O capelão nacional da Liga dos bombeiros presta homenagem aos “soldados da paz que estão no terreno, no combate às chamas”.
O
capelão nacional da Liga dos bombeiros, D. Américo Aguiar, afirmou que o
empenho de todos os portugueses na prevenção dos incêndios é um
“imperativo de cidadania”. “Temos de fazer tudo o que está ao nosso
alcance para não provocar incêndios. Não é o tempo da discussão dos
meios, nem das políticas, nem dos partidos: é o momento da ação, na luta
contra os incêndios e na prevenção dos mesmos”, referiu, em declarações
à Agência Ecclesia.
O bispo auxiliar de Lisboa começou por prestar
homenagem ao trabalho dos bombeiros, os “soldados da paz que estão no
terreno, no combate às chamas”. Para D. Américo Aguiar, é necessário
medir os “discursos técnicos de correção, de condenação” à atuação de
profissionais e voluntários, apostando em evitar a criação de condições
para que os incêndios aconteçam, lembrando que alguns assumem dimensões
“incontroláveis”. “Também nesta área da governação é preciso um acordo
de cidadania alargado”, acrescenta.
O capelão nacional dos
bombeiros recorda que mais de metade dos incêndios acontecem por causa
humana, por negligência e mão criminosa, realçando ainda o “problema
eterno do ordenamento do território”. O responsável católico pede, por
isso, um “movimento de cidadania”, em que todos alinhem para que possam
chegar a decisões. “É um problema que não se resolve por decreto, com
multas ou perseguição policial”, indica, em entrevista que é emitida
esta quinta-feira no Programa Ecclesia, na RTP2.
O prelado pede uma
atenção redobrada às comunidades católicas, relativamente às festas e
romarias, em contexto de floresta, recordando os riscos associados à
utilização de fogo de artifício e à realização de piqueniques.
Quanto
ao trabalho da capelania, junto dos bombeiros, D. Américo Aguiar fala
na importância do “acompanhamento espiritual” destes homens e mulheres,
que dão “um exemplo maior do que é o serviço, a entrega ao outro”. “O
corpo de bombeiros voluntários em Portugal é exemplar, no mundo
inteiro”, assinala.
O responsável evoca o impacto da experiência
como capelão do Hospital da Prelada, da Misericórdia do Porto, onde, em
2013, acompanhou vários bombeiros feridos, em particular o jovem Daniel
Falcão, de Miranda do Douro, que viria a falecer, com 25 anos de idade.
“Quando conhecemos o rosto, o nome, a família, passamos a valorizar
muito mais essa dádiva de vida, efetiva, ‘vida por vida’ como diz o lema
dos bombeiros, que nos deve fazer respeitar muitíssimo esses homens e
mulheres que se disponibilizam para uma luta totalmente desigual”.
Ecclesia
Sem comentários:
Enviar um comentário