nunca dialoga com o diabo, não negocia com ele, mas refuta as suas insinuações com as Palavras benéficas da Escritura":

É um convite também para nós: com o diabo não se discute! Não se negocia, não se dialoga; ele não é derrotado tratando com ele, é mais forte do que nós. O diabo derrotamo-lo sopondo para ele com fé a Palavra divina. Deste modo Jesus ensina-nos a defender a unidade com Deus e entre nós dos ataques do divisor. A Palavra Divina é a resposta de Jesus à tentação do diabo.

Como é costume fazer no final das suas reflexões dominicais, Francisco propõe que nos interroguemos:

Que lugar ocupa a Palavra de Deus na minha vida? Recorro à Palavra de Deus nas minhas lutas espirituais? Se tenho um vício ou tentação recorrente, por que, procurando ajuda, não procuro um versículo da Palavra de Deus que responda a esse vício? Depois, quando vem a tentação, eu recito-o, o rezo-o onfiando na graça de Cristo. Experimentemos fazer isto, ajudar-nos-á nas tentações porque, entre as vozes que se agitam dentro de nós, ressoará aquela benéfica da Palavra de Deus.

Que Maria - foi o  seu pedido ao concluir - que acolheu a Palavra de Deus e com a sua humildade derrotou a soberba do divisor, acompanhe-nos na luta espiritual da Quaresma.

VN

22 fevereiro 2023

Papa: a Quaresma lembra quem é o Criador e quem é a criatura. Sem Deus, somos apenas pó

 

Papa Francisco na Basílica de Santa Sabina na Celebração Eucarística com o rito da imposição das cinzas
 
 
Na homilia desta Quarta-feira de Cinzas, Francisco convidou os fiéis a percorrerem as sendas da oração, do jejum e da esmola não como ritos exteriores, mas como comportamentos que renovam o coração.
 

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

"Queridos irmãos e irmãs, inclinemos a cabeça, recebamos as cinzas, tornemos leve o coração": palavras do Papa Francisco na homilia da missa celebrada na Basílica de Santa Sabina, nesta Quarta-feira de Cinzas.

Como é tradição, a cerimónia teve início com a procissão penitencial que partiu da Igreja de Santo Anselmo, com a participação de cardeais, bispos, monges beneditinos, padres dominicanos e fiéis.

No final da procissão, teve lugar a Celebração Eucarística com o rito da bênção e imposição das cinzas.

Regressar à verdade de nós mesmos

Na sua homilia, o Pontífice recordou que a Quaresma é o tempo favorável para regressar ao essencial e neste caminho de regresso, fez um convite aos fiéis: regressar à verdade de nós mesmos e regressar a Deus e aos irmãos.

Antes de mais nada, as cinzas recordam-nos quem somos e de onde vimos: só o Senhor é Deus e nós somos obra das suas mãos. Mas muitas vezes esquecemos que viemos da terra e precisamos do Céu e que sem Ele, somos só pó:

“Por isso a Quaresma é o tempo para nos lembrarmos quem é o Criador e quem é a criatura, para proclamar que só Deus é o Senhor, para nos despojarmos da pretensão de nos bastarmos a nós mesmos e da mania de nos colocar no centro, ser o primeiro da turma, pensar que podemos, meramente com as nossas capacidades, ser protagonistas da vida e transformar o mundo que nos rodeia.”

Quantas desatenções e superficialidades nos distraem daquilo que conta, acrescentou Francisco, lembrando que a Quaresma é "um tempo de verdade", para fazer cair as máscaras que pomos todos os dias a fim de aparecer perfeitos aos olhos do mundo; para lutar – como nos disse Jesus no Evangelho – contra as falsidades e a hipocrisia: não as dos outros, mas as nossas.

Regressar a Deus e aos irmãos

Voltando à verdade de nós mesmos, podemos dar o segundo passo, que é regressar a Deus e aos irmãos.

"Existimos apenas graças às relações: a relação primordial com o Senhor e as relações da vida com os outros. Assim, a cinza que recebemos sobre a cabeça nesta tarde, diz-nos que toda a presunção de autossuficiência é falsa e que idolatrar o eu é opção destrutiva, fecha-nos na jaula da solidão."

Para Francisco, a Quaresma é o tempo propício para reavivar as nossas relações com Deus e com os outros e isso pode ser feito através da esmola, da oração e do jejum. Todavia, Jesus adverte que não se trata de ritos exteriores, mas de comportamentos que devem expressar uma renovação do coração.

“A esmola não é um gesto, cumprido rapidamente, para deixar a consciência limpa, mas tocar, com as próprias mãos e as próprias lágrimas, os sofrimentos dos pobres; a oração não é mero ritual, mas diálogo de verdade e amor com o Pai; o jejum não é um simples sacrifício, mas uma atitude forte para lembrar ao nosso coração aquilo que conta e, ao contrário, o que passa.”

Aos gestos exteriores, disse ainda o Papa, deve corresponder sempre a sinceridade da alma e a coerência das obras. Na vida pessoal, como aliás na vida da Igreja, não contam a exterioridade, os juízos humanos e a aprovação do mundo; conta apenas o olhar de Deus. Assim, a esmola, a oração e o jejum permitem-nos expressar quem realmente somos: filhos de Deus e irmãos entre nós. 

Jesus, o único que nos faz ressurgir das cinzas

"Queridos irmãos e irmãs, inclinemos a cabeça, recebamos as cinzas, tornemos leve o coração", concluiu o Pontífice.

“Não desperdicemos a graça deste tempo sagrado: fixemos o olhar em Jesus crucificado e caminhemos respondendo generosamente aos fortes apelos da Quaresma. No final do percurso, encontraremos com maior alegria o Senhor da vida, o único que nos fará ressurgir das nossas cinzas.”

VN

O Papa: não extinguir o Espírito na comunidade cristã e dentro de cada um de nós

 
  O Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira  (Vatican Media) 
 
O Espírito Santo foi o protagonista na catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira. Francisco disse que "quando se encontram divisões na Igreja, por exemplo, divisões ideológicas, eu sou conservador, ou eu sou progressista, onde está o Espírito Santo? Prestem atenção, pois o Evangelho não é uma ideia, o Evangelho não é uma ideologia, o Evangelho é um anúncio que toca e muda o seu coração".
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

«Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo». Com essas palavras de Jesus o Papa Francisco iniciou a catequese da Audiência Geral, desta quarta-feira (22/02), realizada na Sala Paulo VI, sobre a paixão de evangelizar.

Ide, diz o Ressuscitado, não para doutrinar, nem para fazer prosélitos, mas para fazer discípulos, ou seja, para oferecer a cada um a possibilidade de entrar em contacto com Jesus, de o conhecer e de o amar livremente. Ide, batizando: batizar significa imergir e, portanto, antes de indicar uma ação litúrgica, exprime um ato vital: mergulhar a própria vida no Pai, no Filho, no Espírito Santo; experimentar todos os dias a alegria da presença de Deus que está próximo de nós como Pai, como Irmão, como Espírito que age em nós, no nosso próprio espírito. Batizar é imergir-se na Trindade.

Segundo o Papa, "quando Jesus diz aos seus discípulos - e também a nós – “Ide!”, não comunica apenas uma palavra. Não! Comunica, ao mesmo tempo, o Espírito Santo, pois só graças a Ele, ao Espírito, podemos receber a missão de Cristo e cumpri-la. Com efeito, os Apóstolos permanecem fechados no Cenáculo, com medo, até chegar o dia de Pentecostes e descer o Espírito Santo sobre eles. O anúncio do Evangelho só se realiza na força do Espírito, que precede os missionários e prepara o coração: Ele é «o motor da evangelização»".

No Livro dos Atos dos Apóstolos, "vemos que o protagonista do anúncio não é Pedro, Paulo, Estêvão ou Filipe, mas o Espírito Santo". Os Apóstolos, "não obstante as diferentes sensibilidades e opiniões, põem-se à escuta do Espírito. E Ele ensina algo, válido até hoje: cada tradição religiosa é útil, se facilitar o encontro com Jesus. Poderíamos dizer que a decisão histórica do primeiro Concílio, do qual também nós beneficiamos, foi movida por um princípio, o princípio do anúncio: tudo na Igreja deve conformar-se com as exigências do anúncio do Evangelho; não com as opiniões dos conservadores ou dos progressistas, mas com o facto de que Jesus alcance a vida das pessoas. Por isso, cada escolha, uso, estrutura e tradição devem ser avaliados na medida em que favorecerem o anúncio de Cristo".

E quando se encontram divisões na Igreja, por exemplo, divisões ideológicas, eu sou conservador, ou eu sou progressista, onde está o Espírito Santo? Prestem atenção, pois o Evangelho não é uma ideia, o Evangelho não é uma ideologia, o Evangelho é um anúncio que toca e muda o teu coração, mas se te refugias numa ideia, numa ideologia seja de direita, de esquerda, ou de centro, estás a fazer do Evangelho um partido político, uma ideologia, um clube de pessoas. O Evangelho dá sempre a liberdade do Espírito que age em ti e te conduz. Quanto é preciso hoje tomar a liberdade do Evangelho nas mãos e deixarmo-nos conduzir pelo Espírito.

"Assim, o Espírito lança luz sobre o caminho da Igreja. Com efeito, Ele não é apenas a luz do coração, é a luz que orienta a Igreja: esclarece, ajuda a distinguir, a discernir", frisou ainda o Papa.

Por isso, é necessário invocá-lo frequentemente; o façamos também hoje, no início da Quaresma. Pois, como Igreja, podemos ter tempos e espaços bem definidos, comunidades, institutos e movimentos bem organizados, mas sem o Espírito, tudo permanece sem alma. Não basta a organização. É o Espírito que dá vida à Igreja.

Segundo Francisco, se a Igreja não rezar, não invocar o Espírito, "fecha-se em si mesma, em debates estéreis e extenuantes, em polarizações desgastantes, enquanto a chama da missão se extingue. É muito triste ver a Igreja como se fosse um parlamento, somente. A Igreja é outra coisa. A Igreja é a comunidade de homens e mulheres que creem e anunciam Jesus Cristo movidos pelo Espírito Santo e não pelas próprias razões. Sim, se usas a razão, mas vem o Espírito a iluminá-la e a movê-la".

O Espírito "faz-nos sair, impele-nos a anunciar a fé para nos confirmarmos na fé, a ir em missão para reencontrarmos quem somos. Por isso, o Apóstolo Paulo recomenda: «Não extingais o Espírito!»", disse ainda o Papa, convidando a rezar "com frequência ao Espírito", invocá-lo, pedir-lhe "todos os dias que acenda em nós a sua luz". Façamos isso "antes de cada encontro, para nos tornarmos apóstolos de Jesus com as pessoas que encontrarmos. Não extinguir o Espírito na comunidade cristã e dentro de cada um de nós".

"Como Igreja comecemos e recomecemos do Espírito", disse ainda o Papa, convidando a  perguntar a nós próprios "se nos abrimos a esta luz, se lhe damos espaço". "Invoco o Espírito? Deixo-me orientar por Ele, que me convida a não me fechar, mas a levar Jesus, a dar testemunho do primado da consolação de Deus sobre a desolação do mundo? Que Nossa Senhora que entendeu isto muito bem, nos ajude entender", concluiu Francisco.

VN

15 fevereiro 2023

VERGONHA E ANGÚSTIA


 

«Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra.» Lc 22, 44

Veio ao meu coração esta passagem do Evangelho de Lucas e senti-a tão adequada ao que ontem foi dado a conhecer sobre os abusos na Igreja em Portugal.

Esta angústia que então sentiste, sentiste-a com certeza, Senhor, cada vez que uma criança foi abusada, foi violentada, foi destruída pelo pecado de alguns padres da Tua Igreja.

Não a posso sentir como a sentiste e sentes, Senhor, mas sinto também uma angústia terrível, uma tristeza profunda, uma vergonha enorme, pela dor causada àquelas crianças.

Como é possível, Senhor?

Que maldade tão presente, que vicio tão entranhado, que desprezo pela inocência, leva aqueles homens e tantos outros, a esta perversidade sem nome.

«E se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele atarem-lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos, e lançarem-no ao mar.» Mc 9, 42

Levanto os meus olhos para Ti, Senhor, e suplico-te por aquelas crianças, algumas delas hoje homens e mulheres, para que encontrem no Teu amor o amor que lhes foi negado e terrivelmente enganado naqueles momentos.

Acolhe-os nos Teus braços, aperta-os junto ao Teu coração e faz-lhes sentir o Teu amor, o verdadeiro amor que agora, provavelmente, lhes é tão difícil perceber nas suas vidas marcadas por todo aquele horror.

E aos que cometeram tão horrorosos pecados, tão terríveis crimes, Senhor, que sintam sem medida as consequências dos seus actos, que recebam o justo castigo das suas acções, (quer na Igreja, quer na sociedade civil), que encontrem dentro de si o arrependimento verdadeiro para perceberem com toda a magnitude o horror daquilo que praticaram.

E à Tua Igreja, Senhor, (que somos todos nós baptizados que em Ti acreditamos e Te seguimos), dá-lhe forças e ânimo para continuar a anunciar o Teu amor, o Teu Reino, mas não deixando de, em todos os momentos, reconhecer as terríveis feridas abertas por alguns dos seus filhos transviados.



Monte Real, 14 de Fevereiro de 2023
Joaquim Mexia Alves

 

O Papa: anunciemos juntos "mansos e bons como cordeiros". Deus está próximo

 
 
Na Audiência Geral, novamente dedicada à paixão de evangelizar, Francisco analisou o "discurso missionário" de Jesus aos discípulos: o anúncio "nasce do encontro com o Senhor" e deve envolver com paixão toda a pessoa, "mente, coração e mãos.
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

"O primeiro apostolado" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (15/02), realizada na Sala Paulo VI.

O Pontífice prosseguiu, falando sobre "a paixão de evangelizar, o zelo apostólico", pois "evangelizar envolve toda a pessoa, a mente, o coração, as mãos, tudo. A pessoa é totalmente envolvida. Por isso, falamos de paixão de evangelizar".

O Evangelho diz que Jesus «designou doze entre eles - a quem chamou apóstolos - para estar com Ele para enviá-los a pregar». Há um aspeto que parece contraditório: chama-os para estar com Ele e para ir pregar. "Em primeiro lugar, não há ir sem estar: antes de enviar os discípulos em missão, Cristo - diz o Evangelho – “reúne-os”. O anúncio nasce do encontro com o Senhor; toda a atividade cristã, especialmente a missão, começa a partir dali. Não se aprende na academia. Começa com o encontro com o Senhor. Portanto, só quem estiver com Ele poderá anunciar o Evangelho de Jesus", frisou o Papa.

Somos chamados a fazer-nos dom

"Mas também não há estar sem ir", destacou Francisco, pois "seguir Cristo não é algo intimista: sem anúncio, sem serviço, sem missão, a relação com Ele não cresce. Então, recordemos estes dois momentos constitutivos para cada discípulo: estar e ir, enviado por Jesus".

Tendo chamado os discípulos a si, e antes de os enviar, Cristo dirige-lhes um discurso, conhecido como o “sermão missionário” que é a “constituição” do anúncio. Desse discurso, cuja leitura foi recomendada pelo Papa, o Pontífice frisou três aspetos: porquê anunciar, o que anunciar e como anunciar.

Primeiro: Porquê anunciar. «Recebestes gratuitamente, dai gratuitamente», diz Jesus. "O anúncio não começa por nós, mas pela beleza do que recebemos de graça, sem mérito: encontrar Jesus, conhecê-lo, descobrir que somos amados e salvos. É um dom tão grande que não podemos guardá-lo para nós, sentimos a necessidade de o irradiar; mas com o mesmo estilo, na gratuidade. Em síntese: temos um dom, por isso somos chamados a fazer-nos dom; a nossa vocação é fazer-nos dom para os outros. Ir e levar a alegria do que recebemos".

O anúncio deve dar a primazia a Deus

Segundo aspeto, o que anunciar? Jesus diz: «Pregai, anunciando que o reino dos céus está próximo». Deve-se anunciar que "Deus está próximo. Nunca se esqueçam disso. Deus esteve sempre próximo ao povo. A proximidade é uma das coisas mais importantes de Deus. São três coisas: proximidade, misericórdia e ternura.  Não se esqueçam disto. Quem é Deus? O Próximo, o Terno, o Misericordioso. Esta é a realidade de Deus", frisou.

"Aceitar o amor de Deus é mais difícil, porque queremos estar sempre no centro, ser protagonistas, estamos mais propensos a deixar-nos plasmar, a falar mais do que a ouvir. Mas, se em primeiro lugar estiver o que fazemos, continuaremos a ser os protagonistas. Ao contrário, o anúncio deve dar a primazia a Deus, dar a Deus o primeiro lugar, e dar aos outros a oportunidade de o acolher, de sentir que Ele está próximo. E eu, atrás", disse ainda o Papa.

Não nos apoiarmos em certezas materiais

Terceiro aspeto: como anunciar. Segundo Francisco, "é o aspeto sobre o qual Jesus mais insiste. Como anunciar, qual deve ser o método, qual deve ser a linguagem para anunciar, e isso é significativo, pois diz-nos que o modo, o estilo, é essencial no testemunho. O testemunho não envolve apenas a mente e dizer alguma coisa, os conceitos: não. Envolve tudo, mente, coração, mãos, tudo, as três línguas da pessoa: a linguagem do pensamento, a linguagem do afeto e a linguagem da obra. As três linguagens. Não se pode evangelizar apenas com a mente ou apenas com o coração ou apenas com as mãos".

Ainda sobre o modo como anunciar, é impressionante que Jesus, em vez de prescrever o que levar em missão, diga o que não levar: «Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro nos vossos cintos, nem alforge para a viagem, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado».

Não levar nada. Ele diz para não nos apoiarmos em certezas materiais, mas ir para o mundo sem mundanidade. Isto significa: Eu vou para o mundo não com o estilo do mundo, não com os valores do mundo, não com a mundanidade – que para a Igreja, cair na mundanidade é o pior que pode acontecer. Vou com simplicidade, mostrando Jesus, não falando de Jesus. Como mostramos Jesus? Com o testemunho. 

"Em síntese, caminhando juntos: o Senhor envia todos os discípulos, mas ninguém vai sozinho. A Igreja apostólica é toda missionária e na missão encontra a sua unidade. Portanto: ir mansos e bons como cordeiros, sem mundanidade, juntos", concluiu o Papa.

VN

12 fevereiro 2023

O Papa: o amor dá sentido aos mandamentos, vai além da formalidade da Lei

 
 
O amor verdadeiro nunca é até um certo ponto e nunca se dá por satisfeito; o amor vai além, não pode passar sem ele. O Senhor mostrou-nos isto dando a sua vida na cruz e perdoando os seus assassinos. E ele confiou.nos o mandamento que lhe é mais caro: que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. Este é o amor que dá cumprimento à Lei, à fé, à vida! Disse o Papa Francisco no Angelus, neste VI Domingo do Tempo Comum
 

Raimundo de Lima - Vatican News

O Papa rezou a oração do Angelus ao meio-dia deste VI Domingo do Tempo Comum, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Na alocução que precedeu a oração mariana o Santo Padre ateve-se ao Evangelho do dia.

No Evangelho da liturgia de hoje Jesus diz: "Não penseis que vim para abolir a Lei ou os Profetas; não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento". Dar cumprimento: esta é uma palavra-chave para entender Jesus e a sua mensagem. O que significa isto? Para explicar isto, disse Francisco, o Senhor começa por dizer o que não é cumprimento. A Escritura diz "não matarás", mas para Jesus isto não é suficiente se depois se ferem os irmãos com as palavras; a Escritura diz "não cometerás adultério", mas isto não é suficiente se depois se vive um amor manchado por duplicidade e falsidade; a Escritura diz "não jurarás falsamente", mas não é suficiente fazer um juramento solene se depois se age com hipocrisia. Assim, não há cumprimento, observou o Santo Padre.

Gratuidade do amor de Deus, que nos ama por primeiro

Para nos dar um exemplo concreto, Jesus se concentra no "rito da oferenda". Ao fazer uma oferenda a Deus, se retribuía a gratuidade de seus dons; era um rito muito importante, tanto que era proibido interrompê-lo, exceto por motivos graves. Mas Jesus afirma que é preciso interrompê-lo se um irmão tem algo contra nós, a fim de ir primeiro reconciliar-se com ele: só então o rito se cumpre. A mensagem é clara, acrescentou:

Deus ama-nos primeiro, gratuitamente, dando o primeiro passo em direção a nós sem que o mereçamos; e então não podemos celebrar o seu amor sem, por nossa vez, dar o primeiro passo para nos reconciliarmos com quem nos feriu. Assim, há cumprimento aos olhos de Deus, caso contrário, a observância externa, puramente ritual, é inútil. Noutras palavras, Jesus  faz-nos compreender que as normas religiosas são úteis, são boas, mas são apenas o começo: para dar-lhes cumprimento, é necessário ir além da letra e viver o seu significado. Os mandamentos que Deus nos deu não devem ser trancafiados nos cofres asfixiantes da observância formal, caso contrário, permanecemos numa religiosidade exterior e distante, servos de um "deus patrão" e não filhos de Deus Pai.

O Pontífice ressaltou que este problema não existia apenas no tempo de Jesus, ele também está presente hoje.

O amor de Deus por nós, sem limites

Às vezes, por exemplo, ouvimos: "Padre, eu não matei, não roubei, não fiz mal a ninguém... ", como se dissesse: "Eu estou bem". Aí está a observância formal, que se contenta com o mínimo indispensável, enquanto Jesus nos convida ao máximo possível. Lembremo-nos: Deus não raciocina por cálculos e tabelas; Ele ama-nos como um enamorado: não ao mínimo, mas ao máximo! Ele não nos diz: "Eu amo-te até um certo ponto". Não, o amor verdadeiro nunca é até um certo ponto e nunca se dá por satisfeito; o amor vai além, não pode passar sem ele. O Senhor mostrou-nos isto dando a sua vida na cruz e perdoando os seus assassinos. E ele confiou-nos o mandamento que lhe é mais caro: que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. Este é o amor que dá cumprimento à Lei, à fé, à vida!

A Virgem Maria nos ajude a cumprir a nossa fé e a nossa caridade

A este ponto, o Santo Padre questionou:

Como vivo eu a fé? É uma questão de cálculos, de formalismos, ou é um caso de amor com Deus? Estou satisfeito por não fazer o mal, por manter a "fachada", ou tento crescer no amor por Deus e pelos outros? E, de vez em quando, eu interrogo-me sobre o grande mandamento de Jesus interrogo-me se amo o meu próximo como Ele me ama? Pois talvez sejamos inflexíveis no julgamento aos outros e nos esqueçamos de ser misericordiosos, como Deus é connosco.

Francisco concluiu pedindo à Virgem Maria, que observou perfeitamente a Palavra de Deus, que Ela nos ajude a cumprir a nossa fé e a nossa caridade.

VN

11 fevereiro 2023

O Papa: oremos por aqueles que arriscam as suas vidas pelo Evangelho

 
  Tantos oferecem suas vidas pelo Evangelho e são perseguidos  
 
É uma das intenções confiadas à rede mundial de oração. O Papa convida todos a rezar para que as testemunhas cristãs contagiem a Igreja com a sua coragem
 

Vatican News

O Papa Francisco disse isto muitas vezes: "Há mais mártires hoje do que nos primeiros tempos da Igreja. Tantos dos nossos irmãos e irmãs que oferecem o seu testemunho a Jesus e são perseguidos".

Foram publicadas este sábado, 11 de fevereiro, as intenções de oração do Papa confiadas à sua rede mundial de oração para o próximo ano. Uma intenção é dedicada precisamente aos mártires cristãos: "Oremos para que aqueles em várias partes do mundo que arriscam as suas vidas pelo Evangelho, contagiem a Igreja com a sua coragem e impulso missionário".

O Papa convidou reiteradas vezes a pensar nos muitos cristãos detidos nas prisões dos nazistas e comunistas, "só porque eram cristãos", mas isto é o que acontece "ainda hoje". Há perseguição, afirma Francisco, "porque o mundo não tolera a divindade de Cristo, não tolera a proclamação do Evangelho". A resposta cristã ao mal é o amor. Francisco reiterou isto em fevereiro de 2020 em Bari, no sul da Itália, por ocasião do encontro sobre o "Mediterrâneo fronteira da paz":

"Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem. Esta é a novidade cristã. É a diferença cristã. Orar e amar: isto é o que devemos fazer; e não somente para aqueles que nos querem bem, não somente para os nossos amigos, não somente para o nosso povo. Porque o amor de Jesus não conhece fronteiras ou barreiras. O Senhor pede-nos a coragem de um amor sem cálculos. Pois a medida de Jesus é amor sem medida. Quantas vezes negligenciamos os seus pedidos, comportando-nos como todos os outros! No entanto, o mandamento do amor não é uma mera provocação, está no coração do Evangelho. No amor por todos, não aceitemos desculpas, não preguemos prudências cómodas. O Senhor não foi prudente, não compactuou, pediu-nos o extremismo da caridade. É o único extremismo cristão lícito: o extremismo do amor".

Nas intenções há também uma oração pelos líderes políticos, para que "eles possam estar ao serviço do seu povo, trabalhando pelo desenvolvimento humano integral e pelo bem comum", dando prioridade especial aos mais pobres. O poder não é opressão ou exploração, afirma Francisco: o poder é serviço.

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08 fevereiro 2023

RD do Congo e Sudão do Sul: os dois "sonhos" realizados pelo Papa

 
 Papa saúda os presentes na sala Paulo VI 
 
A 40-ª viagem apostólica foi o tema da catequese do Papa na Audiência Geral desta quarta-feira (08/02), em que repetiu o apelo feito quando chegou ao continente africano: “Basta!, parem de explorar a África!"
 

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

"Dois sonhos”: assim o Papa definiu a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul na Audiência Geral de hoje. Com efeito, a sua recente viagem a África foi o tema de sua catequese.

Aos fiéis presentes na Sala Paulo VI, Francisco recordou um a um cada evento e encontro. Da sua primeira etapa, o Congo, o Pontífice se referiu-se ao país como o pulmão verde de África e segundo no mundo com a Amazónia. Os recursos naturais são ao mesmo tempo fonte de riqueza e de pobreza, de exploração e de guerra. O Congo é como um diamante, disse, mas um diamante ensanguentado pelas contendas e violências que a sua posse motiva.

De modo especial, Francisco recordou o encontro com as vítimas da violência no Leste do país, um dos mais emocionantes de toda a sua peregrinação. Para o Papa, os testemunhos que ouviu foram "chocantes", oriundos de uma região dilacerada pela guerra entre grupos armados, manobrados por interesses económicos e políticos. Trata-se duma dinâmica que se verifica também noutras regiões de África, um continente colonizado, explorado, saqueado.

“Diante de tudo isto, eu disse duas palavras: a primeira é negativa: basta!, parem de explorar África! A segunda é positiva: juntos, com dignidade e respeito mútuo, juntos em nome de Cristo, nossa esperança!”

Outro momento entusiasmante foi o encontro com os jovens e os catequistas congoleses: uma espécie de mergulho no presente projetado para o futuro.

Ecumenismo em ação!

A segunda parte da viagem realizou-se no Sudão do Sul, em Juba; lá juntaram-se ao Papa o primaz anglicano e arcebispo de Cantuária e o Moderador Geral da Igreja da Escócia, os chefes de duas Igrejas historicamente presentes naquela terra.

Era o ponto de chegada de um caminho iniciado há alguns anos, que nos tinha visto reunidos em Roma, em 2019, com as Autoridades sul-sudanesas, para assumir o compromisso de superar o conflito e construir a paz. Infelizmente aquele processo de reconciliação não avançou e o recém-nascido Sudão do Sul acabou vítima da velha lógica do poder e da rivalidade, que produz guerra, violências, refugiados e deslocados internos.

Às autoridades locais, foi feito o convite a virar a página, a levar em frente o Acordo de paz e o Road Map, a dizer decididamente “não” à corrupção e ao tráfico de armas, e “sim” ao encontro e ao diálogo.

“Isto é vergonhoso: muitos países ditos civilizados oferecem ajuda ao Sudão do Sul e a ajuda consiste em armas, armas, armas para fomentar a guerra. Isto é uma vergonha.”

O caráter ecuménico da visita ao Sudão do Sul manifestou-se em particular no momento de oração celebrado com os irmãos Anglicanos e da Igreja da Escócia. Um ato simbólico contra quem abusa do nome de Deus para justificar violências e abusos.

Outro momento saliente em Juba foi o encontro com os deslocados, que são dois milhões dos 11 milhões de habitantes do país. Dois milhões de pessoas obrigadas a sair de casa em decorrência de conflitos armados. Em particular, o Papa dirigiu-se às mulheres, que são a força que pode transformar o país; e encorajou-as todos a serem sementes de um novo Sudão do Sul, sem violência, reconciliado e pacificado.

Por fim, o Pontífice convidou os fiéis a rezarem "a fim de que, na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul, bem como em toda a África, germinem as sementes do seu Reino de amor, de justiça e de paz”.
 
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RETIRO DIOCESANO DO RCC DE LISBOA

 

 

 

RETIRO DIOCESANO DO RCC DE LISBOA

 

ORIENTADO POR: PADRE PAULO ARAÚJO

(Pároco de Arroios e Anjos (Lisboa), membro da Comunidade Emanuel)

 

TEMA:  METANOIA – renovar a nossa transformação em Cristo

 

Dia 18 de março de 2023 - Sábado

 

09:30 – Check-in hotel e acolhimento

10:15 – Oração da manhã

11:00 – Ensinamento 1

11:45 – Tempo de oração pessoal e recolhimento

12:30 – Almoço

 

14:30 – Louvor

15:00 – Terço

15:45 – Ensinamento 2

16:30 – Grupos de oração de intercessão pessoal

17:15 – Intervalo

18:00 – Eucaristia

19:30 – Jantar

 

21:00 – Adoração ao Santíssimo Sacramento e oração de cura interior

22:30 – Encerramento              

 

Dia 19 de março de 2023 - Domingo

 

08:30h – Pequeno-almoço

09:30h – Oração da manhã

10:00h – Ensinamento 3

10:45h - Intervalo

11:00h – Via sacra

12:00h – Eucaristia

13:00h – Almoço e encerramento.

                       

Lisboa 2 de fevereiro, 2023.

    Pela ESD,

    Isolina Gomes

 Fonte: ESD - RCC Lisboa