Após a oração do
Angelus , neste domingo, 31 de julho, o Papa voltou o seu pensamento para a
Ucrânia, pela qual, disse Francisco, que jamais deixou de rezar, nem mesmo
durante a sua viagem ao Canadá. Diante do "flagelo da guerra", Francisco
ressaltou: "A única coisa razoável a fazer é parar e negociar". Sobre a
peregrinação penitencial ao Canadá, anunciou que falará na audiência
geral da próxima quarta-feira, 3 de agosto. Ainda, o agradecimento pelo acolhimento no país da América do Norte
Fausa Speranza/Raimundo de Lima – Vatican News
"Mesmo durante a viagem jamais deixei de rezar pelo povo ucraniano,
agredido e atormentado, pedindo a Deus que o liberte do flagelo da
guerra": disse o Papa Francisco que, após a recitação da oração de
mariana Angelus, neste domingo, 31 de julho, voltou a pedir "que a
sabedoria inspire passos concretos de paz" no país onde os bombardeamentos
continuam.
Se olharmos a realidade objetivamente, considerando os danos que
cada dia de guerra traz para essa população, mas também para o mundo
inteiro, a única coisa razoável a fazer seria parar e negociar. Que a
sabedoria possa inspirar passos concretos para a paz.
Obrigado pelo acolhimento no Canadá
Seguidamente, o pensamento do Santo Padre voltou-se para a peregrinação
penitencial no Canadá, que começou no domingo passado, 24 de julho, e
terminou neste sábado, dia 30. O Pontífice renovou o seu agradecimento:
Ontem de manhã voltei para Roma após a viagem apostólica de seis
dias ao Canadá. Pretendo falar sobre isso na audiência geral na próxima
quarta-feira, mas agora gostaria de agradecer a todos aqueles que
tornaram possível esta peregrinação penitencial, começando pelas
autoridades civis, os chefes dos povos indígenas e os bispos canadianos.
Agradeço sinceramente a todos aqueles que me acompanharam com as suas
orações. Obrigado a todos!
“Não se pode
desejar ser rico? É claro que se pode, de facto, é justo desejá-lo, é bom tornar-me rico, mas rico segundo Deus! Deus é o mais rico de todos: é
rico em compaixão, em misericórdia. A sua riqueza não empobrece ninguém,
não cria brigas e divisões. É uma riqueza que ama dar, distribuir, partilhar”: disse o Papa no Angelus deste domingo, 31 de julho
Raimundo de Lima – Vatican News
“Que Nossa Senhora nos ajude a compreender quais são os verdadeiros
bens da vida, aqueles que permanecem para sempre”: foi o pedido do Papa à
Virgem Maria no Angelus ao meio-dia deste XVIII Domingo do Tempo Comum.
Refletindo sobre a página do Evangelho do dia, Francisco destacou a
passagem em Lc 12,13 em que um homem dirige um pedido a Jesus: "Mestre,
diz ao meu irmão que reparta comigo a herança". É uma situação muito
comum, problemas semelhantes ainda são atuais: quantos irmãos e
irmãs, quantos membros da mesma família infelizmente brigam, e talvez
não falem mais um com o outro, por causa da herança! - frisou o Papa.
A ganância, uma doença que destrói as pessoas
O Pontífice observou que Jesus, respondendo a este homem, não entra
em detalhes, mas vai à raiz das divisões causadas pela posse das coisas,
e diz: "Precavei-vos cuidadosamente de qualquer cupidez".
O que é a cobiça? É a ganância desenfreada pelos bens, o querer
sempre enriquecer-se. É uma doença que destrói as pessoas, porque a fome
de posses gera dependência. Sobretudo aquele que tem tanto nunca se dá
por satisfeito: quer sempre mais, e somente para si mesmo. Mas desta
forma não é mais livre: é apegado, escravo daquilo que paradoxalmente
deveria servir-lhe para viver livre e sereno. Em vez de servir-se do
dinheiro, torna-se servo do dinheiro. Mas a ganância é uma doença
perigosa também para a sociedade: por causa dela chegamos hoje a outros
paradoxos, a uma injustiça como nunca antes na história, onde poucos têm
muito e muitos têm pouco ou nada. Pensemos também nas guerras e
conflitos: o anseio por recursos e riqueza está quase sempre envolvido.
Quantos interesses estão por trás de uma guerra! Certamente, um deles é o
comércio de armas. Este comércio é um escândalo ao qual não devemos e
não podemos resignar-nos.
Servir a riqueza é idolatria, é ofender a Deus
Francisco acrescentou que Jesus ensina hoje que, no cerne de tudo
isto, não há apenas alguns poderosos ou certos sistemas económicos: há a
ganância que está no coração de cada um.
Dito isto, o Santo Padre convidou-nos a refletir sobre algumas perguntas:
Como está o meu desapego dos bens, das riquezas? Eu queixo-me do que
me falta ou sei dar-me por satisfeito com o que tenho? Sou tentado, em
nome do dinheiro e das oportunidades, a sacrificar as relações e o tempo
para os outros? E mais ainda, ocorre-me sacrificar a legalidade e a
honestidade no altar da ganância? Eu digo "altar" porque bens materiais,
dinheiro, riquezas podem tornar-se um culto, uma verdadeira idolatria.
Portanto, Jesus adverte-nos com palavras fortes. Ele diz que não se pode
servir a dois senhores, e - tenhamos cuidado - não diz Deus e o diabo,
ou o bem e o mal, mas Deus e as riquezas. Servirmo.nos da riqueza sim;
servir a riqueza não: é idolatria, é ofender a Deus.
A vida não depende do que se possuimos
Então – podemos pensar - não se pode desejar ser rico? O Pontífice respondeu: é
claro que se pode, de facto, é justo desejá-lo, é bom tornar-me rico,
mas rico segundo Deus! Deus é o mais rico de todos: é rico em compaixão,
em misericórdia. A sua riqueza não empobrece ninguém, não cria brigas e
divisões. É uma riqueza que ama dar, distribuir, partilhar.
Antes de concluir, o Papa lembrou, por fim, o que realmente conta na vida:
Irmãos, irmãs, acumular bens materiais não é suficiente para viver
bem, porque - diz Jesus novamente - a vida não depende do que se possui
(cf. Lc 12,15). Em vez disto, depende de bons relacionament a nós mesmos: como quero eu enriquecer? De acordo com Deus ou de
acordo com a minha ganância? E voltando ao tema da herança, que herança quero eu deixar? Dinheiro no banco, coisas materiais, ou pessoas
contentes ao meu redor, boas obras que não são esquecidas, pessoas que
eu ajudei a crescer e amadurecer?
O Papa Francisco no voo de retorno do Canadá responde a perguntas de jornalistas (Vatican Media)
No voo de retorno
do Canadá, Francisco fala sobre a viagem que acaba de terminar e sobre o
velho e novo colonialismo. Ele diz que ainda não pensou em renunciar,
mas que "pode-se mudar o Papa". Fala sobre o Caminho sinodal da
Alemanha, o desenvolvimento da doutrina e a importância das mulheres na
transmissão da fé
Vatican News
O que foi praticado contra os indígenas foi um genocídio. Respondendo
à pergunta de uma jornalista canadiana, o Papa Francisco, no voo de
retorno que de Iqaluit o trouxe de volta a Roma, falou sobre os temas
da viagem que tinha acabado de terminar e do colonialismo, antigo e
novo. Mas ele também abordou a questão da renúncia ao pontificado,
instado várias vezes pelas perguntas dos jornalistas, explicando que por
enquanto ele não está a pensar renunciar, muito embora veja isso como uma
possibilidade. No início da conferência de imprensa, Francisco agradeceu
aos repórteres que voavam com ele: “Boa-noite e obrigado pelo
vosso acompanhamento, pelo vosso trabalho aqui, sei que trabalham muito
e obrigado pela empresa, obrigado”.
Como descendente de um sobrevivente de uma escola residencial, sei
que os sobreviventes e as suas famílias querem ver ações concretas após
os seus pedidos de desculpas, incluindo uma declaração sobre o fim da
"Doutrina da descoberta". Nas Constituições dos Estados Unidos e nd
Canadá, os indígenas continuam a ser defraudados das suas terras e
privados de poder sobre a sua terra, por causa das bulas papais e da
Doutrina da descoberta. Não pensa ter sido uma oportunidade perdida para
fazer uma declaração nesse sentido durante a sua viagem ao Canadá?
Não entendi a segunda parte da pergunta. Pode explicar o que entende por Doutrina da descoberta?
Jessica Ka'Nhehsíio Deer
Quando falo com os indígenas, eles dizem que quando os colonos
vieram para tomar as suas terras, eles referiram-se a esta doutrina que
estabelecia que eles eram inferiores aos católicos. Foi assim que os EUA
e o Canadá se tornaram países ...
Obrigado pela pergunta. Creio que este é um problema de todo
colonialismo, de todos eles. Ainda hoje: as colonizações ideológicas de
hoje têm o mesmo esquema. Quem não entra no seu caminho, é inferior. Mas
eu quero ir mais longe, sobre isso. Eram considerados não apenas
inferiores: alguns teólogos ligeiramente loucos inrterrogavam-se se ele tinham
uma alma. Quando João Paulo II foi à África, para a porta onde os
escravos embarcavam (Ilha Gorée, a porta sem retorno), ele fez um sinal
para que pudéssemos entender o drama, o drama criminoso: aquelas pessoas
eram jogadas no navio, em condições desastrosas, e depois tornavam-se
escravas na América. É verdade que havia vozes que falavam claro, como
Bartolomeo de las Casas, por exemplo, Pedro Claver, mas eram a minoria. A
consciência da igualdade humana veio lentamente. E digo consciência,
porque no inconsciente ainda há algo ... Nós temos sempre - permito-me
dizer - como uma atitude colonialista de reduzir a sua cultura à nossa. É
algo que vem do nosso modo de vida desenvolvido, o nosso, que às vezes
perdemos os valores que eles têm. Por exemplo: os povos indígenas têm um
grande valor que é o valor da harmonia com a Criação e pelo menos
alguns que eu conheço o expressam na palavra “viver bem”, que não
significa, como entendemos os ocidentais, viver bem ou viver a dolce
vita. Não. Viver bem é custodiar a harmonia. E isso para mim é o
grande valor dos povos originais: a harmonia. Estamos acostumados a
reduzir tudo à cabeça: em vez disso, a personalidade dos povos originais
- estou a falar em geral - sabe expressar-se em três línguas: a da
cabeça, a do coração e a das mãos. Mas todos juntos e eles sabem como
ter esta linguagem com a Criação. Então, este progresso acelerado do
desenvolvimento, exagerado, neurótico que temos... Não estou a falar contra o desenvolvimento: o desenvolvimento é bom. Mas não é boa aquela
ansiedade que temos: desenvolvimento-desenvolvimento-desenvolvimento...
Veja, uma das coisas que a nossa sociedade perdeu foi a capacidade de
poesia.
Os povos indígenas têm essa capacidade poética. Não estou
a idealizar. Então, esta doutrina da colonização: é verdade, é má, é
injusta e é usada também hoje. A mesma coisa. Talvez com luvas de seda,
mas é usada, hoje em dia. Por exemplo, alguns bispos de alguns países
disseram-me: Mas, o nosso país, quando pede crédito a uma organização
internacional, eles impõem-lhe condições, mesmo condições legislativas,
colonialistas. Para lhe dar crédito, eles fazem-te mudar um pouco o teu
modo de vida. Voltando à nossa colonização da América, a dos ingleses,
dos franceses, dos espanhóis, dos portugueses, houve sempre esse perigo,
de fa,to, essa mentalidade: somos superiores e esses povos indígenas não
contam, e isso é grave. É por isso que temos de trabalhar no que me
diz: voltar e sanear, digamos, o que foi feito de errado, sabendo que o
mesmo colonialismo existe hoje. Pense, por exemplo, num caso, que é
universal e eu ouso dizê-lo. Estou a pensar no caso do Rohingya, em
Mianmar: eles não têm direito à cidadania, são considerados de um nível
inferior. Ainda hoje.
Atendendo aos muitos equívocos e perplexidades que tenho constatado
em torno dos relatos sobre o doloroso caso denunciado em 1999, penso ser
importante ajudar a esclarecer o que na verdade testemunhei. O
cuidado e a preocupação pelas vítimas é o que nos deve mover
principalmente neste assunto e levar-nos ao seu encontro. Lamento todo o
sofrimento que esta situação possa provocar a esta vítima em especial e
a todas as outras que conhecemos ou não. O
meu antecessor acolheu e tratou o caso em questão tendo em conta as
recomendações canónicas e civis da época e o diálogo com a família da
vítima. O sacerdote foi afastado da paróquia onde estava e nomeado para
servir numa capelania hospitalar. Uma
vez patriarca, marquei um encontro com a vítima, encontro esse que foi
adiado a pedido da mesma. Em 2019, regressado do Encontro dos
Presidentes das Conferências Episcopais da Europa sobre o tema «A
proteção dos menores na Igreja» promovida pelo Santo Padre em Roma,
sobre a temática dos abusos, pedi um novo encontro à vítima, com quem
conversei presencialmente. A sua preocupação era não haver uma repetição
do caso, sem desejar de forma expressa, a sua divulgação. Não
entendi, como não entendo hoje, ter estado perante uma renovada
denúncia da feita em 1999. Se assim tivesse sido, a mesma teria sido
remetida à Comissão Diocesana, criada por essa altura, e teriam sido
cumpridos todos os procedimentos recomendados à data. Recordo que as
regras e recomendações de 16 de julho de 2020 são posteriores. Em
relação ao sacerdote em causa, o mesmo foi acompanhado e até à
atualidade nunca houve qualquer denúncia ou reparo sobre o seu
comportamento moral. Nunca ninguém comunicou, nem sob anonimato,
qualquer acusação. Aliás, as medidas cautelares previstas para estes
casos visam sobretudo a proteção de possíveis futuras vítimas, o que
pode estar acautelado, em especial quando, passados anos, nunca mais
houve denúncias nem indícios. Aceito
que podemos e devemos fazer sempre melhor. Desde a primeira hora que no
Patriarcado de Lisboa dei instruções para que a Tolerância Zero e a
Transparência Total sejam regra conhecida de todos. Aceito
que este caso e outros do conhecimento público e que foram tratados no
passado, não correspondem aos padrões e recomendações que hoje todos
queremos ver implementados. Temos,
desde o início da criação da Comissão Diocesana, a primeira no país,
tentado cumprir e fazer cumprir todas recomendações civis e canónicas. Até
à data foram encaminhadas à Comissão Diocesana do Patriarcado de
Lisboa, por mim ou diretamente pelas vítimas, 3 denúncias. A primeira
foi acompanhada pela diocese de Vila Real, a segunda está neste momento a
corresponder ao que o Dicastério para a Doutrina da Fé decidiu, após as
recomendações que a nossa Comissão me deu. Mal tenhamos o desfecho
sobre a mesma, será divulgado. A terceira e mais recente que envolve
mensagens inapropriadas e enviadas por WhatsApp está também em
apreciação pela Comissão, que já me fez recomendações a que dei imediato
seguimento. Quanto a outras denúncias que possam existir, não temos conhecimento, mesmo aquelas a que a Comissão Independente se refere. Que
ninguém tenha medo de denunciar. Nas Comissões Diocesanas, na Comissão
Independente, na PGR, na PJ, aos media, onde e junto de quem se sentirem
mais seguros. Peço a Deus que encoraje, fortaleça e proteja os que nas suas vidas tenham sofrido estes crimes. Desejo
ter ajudado cada leitor desta carta a aproximar-se da verdade que todos
desejamos. Verdade que as vítimas nos exigem e merecem.
Encontro do Papa com delegação de indígenas presentes em Quebec 27.07.22 (Vatican Media)
"Já próximo da
conclusão desta intensa peregrinação, quero-vos dizer que, se já vinha
animado por estes desejos, volto para casa muito mais enriquecido,
porque levo no coração o tesouro incomparável feito de pessoas e
populações que me marcaram; tesouro de rostos, sorrisos e palavras que
permanecem no meu íntimo; de histórias e lugares que não poderei
esquecer; de sons, cores e emoções que vibram intensamente dentro de
mim”: disse o Papa Francisco a uma Delegação de Indígenas presentes no
Quebec
Raimundo de Lima – Vatican News
“Vim ao Canadá como amigo para vos encontrar, para ver, ouvir,
aprender e calcular como vivem as populações indígenas deste país. Vim
como irmão, para descobrir pessoalmente os frutos bons e maus produzidos
pelos membros da família católica local, no decurso dos anos. Vim com
espírito penitencial, para vos manifestar o pesar que sinto no coração
pelo mal que não poucos católicos vos causaram apoiando políticas
opressivas e injustas aplicadas a vós.”
Foi o que disse o Papa no encontro desta sexta-feira, 29 de julho, com
uma delegação de indígenas presentes no Québec no seu último dia desta
peregrinação penitencial no Canadá, no caminho da cura e reconciliação.
De facto, o encontro, no Arcebispado na cidade de Quebec, foi ocasião
para mais uma vez Francisco ressaltar o espírito penitencial que
caracteriza esta sua visita em terras canadianas.
Semear esperanças para as futuras gerações
“Vim como peregrino, com as minhas limitadas possibilidades físicas,
para propiciar mais passos a seguirem convosco e a vosso favor: para que
se prossiga na busca da verdade, progrida na promoção de percursos de
cura e reconciliação, para que se continue por diante semeando
esperança para as futuras gerações de indígenas e não indígenas que
desejam viver juntos, fraternalmente, em harmonia”, frisou.
Já no início da sua saudação à delegação de indígenas, o Santo Padre
os tinha agradecido por se terem deslocado até ali, vindos de vários
lugares do Quebec e lembrou que os momentos da sua visita são
caracterizados pela frase Caminhar Juntos.
Dias intensos convosco, sinto-me parte da vossa família
“Mas, já próximo da conclusão desta intensa peregrinação, quero
dizer-vos que, se já vinha animado por estes desejos, volto para casa
muito mais enriquecido, porque levo no coração o tesouro incomparável
feito de pessoas e populações que me marcaram; tesouro de rostos,
sorrisos e palavras que permanecem no meu íntimo; de histórias e lugares
que não poderei esquecer; de sons, cores e emoções que vibram
intensamente dentro de mim. Verdadeiramente posso afirmar que, enquanto
vos visitava, as vossas realidades, as realidades indígenas desta terra,
visitaram o meu íntimo: entraram em mim e acompanhar-me-ão sempre. Ouso
dizer – se me permitis – que de certo modo, agora, também eu me sinto
parte da vossa família e disso sinto-me honrado”, disse.
Antes de concluir, o Pontífice destacou a figura de três mulheres,
reiteradas vezes evocadas durante estes dias de sua viagem apostólica ao
Canadá.
Santa Ana, a Virgem Maria e Santa Catarina Tekakwitha
“Desejo confiar tudo o que vivemos nestes dias e a prossecução do
caminho que nos espera à cuidadosa solicitude de quem sabe guardar o que
conta na vida: penso nas mulheres, particularmente em três delas.
Primeiro, em Santa Ana, cuja ternura e proteção pude sentir ao venerá-la
juntamente com um povo de Deus que reconhece e honra as avós. Segundo,
penso na Santa Mãe de Deus: nenhuma criatura merece mais do que Ela ser
definida peregrina, porque sempre – também hoje, mesmo agora – está a
caminho: a caminho entre o Céu e a terra, para cuidar de nós por conta de
Deus e para nos conduzir pela mão ao seu Filho. Finalmente, com
frequência nestes dias, a minha oração e o meu pensamento detiveram-se
numa terceira mulher que nos acompanhou com a sua suave presença e cujos
restos mortais conservam-se não muito longe daqui: refiro-me a Santa
Catarina Tekakwitha. Veneramo-la pela sua vida santa, mas não poderemos
pensar que a sua santidade de vida, caraterizada por uma dedicação
exemplar à oração e ao trabalho, bem como pela capacidade de suportar
com paciência e mansidão tantas provações, tenha sido possível também
por certos traços nobres e virtuosos herdados da sua comunidade e do
ambiente indígena onde cresceu?”
Por fim, o Papa confiou a Elas que “abençoem o nosso caminho comum,
intercedam por nós e por esta grande obra de cura e reconciliação tão
agradável a Deus”. Francisco abençoou os presentes, agradecendo mais uma
vez, e pediu que continuem a rezar por ele.
Missa presidida pelo Papa no Santuário Nacional da Santa Ana de Beaupré
Na homilia da
missa, Francisco ressaltou que "também nós, perante o escândalo do mal e
o Corpo de Cristo ferido na carne dos nossos irmãos indígenas, caímos
na amargura e sentimos o peso do fracasso".
Vatican News
O Papa Francisco celebrou a missa pela reconciliação, nesta
quinta-feira (28/07), no Santuário Nacional da Santa Ana de Beaupré,
situado a 30 km de Québec, o local mais antigo de peregrinação da
América do Norte.
Francisco iniciou a sua homilia a dizer que "a viagem dos discípulos
de Emaús é uma imagem do nosso caminho pessoal e da Igreja". Segundo o
Papa, "na estrada da vida, e vida de fé, ao levarmos adiante os sonhos,
os projetos, os anseios e as esperanças que habitam no nosso coração,
embatemos também nas nossas fragilidades e fraquezas, experimentamos
derrotas e deceções e, às vezes, ficamos prisioneiros da sensação de
fracasso que nos paralisa". Mas, "mesmo em tais momentos", o Evangelho anuncia.nos que "não estamos sozinhos: o Senhor vem ao nosso encontro",
caminha ao nosso lado. Segundo Francisco, "quando o fracasso deixa
espaço ao encontro com o Senhor, a vida reabre-se à esperança e podemos
reconciliar-nos connosco, com os irmãos e com Deus".
O Papa intitulou este caminho "do fracasso à esperança".
Existe "a sensação de fracasso, que habita o coração destes dois
discípulos depois da morte de Jesus. Tinham abraçado um sonho com
entusiasmo. Em Jesus, tinham depositado todas as suas esperanças e
desejos. Agora, depois da escandalosa morte na cruz, viram costas a
Jerusalém para voltar a casa, à vida anterior. Voltam para casa
abatidos. As esperanças em que acreditavam desfizeram-se em pedaços, os
sonhos que queriam realizar cedem o lugar à desilusão e à amargura".
Segundo Francisco, "trata-se duma experiência que tem a ver também
com a nossa vida e o próprio caminho espiritual, em todas as ocasiões em
que somos obrigados a redimensionar os nossos anseios e a lidar com as
ambiguidades da realidade, com as obscuridades da vida, com as nossas
fraquezas. nas atividades que realizamos ou nas nossas relações,
experimentamos alguma derrota, algum erro, um fracasso ou uma queda,
vendo desabar aquilo em que tínhamos acreditado ou nos tínhamos
empenhado e sentindo-nos ao mesmo tempo esmagados pelo nosso pecado e os
sentimentos de culpa. Vemos isso nos discípulos de Emaús, cuja
contrariedade por terem visto desabar o projeto de Jesus deixa espaço
apenas a uma estéril discussão".
E o mesmo pode verificar-se também na vida da Igreja, a comunidade
dos discípulos do Senhor representados naqueles dois de Emaús. Apesar
de ser a comunidade do Ressuscitado, pode encontrar-se a vagar perdida e
desiludida perante o escândalo do mal e a violência do Calvário. Então
nada mais consegue fazer senão apertar nas mãos a sensação de fracasso e
interrogar-se: Que aconteceu? Porque é que aconteceu? Como pôde
acontecer? Irmãos e irmãs, são as perguntas que cada um põe a si mesmo; e
são também os interrogativos ardentes que esta Igreja peregrina no
Canadá faz ressoar no seu coração num árduo caminho de cura e
reconciliação. Também nós, perante o escândalo do mal e o Corpo de
Cristo ferido na carne dos nossos irmãos indígenas, caímos na amargura e
sentimos o peso do fracasso.
"Porque é que aconteceu tudo isto? Como pôde isto acontecer na
comunidade daqueles que seguem Jesus?", perguntou o Papa, chamando a
atenção para "a tentação da fuga, presente nos dois discípulos do
Evangelho: percorrer em sentido inverso o caminho, fugir do lugar onde
sucederam os factos, tentar removê-los, procurar um «lugar tranquilo»
como Emaús para não pensar mais no caso. Não há nada pior, perante os
fracassos da vida, do que fugir para não os enfrentar. É uma tentação do
inimigo, que ameaça o nosso caminho espiritual e o caminho da Igreja:
ele quer fazer-nos acreditar que aquele fracasso já seja definitivo,
quer paralisar-nos na amargura e na tristeza, convencer-nos de que não
há mais nada a fazer e, consequentemente, não vale a pena encontrar uma
estrada para recomeçar".
O Papa ressalta na homilia, que "o Evangelho, ao contrário, revela-nos que precisamente nas situações de deceção e tristeza,
precisamente quando, atónitos, experimentamos a violência do mal e a
vergonha da culpa, quando o rio da nossa vida seca no pecado e no
fracasso, quando, despojados de tudo, parece-nos não ter mais nada,
precisamente então é que o Senhor vem ao nosso encontro e caminha
connosco". Ele abre os olhos dos discípulos de Emaús "para uma nova visão
das coisas".
Também nós, que partilhamos a Eucaristia nesta Basílica, podemos
reler muitos acontecimentos da história. Neste mesmo terreno, já houve
anteriormente três templos; e existiram aqueles que não fugiram diante
das dificuldades, voltaram a sonhar apesar dos erros próprios e alheios;
não se deixaram vencer pelo incêndio devastador de há cem anos e
edificaram, com coragem e criatividade, este templo. E quantos partilham
aqui a Eucaristia, vindos das vizinhas Planuras de Abraão, podem também
aperceber-se do ânimo daqueles que não se deixaram cair reféns do ódio,
da guerra, da destruição e do sofrimento, mas souberam voltar a
planear uma cidade e um país.
Diante dos discípulos de Emaús, Jesus parte o pão, "reabrindo os seus
olhos e mostrando-Se mais uma vez como o Deus do amor que oferece a
vida pelos seus amigos. Só há uma estrada, um único caminho: é o caminho
de Jesus, é o caminho que é Jesus. Nesta Basílica, onde recordamos a
mãe da Virgem Maria, e onde se encontra também a cripta dedicada à
Imaculada Conceição, não podemos senão pôr em evidência o papel que Deus
quis dar à mulher no seu plano de salvação. Santa Ana, a Santíssima
Virgem Maria, as mulheres da manhã de Páscoa apontam-nos um novo caminho
de reconciliação: a ternura materna de tantas mulheres pode
acompanhar-nos – como Igreja – rumo a tempos novamente fecundos,
deixando para trás tanta esterilidade e tanta morte, e no centro colocar
de novo Jesus, o Crucificado Ressuscitado".
E o Papa concluiu: "No centro das nossas interrogações, das fadigas
que acumulamos, da própria vida pastoral, não podemos colocar-nos a nós
mesmos e ao nosso fracasso; devemos colocar a Ele, o Senhor Jesus. No
coração de cada coisa, coloquemos a sua Palavra, que ilumina os
acontecimentos e reabre-nos os olhos para ver a presença operante do
amor de Deus e a possibilidade do bem mesmo em situações aparentemente
perdidas; coloquemos o Pão da Eucaristia, que Jesus ainda hoje parte
para nós, para partilhar a sua vida com a nossa, abraçar as nossas
fragilidades, sustentar os nossos passos cansados e conceder-nos a cura
do coração. E, reconciliados com Deus, com os outros e connosco, podemos
também tornar.nos instrumentos da reconciliação e da paz na
sociedade em que vivemos. O fracasso abre-se à esperança de uma nova
vida".
Cerimónia de boas vindas e encontro com as autoridades de Quebec
É necessário
"promover os direitos legítimos das populações nativas e favorecer
processos de cura e reconciliação entre elas e os não indígenas do país.
Isto reflete-se no vosso empenho por responder adequadamente aos apelos
da Comissão em prol da Verdade e da Reconciliação, bem como na
solicitude em reconhecer os direitos dos povos indígenas”: disse o Papa
na Citadelle do Québec, no Canadá, no encontro com as autoridades civis,
os representantes das populações indígenas e o corpo diplomático
Raimundo de Lima - Vatican News
“Juntamente com os Bispos deste país, renovo o meu pedido de perdão
pelo mal cometido por tantos cristãos contra as populações indígenas. É
trágico quando crentes, como sucedeu naquele período histórico, adequam-se mais às conveniências do mundo do que ao Evangelho”: disse com
veemência o Papa Francisco na Citadelle do Québec, residência oficial do
Governador Geral do Canadá, no encontro com as autoridades civis, os
representantes das populações indígenas e o corpo diplomático.
Nesta quarta-feira, 27 de julho, o Santo Padre deixou Edmonton, onde
se encontrava desde domingo, transferindo-se para a cidade de Québec,
capital do Québec, segunda etapa em terras canadenses desta sua 37ª
Viagem Apostólica Internacional.
Francisco iniciou o seu discurso evidenciando o facto de o Canadá ser um
grande país, que de “mar a mar” oferece um património natural
extraordinário, em particular, as espetaculares florestas de aceráceas,
cuja folha, símbolo por excelência destas terras, tornou-se o emblema
que sobressai na bandeira do país.
Expressão de vergonha e pesar do Santo Padre
“As grandes folhas de acerácea, que absorvem o ar poluído e restituem
oxigénio, convidam a nos maravilharmos com a beleza da criação e deixar-nos
atrair pelos saudáveis valores presentes nas culturas indígenas: estes
servem de inspiração para todos nós e podem contribuir para sanar o
hábito nocivo de explorar. Explorar, além da criação, também as relações
e o tempo, e regular a atividade humana apenas com base na utilidade e
no lucro”, disse o Pontífice.
“Todavia estes ensinamentos vitais foram violentamente combatidos no
passado. Penso sobretudo nas políticas de assimilação e alforria,
incluindo também o sistema escolar residencial, que prejudicou muitas
famílias indígenas, minando a sua língua, cultura e visão de mundo.
Naquele deplorável sistema promovido pelas autoridades governamentais da
época, que separou tantas crianças das suas famílias, estiveram
envolvidas várias instituições católicas locais; exprimo vergonha e
pesar por isso”, reiterou.
Encontro em Roma, trabalhar pela cura e reconciliação
“Se a fé cristã desempenhou um papel essencial na modelação dos
ideais mais elevados do Canadá, que se caraterizam pelo desejo de
construir um país melhor para todo o seu povo, é necessário – admitindo
as próprias culpas – empenharem-se juntos na realização daquilo que sei
que todos vós compartilhais: promover os direitos legítimos das
populações nativas e favorecer processos de cura e reconciliação entre
elas e os não indígenas do país. Isto reflete-se no vosso empenho por
responder adequadamente aos apelos da Comissão em prol da Verdade e da Reconciliação, bem como na solicitude em reconhecer os direitos dos povos indígenas”, continuou o Papa.
Referindo-se ao processo de cura e reconciliação sobre o qual tem
insistido, em consonância com o lema desta sua viagem apostólica ao
Canadá “Caminhar juntos”, Francisco disse estar “verdadeiramente grato
por ter encontrado e ouvido vários representantes das populações
indígenas nos meses passados em Roma, e poder reforçar aqui, no Canadá -
enfatizou -, as boas relações estabelecidas com eles. Os momentos que
vivemos juntos deixaram marcas em mim, nomeadamente o firme desejo de
dar seguimento à indignação e à vergonha pelos sofrimentos suportados
pelos indígenas, levando por diante um caminho fraterno e paciente com
todos os canadianos segundo a verdade e a justiça, trabalhando pela cura
e a reconciliação, sempre animados pela esperança”.
O valor da família e as ameaças que recaem sobre ela
Tomando a imagem da ramagem frondosa e multicolorida das aceráceas, o
Santo Padre destacou que ela lembra-nos “a importância do conjunto, de
construir comunidades humanas não uniformizadas, mas realmente abertas e
inclusivas”, para seguidamente evocar o valor da família e as ameaças que
recaem sobre ela.
“Como cada folha é fundamental para enriquecer a ramagem, assim
também cada família, célula essencial da sociedade, há de ser
valorizada, porque ‘o futuro da humanidade passa pela família’. É a
primeira realidade social concreta, mas está ameaçada por muitos
fatores: violência doméstica, frenesia do trabalho, mentalidade
individualista, carreirismo desenfreado, desemprego, solidão dos jovens,
abandono dos idosos e dos enfermos... As populações indígenas têm tanto
para nos ensinar sobre a guarda e a tutela da família, onde se aprende,
já desde criança, a reconhecer o que está certo e o que é errado, dizer
a verdade, partilhar, corrigir os erros, recomeçar, animarmo-nos,
reconciliarmo-nos. Que o mal sofrido pelos povos indígenas nos sirva hoje
de alerta, para que o cuidado e os direitos da família não sejam postos
de lado em nome das eventuais exigências produtivas e interesses
individuais”, advertiu.
Francisco insistiu sobre as folhas de acerácea para ressaltar que nos
tempos da guerra, os soldados usavam-nas como ligaduras e medicamentos
para as feridas.
A loucura insensata da guerra, curar as feridas do ódio
“Hoje, face à loucura insensata da guerra, precisamos novamente de
lenir os extremismos da contraposição e curar as feridas do ódio”, disse
Francisco, acrescentando que “não precisamos de dividir o mundo em
amigos e inimigos, manter as distâncias e voltar a armarmo-nos até aos
dentes: não serão as corridas aos armamentos e as estratégias de
dissuasão que trarão paz e segurança. Não há necessidade de perguntar-se
como continuar as guerras, mas como pará-las. Há necessidade de impedir
que os povos voltem a ser reféns da trituração de espaventosas guerras
frias alargadas. Há necessidade de políticas criativas e clarividentes,
que saibam sair dos esquemas de parte para dar resposta aos desafios
globais”.
O Santo Padre lembrou que “os grandes desafios de hoje, como a paz,
as alterações climáticas, os efeitos da pandemia e as migrações
internacionais têm em comum uma constante: são globais, afetam a todos”.
Antes de concluir, destacou que é preciso valorizar os desejos de
fraternidade, justiça e paz das jovens gerações, que é preciso também
trabalhar para superar a retórica do medo a respeito dos imigrantes e
dar-lhes a possibilidade concreta de se envolverem responsavelmente na
sociedade. E “para se conseguir isto - enfatizou –, são indispensáveis
os direitos e a democracia”. Trabalhando juntos, de comum acordo, é que
se enfrentam os prementes desafios de hoje, finalizou o Papa.
Papa Francisco em Quebec, Encontro com as Autoridades civis, 27 de julho de 2022
Papa celebrou a Missa Edmmonton, no Commonwealth Stadium
“Joaquim e Ana
intercedam por nós! Ajudem-nos a guardar a história que nos gerou e a
construir uma história geradora. Que eles nos lembrem a importância
espiritual de honrar os nossos avós e os nossos idosos, aprender com a
sua presença para construir um futuro melhor: um futuro onde os idosos
não sejam descartados porque ‘já não são de utilidade’; um futuro que
não julgue o valor das pessoas só pelo que produzem": disse o Papa
Francisco na Missa desta terça-feira (26/06) em Edmonton, no Canadá
Raimundo de Lima – Vatican News
“Na casa de Joaquim e Ana, o pequenino Jesus conheceu os idosos da
sua família e experimentou a proximidade, a ternura e a sabedoria dos
avós”: disse o Papa Francisco na Missa celebrada no Estádio
Commonwealth, em Edmonton, no Canadá, esta terça-feira, 26 de julho, em
que a Igreja celebra a Festa de São Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa
Senhora, sendo também celebrado nesta data o Dia dos Avós e Bisavós. O
povo canadense é muito ligado à festa dos avós de Jesus.
Filhos duma história que devemos guardar
Já no início de sua homilia, o Santo Padre convidou a pensar, também
nós, nos nossos avós, e a refletir sobre dois aspectos importantes. O
primeiro: somos filhos duma história que devemos guardar.
“Não somos indivíduos isolados, não somos ilhas; ninguém vem ao mundo
desligado dos outros. As nossas raízes, o amor com que fomos aguardados
e que recebemos ao vir ao mundo, os ambientes familiares onde
crescemos, fazem parte duma única história, que nos precedeu e gerou.
Não a escolhemos, mas recebemo-la de prenda; é uma prenda que somos
chamados a guardar. Pois, como nos lembrou o livro do Eclesiástico -
disse o Papa referindo-se à primeira Leitura -, somos ‘a posteridade’ de
quem nos precedeu, a sua ‘rica herança’. Uma herança cujo centro, mais
do que nas proezas ou na autoridade de uns, na inteligência ou na
criatividade do canto e da poesia de outros, está na justiça, na
fidelidade a Deus, à sua vontade. E isto no-lo transmitiram.”
Francisco lembrou que estamos aqui “estamos aqui graças aos pais, mas
também graças aos avós que nos fizeram experimentar ser bem-vindos no
mundo. Muitas vezes foram eles a amar-nos sem reservas e sem nada
esperar de nós: tomaram-nos pela mão quando tínhamos medo,
tranquilizaram-nos na escuridão da noite, encorajaram-nos quando, à luz
do sol, devíamos enfrentar as opções da vida”. Graças aos nossos avós,
acrescentou o Pontífice, recebemos uma carícia da parte da história que
nos precedeu: “aprendemos que o bem, a ternura e a sabedoria são raízes
sólidas da humanidade. Na casa dos avós, muitos de nós respiramos o
perfume do Evangelho, a força duma fé que tem o sabor de casa. Graças a
eles, descobrimos uma fé familiar, doméstica; sim, porque é deste modo
que se comunica essencialmente a fé”. O Papa ressaltou que somos filhos,
porque somos netos.
Artesãos duma história a construir
Francisco ateve-se, em seguida, sobre o segundo aspecto acerca do qual quis refletir: além de filhos duma história a guardar, somos artesãos duma história a construir. Cada um pode reconhecer aquilo que é, com as suas luzes e sombras, conforme o amor que recebeu ou que lhe faltou.
“O mistério da vida humana é este: todos somos filhos de alguém,
gerados e plasmados por alguém, mas, uma vez tornados adultos, somos
também chamados a ser geradores, pais, mães e avós de outrem. Por
conseguinte, olhando para a pessoa que somos hoje, que queremos fazer de
nós mesmos? Os avós de quem descendemos, os idosos que sonharam,
esperaram e se sacrificaram por nós, lançam-nos uma pergunta
fundamental: Que sociedade quereis construir? Recebemos tanto das mãos
de quem nos precedeu, que queremos deixar em herança à nossa
posteridade?”
“Uma fé viva ou uma fé tipo ‘água de colônia’, uma sociedade fundada
no lucro dos indivíduos ou na fraternidade, um mundo em paz ou em
guerra, uma criação devastada ou uma casa ainda acolhedora? – continuou o
Pontífice.
O Senhor nos quer tecelões de esperança, operadores de paz
Francisco observou que muitas vezes se avalia a vida com base no
dinheiro que se ganha, na carreira que se faz, no sucesso e consideração
que se recebem dos outros. Mas estes não são critérios geradores. “O
problema é: Estou a gerar vida? Estou introduzindo na história um novo e
renovado amor que antes não havia? Estou a anunciar o Evangelho onde
estou a viver, estou a servir alguém gratuitamente, como fez comigo quem
me precedeu? Que faço pela minha Igreja, pela minha cidade e a
sociedade? É fácil criticar, mas o Senhor não nos quer apenas críticos
do sistema, não nos quer fechados e ‘retrógrados’, mas artesãos duma
história nova, tecelões de esperança, construtores do futuro, operadores
de paz.”
“Joaquim e Ana intercedam por nós! Ajudem-nos a guardar a história
que nos gerou e a construir uma história geradora - continuou o Santo
Padre. Que eles nos lembrem a importância espiritual de honrar os nossos
avós e os nossos idosos, aprender com a sua presença para construir um
futuro melhor: um futuro onde os idosos não sejam descartados porque ‘já
não são de utilidade’; um futuro que não julgue o valor das pessoas só
pelo que produzem; um futuro que não seja indiferente com quem, já em
idade avançada, precisa de mais tempo, escuta e solicitude; um futuro
onde, para ninguém, se repita a história de violência e marginalização
sofrida pelos nossos irmãos e irmãs indígenas."
Francisco concluiu afirmando tratar-se de um futuro possível “se, com
a ajuda de Deus, não quebrarmos o vínculo com quem nos precedeu e
alimentarmos o diálogo com quem virá depois de nós: jovens e idosos,
avós e netos, em conjunto. Avancemos juntos, sonhemos juntos”.
Estamos a chegar a
um ponto de rutura, por isso é necessária uma conversão ecológica
individual e comunitária. Com vista ao Dia Mundial de Oração pelo Cuidado
da Criação a realizar-se no dia 1 de setembro, Francisco renova o seu apelo à consciência
dos fiéis e à comunidade internacional, apostando em dois eventos
programados para o segundo semestre: a COP 27 sobre o clima e a COP15
sobre a biodiversidade.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Foi divulgada esta quinta-feira a mensagem do Papa Francisco para o
Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a realizar-se no dia 1 de setembro.
Este Dia inaugura o “Tempo da Criação”, que vai até 4 de outubro,
festa de S. Francisco de Assis - uma iniciativa ecuménica inspirada
pelo Patriarcado de Constantinopla que une os cristãos em torno da
necessidade de uma conversão ecológica.
O tema deste ano é “Escuta a voz da criação”. Esta voz, lamenta o
Papa na mensagem, tornou-se um “grito amargo”, ou melhor, um coro de
gritos na decorrência dos maus-tratos humanos: grita a Mãe Terra, gritam
as criaturas, gritam os mais pobres e, entre eles, os povos indígenas, e
grita a futura geração. Esses clamores provocados pelos nossos excessos
consumistas, à mercê de um antropocentrismo despótico, que provocam,
por sua vez, as mudanças climáticas.
Diante deste quadro, é preciso limitar o colapso dos ecossistemas e
há uma única opção segundo Francisco: arrependimento e mudança dos
estilos de vida e dos modelos de consumo e produção. Não só no âmbito
individual, mas também comunitário. Esta catástrofe ecológica, afirma o
Pontífice merece a mesma atenção que outros desafios globais, como as
graves crises sanitárias e os conflitos bélicos.
Um pedido, "em nome de Deus"
Por isso, o Papa cita dois eventos de fundamental importância
promovidos pelas Nações Unidas: a COP27 sobre o clima, programada para o
mês de novembro no Egito, e a COP15 sobre a biodiversidade, que se
realizará em dezembro no Canadá.
Francisco recorda a adesão da Santa Sé ao Acordo de Paris, que prevê
limitar o aumento da temperatura a 1,5°C e para reduzir a zero, com a
maior urgência possível, as emissões globais dos gases de efeito estufa.
A finalidade é caminhar rumo à direção mais respeitadora da criação e
do progresso humano integral de todos os povos presentes e futuros, um
progresso fundado na responsabilidade, na prudência/precaução, na
solidariedade e atenção aos pobres e às gerações futuras.
“Na base de tudo, deve estar a aliança entre o ser humano e o meio
ambiente que, para nós fiéis, é espelho do amor criador de Deus.”
Eis então o apelo do Papa:
“Repito: Quero pedir, em nome de Deus, às grandes empresas
extrativas – mineiras, petrolíferas, florestais, imobiliárias,
agro-alimentares – que deixem de destruir florestas, zonas húmidas e
montanhas, que deixem de poluir rios e mares, que deixem de intoxicar as
pessoas e os alimentos.”
Dívida ecológica
Neste processo de conversão, aponta Francisco, não se pode
negligenciar as exigências da justiça, especialmente para com os
trabalhadores mais afetados pelo impacto das mudanças climáticas.
Neste sentido, escreve ainda o Papa, “é impossível não reconhecer a
existência duma ‘dívida ecológica’ das nações economicamente mais ricas,
que poluíram mais nos últimos dois séculos”. Por outro lado, os países
menos ricos não estão isentos das suas responsabilidades. “É necessário
agirem todos, com decisão. Estamos a chegar a um ponto de rutura.”
A mensagem foi concluida com um convite de Francisco, para que neste
“Tempo da Criação” as cúpulas COP27 e COP15 possam unir a família
humana. “Choremos com o grito amargo da criação, escutemo-lo e
respondamos com os factos para que nós e as gerações futuras possamos
ainda alegrar-nos com o canto doce de vida e de esperança das
criaturas.”
Imagem do Palácio Apostólico do Vaticano (Vatican Media)
Terá início no dia 1
de setembro, uma nova política unitária para os investimentos financeiros
da Santa Sé e do Estado do Vaticano. A Política de Investimento visa
gerar retorno suficiente para sustentar o financiamento das atividades
da Santa Sé através de investimentos alinhados com os ensinamentos da
Igreja católica
Vatican News
A partir do dia 1 de setembro próximo ter-se-á uma nova política unitária
para os investimentos financeiros da Santa Sé e do Estado da Cidade do
Vaticano, que serão disciplinados por uma Política de Investimento. Foi o
que anunciou a Secretaria para a Economia (SPE) num comunicado
publicado nesta terça-feira, 19 de julho, pela Sala de Imprensa vaticana.
O documento, discutido no Conselho para a Economia e com especialistas
do setor, foi endereçado aos Chefes dos Dicastérios da Cúria e aos
Responsáveis das Instituições e entidades ligadas à Santa Sé pelo
Prefeito da Secretaria para a Economia, Padre Juan Antonio Guerrero
Alves.
Investimentos alinhados com os ensinamentos da Igreja, não a investimentos especulativos
"A nova Política de Investimento - lê-se no comunicado da SPE -
pretende assegurar que os investimentos sejam destinados a contribuir
para um mundo mais justo e sustentável; protejam o valor real do
património próprio da Santa Sé, gerando um retorno suficiente a fim de
contribuir de forma sustentável para o financiamento das suas atividades;
estejam alinhados com os ensinamentos da Igreja católica, com exclusões
específicas de investimentos financeiros que contradizem os seus
princípios fundamentais, tais como a santidade da vida ou a dignidade do
ser humano ou o bem comum." Por esta razão, continua o comunicado, é
importante que estes investimentos "sejam destinados a atividades
financeiras de natureza produtiva, excluindo as de natureza
especulativa, e, sobretudo, sejam guiados pelo princípio de que a
escolha de investir num lugar e não noutro, num setor produtivo e
não noutro, é sempre uma escolha moral e cultural".
Os investimentos confluirão numa conta ad hoc da APSA no IOR
A Política, acrescenta a Secretaria para a Economia, foi aprovada ad experimentum
por 5 anos e entrará em vigor nodia 1 de setembro próximo, com um período
de moratória para se adaptar aos critérios propostos. O comunicado
também explica como a nova Política de Investimento será implementada:
"As instituições curiais – lê-se na nota - terão que confiar os seus
investimentos financeiros à APSA, transferindo a sua própria liquidez a
ser investida - ou seus próprios títulos depositados em bancos
estrangeiros ou no próprio IOR - para a conta da APSA criada no IOR para
este fim. A APSA, como instituição que administra o património da Santa
Sé, estabelecerá um fundo único para a Santa Sé, no qual confluirão os
investimentos nos diversos instrumentos financeiros e terá uma conta
para cada instituição, processando os relatórios e pagando os
rendimentos".
O papel do Comité de Investimentos estabelecido pela Praedicate Evangelium
Por fim, o comunicado faz referência ao novo Comité para os Investimentos, instituído com a Praedicate Evangelium.
Este Comité, ressalta-se, "através da APSA - as consultas
apropriadas visando a implementação da estratégia de investimento e
avaliará a adequação das escolhas, com particular atenção à conformidade
dos investimentos feitos com os princípios da Doutrina Social da
Igreja, assim como com os parâmetros de rendimento e de risco segundo a
Política de Investimento".
O Papa Francisco no Angelus deste domingo
(Vatican Media)
O Evangelho deste
domingo "apresenta uma animada situação doméstica com Marta e Maria,
duas irmãs que oferecem hospitalidade a Jesus, na sua casa". A palavra
de Jesus liberta a vida "da opacidade do mal, satisfaz e infunde uma
alegria que não passa: a palavra de Jesus é a melhor parte, a que Maria
escolheu", disse Francisco no Angelus deste domingo.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco conduziu a oração mariana do Angelus deste domingo
(17/07), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice recordou que o
Evangelho deste domingo, "apresenta-nos uma animada situação doméstica
com Marta e Maria, duas irmãs que oferecem hospitalidade a Jesus na sua
casa. Marta imediatamente começa a trabalhar para o acolhimento dos
hóspedes, enquanto Maria senta-se aos pés de Jesus para ouvi-lo ".
Vendo aquela situação, "Marta vira-se para o Mestre e pede que Ele
diga a Maria para ajudá-la. A reclamação de Marta não parece fora de
lugar; pelo contrário, sentimos que tem razão. No entanto, Jesus
responde: «Marta, Marta! Preocupas-te e andas agitada com muitas
coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte,
e esta não lhe será tirada.» É uma resposta surpreendente". "Jesus
muitas vezes inverte a nossa maneira de pensar. Perguntemo-nos, por que o
Senhor, apreciando a generosa diligência de Marta, afirma que a atitude
de Maria deve ser preferida?", disse o Papa, acrescentando:
A "filosofia" de Marta parece ser esta: primeiro o dever, depois o
prazer. A hospitalidade, na verdade, não é formada de palavras bonitas,
mas exige que se coloque a mão no fogão, que se faça tudo o que for
preciso para que o hóspede possa sentir-se bem acolhido. Jesus sabe
disto muito bem. De facto, reconhece o compromisso de Marta. No entanto,
ele quer fazê-la entender que há uma nova ordem de prioridade, diferente
da que ela tinha seguido até então. Maria sentiu que há uma "melhor
parte" que deve ter o primeiro lugar. Todo o resto vem depois, como uma
corrente de água que brota da fonte.
"O que é essa "melhor parte"?", perguntou Francisco. "É escutar as
palavras de Jesus. O Evangelho diz: "Maria, sentada aos pés do Senhor,
escutava a sua palavra". Observemos: ela não ouvia de pé, fazendo outra
coisa, mas sentou-se aos pés de Jesus. Ela entendeu que Ele não é um
hóspede como os outros. À primeira vista, parece que Ele veio para
receber, porque precisa de comida e abrigo. Na realidade, o Mestre veio dar-nos a si mesmo através de sua palavra."
A palavra de Jesus não é abstrata, é um ensinamento que toca e
molda a vida, transforma-a, liberta-a da opacidade do mal, satisfaz e
infunde uma alegria que não passa: a palavra de Jesus é a melhor parte, a
que Maria escolheu. É por isso que Maria dá-lhe o primeiro lugar: ela
pára e escuta. O resto virá depois. Isto não diminui o valor do
compromisso prático, mas ele não deve preceder, mas fluir da escuta da
palavra de Jesus, deve ser animado pelo seu Espírito. Caso contrário,
reduz-se a uma correria e agitação pelas muitas coisas, reduz-se a um
ativismo estéril.
Como estamos no período de férias na Europa, o Papa convidou a
aproveitar este tempo " parar e escutar Jesus". "Hoje é cada vez mais
difícil encontrar momentos livres para meditar. Para muitas pessoas, o
ritmo de trabalho é frenético, exaustivo", disse ainda Francisco,
acrescentando:
O período de verão também pode ser precioso para abrir o Evangelho
e lê-lo lentamente, sem pressa, uma passagem em cada dia, uma pequena
passagem do Evangelho. Isto faz-nos entrar nessa dinâmica de Jesus.
Deixemo-nos interpelar por essas páginas, perguntando-nos como vai a
nossa vida, a minha vida, se a minha vida está de acordo com o que Jesus
diz ou nem tanto. Em particular, perguntemo-nos: quando começo o dia,
mergulho de cabeça nas coisas para fazer, ou primeiro procuro inspiração
na Palavra de Deus?
Segundo o Pontífice, "às vezes, começamos o dia automaticamente,
fazendo, como as galinhas. Não! Devemos começar o dia, primeiro, olhando
para o Senhor, lendo a sua palavra breve, mas que esta seja a inspiração
do dia. Se pela manhã sairmos de casa com uma palavra de Jesus na mente,
certamente o dia ganhará um tom marcado por essa palavra, que tem o
poder de orientar as nossas ações de acordo com o que o Senhor quer". "Que a
Virgem Maria nos ensine a escolher a melhor parte, que jamais nos será
tirada", concluiu o Papa.
DOM
MANUEL III, CARDEAL-PRESBÍTERO DA SANTA IGREJA ROMANA, DO TÍTULO DE
SANTO ANTÓNIO DOS PORTUGUESES NO CAMPO DE MARTE, POR MERCÊ DE DEUS E DA
SÉ APOSTÓLICA, PATRIARCA DE LISBOA.
Aos que este Decreto virem, saúde e bênção
NOMEAÇÕES PARA O ANO PASTORAL 2022-2023
O
Patriarcado de Lisboa integra uma população numerosa, incluindo os
crentes católicos, ligados a paróquias e outras realidades eclesiais. É
para o seu serviço que se fazem estas nomeações pastorais, contando com a
colaboração do clero secular e regular presente na Diocese e com o
horizonte cada vez mais próximo da Jornada Mundial da Juventude (Agosto
de 2023), acontecimento que merece a oração e a colaboração de todos
nós.
Assim, para que os fiéis cresçam na santidade pela
celebração dos sacramentos e vivam o mistério pascal (cf. cân. 387),
HAVEMOS POR BEM NOMEAR:
| PÁROCOS |
* P. Eduardo Alfredo Abril López, Pároco do Senhor Jesus e São Pedro do Carvalhal e de São João Baptista de Pero Moniz, dispensado dos anteriores ofícios. * P. Faustino Tchitetele, MS, Pároco de Nossa Senhora da Encarnação e São Domingos, observado o estabelecido no cân. 682 §1, sendo dispensado do anterior ofício. * P. João Bernardo Rebelo de Sousa e Silva, Pároco de Nossa Senhora dos Prazeres da Aldeia Galega da Merceana, de Santa Maria Madalena da Aldeia Gavinha e de São Miguel de Palhacana, sendo dispensado do anterior ofício. * P. José Luís Gonçalves da Costa, Pároco de Nossa Senhora das Dores de Laveiras-Caxias, acumulando com os anteriores ofícios. * P. Mário Jorge do Rego Barbosa, OFM, Pároco de Nossa Senhora de Fátima do Bairro do Padre Cruz, na cidade de Lisboa, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. Mário Rui Serralheiro Marçal, OP, Pároco de São Domingos de Benfica, cidade de Lisboa, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. Paulo Jorge Moreira Coelho, SCJ, Pároco do Coração Imaculado de Maria de Alfragide, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. Ricardo Miguel Sousa Franco, Pároco do Espírito Santo do Moledo e de São Lourenço de São Bartolomeu dos Galegos, acumulando com os anteriores ofícios. * P. Salvatore Forte, Pároco de Nossa Senhora da Vitória de Famalicão e de Nossa Senhora das Areias da Pederneira, acumulando com o ofício de Pároco do Bárrio. * P. Sérgio Miguel Nota Pinheiro, OFM, Pároco de São Lourenço de Carnide, na cidade de Lisboa, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. Tiago Ferreira Roque, Pároco do Santíssimo Sacramento de Alcobaça e de Nossa Senhora da Ajuda da Vestiaria, sendo dispensado dos anteriores ofícios.
| VIGÁRIOS PAROQUIAIS | * P. Afonso de Jesus Rosa Sousa, Vigário Paroquial de Nossa Senhora dos Navegantes do Parque das Nações, na cidade de Lisboa. * P. Ángel David Azcurra Rodriguez, Vigário Paroquial de São Gregório Magno do Bárrio, de Nossa Senhora da Vitória de Famalicão e de Nossa Senhora das Areias da Pederneira. * P. David Emanuel Francisco Palatino, Vigário Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Lisboa. * P. Diogo Alexandre Martins Tomás, Vigário Paroquial de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã, de Santa Bárbara da Marquiteira, de Nossa Senhora da Saúde e São Sebastião da Marteleira, do Espírito Santo do Moledo e de São Lourenço de São Bartolomeu dos Galegos. *P. Fábio José Santos Alexandre, Vigário Paroquial de Nossa Senhora da Graça da Abrigada, de Santo Estêvão de Alenquer, de Nossa Senhora da Assunção de Alenquer e do Divino Espírito Santo de Ota. * P. Gabriel Fernando Firmino, MS, Vigário Paroquial de São Leonardo da Atouguia da Baleia e de São Sebastião da Serra d’El-Rei, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. Hélio Catomba Caheca João, MS, Vigário Paroquial de Nossa Senhora da Encarnação e São Domingos, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. João Bernardo Rebelo de Sousa e Silva, Vigário Paroquial de Santa Ana da Carnota, de Nossa Senhora da Encarnação de Olhalvo, de São Miguel de Palhacana, de Nossa Senhora das Virtudes da Ventosa e de Nossa Senhora dos Anjos de Vila Verde dos Francos. * P. Junito Miguel Batista, OP, Vigário Paroquial de São Domingos de Benfica, na cidade de Lisboa, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. Lourenço Maria Teixeira da Silva Durão Lino, Vigário Paroquial de Cristo Rei de Algés e do Senhor dos Aflitos da Cruz Quebrada-Dafundo. * P. Miguel Quissola, SMM, Vigário Paroquial de Santo Adrião da Póvoa de Santo Adrião, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * P. Paul Binoy James Panachithara, Vigário Paroquial de São Pedro em Alcântara, na cidade de Lisboa, deixando os anteriores ofícios. * P. Pedro de Jesus Rosa Sousa, Vigário Paroquial de Nossa Senhora da Purificação de Bucelas, de São Saturnino de Fanhões, de Santa Maria de Loures, de Santo Antão do Tojal e de São Julião do Tojal. * P. Saferinus Njo, SMM, Vigário Paroquial de Santo Adrião da Póvoa de Santo Adrião, observado o estabelecido no cân. 682 §1.
| CÚRIA PATRIARCAL | * Dr.ª Maria de Fátima Nunes, Diretora do Setor da Pastoral Escolar - Secretariado Diocesano do Ensino Religioso(SDER).
| REITORIAS | * P. Alexandre Francisco Ferreira dos Santos, SCJ, Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Rocha, observado o estabelecido no cân. 682 §1. * Cón. Jorge Manuel Tomaz Dias, Reitor da Igreja de São Vicente de Fora, na cidade de Lisboa, acumulando com os anteriores ofícios.
| CAPELANIAS | * P. Tiago Ferreira Roque, Capelão do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, Alcobaça.
| DIÁCONOS PERMANENTES | * Diác. Armando Figueiredo Marques, Paróquia de Nossa Senhora da Purificação de Montelavar, mantendo a colaboração na Paróquia da Terrugem. * Diác. Carlos Alberto Baptista, Paróquia de Nossa Senhora de Fátima da Parede e colaborador do Assistente Religioso e Espiritual do Estabelecimento Prisional de Tires. * Diác. João Carlos Morais Correia, Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes do Parque das Nações, mantendo-se colaborador na Paróquia de Moscavide. * Diác. Joaquim Gonçalves Craveiro, Paróquia de Nossa Senhora de Belém de Rio de Mouro, sendo dispensado dos anteriores ofícios. * Diác. José Alberto Carvalho da Silva, Paróquia de São Mamede de São Mamede da Ventosa e de Santa Maria Madalena do Turcifal, sendo dispensado dos anteriores ofícios. * Diác. José Paulo da Silva Tomé Romero, Paróquia de Santa Catarina e de Nossa Senhora das Mercês do Carvalhal Benfeito, sendo dispensado dos anteriores ofícios. * Diác. Manuel Lopes Marques, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição da Moita dos Ferreiros e de São Lourenço dos Francos, sendo dispensado dos anteriores ofícios. * Diác. Samuel Peres de Noronha Sanches, Paróquia de São Vicente de Alcabideche¸ sendo dispensado do anterior ofício.
Dispensamos de ofícios: * O P. Aníbal Azevedo Pinto, de Pároco da Paróquia do Senhor Jesus e São Pedro do Carvalhal e de São João Baptista de Pero Moniz. * O P. António Tomás Correia, SCJ, de Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Rocha. * O P. Gonçalo José Gomes Figueiredo, OFM, de Pároco da Paróquia de Carnide e do Bairro do Padre Cruz, e de Vigário Paroquial da Pontinha. * O P. José Luís dos Santos Guerreiro, de Pároco do Moledo e de São Bartolomeu dos Galegos. * O P. Frei José Manuel Correia Fernandes, OP, de Pároco de São Domingos de Benfica. * O P. Miguel Maria de Sousa Rêgo de Cabedo e Vasconcelos, de Vigário Paroquial de Algés e da Cruz Quebrada-Dafundo. * O P. Paulo Jorge Marques da Costa Malícia, de Diretor do Setor da Pastoral Escolar – Secretariado Diocesano do Ensino Religioso. * O P. Ricardo Manuel Alves Cristóvão, de Pároco de Alcobaça e da Vestiaria e de Capelão do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira. * O Diác. Alfredo Manuel Lourenço Bento, de colaborador nas Paróquias de Vila Verde dos Francos, de Olhalvo, da Ventosa, de Palhacana, de Aldeia Galega da Merceana e de Aldeia Gavinha. * O Diác. Amândio do Carmo Vicente Alexandre, de colaborador das Paróquias de Massamá e Queluz, mantendo-se colaborador da Paróquia de Monte Abraão. * O Diác. António José Silva de Jesus Fonseca, de colaborador das Paróquias de Arranhó, Santa Ana da Carnota e Sobral de Monte Agraço, mantendo-se colaborador das Paróquias de Arruda dos Vinhos e Cardosas. * O Diác. António Nelson Dias Antunes, de colaborador da Paróquia de São João de Deus. * O Diác. António Rui Pinto Romano, de colaborador da Paróquia de Arroios. * O Diác. Domingos Cabral Landim, de colaborador da Paróquia de Matacães, mantendo-se colaborador das Paróquias de Monte Redondo, Ramalhal e Maxial. * O Diác. João Baltazar Silva Carmona, de colaborador da Paróquia de São João de Deus. * O Diác. Joaquim Gonçalves Craveiro, de colaborador das Paróquias de Sintra. * O Diác. José Bernardo da Silva Lucas, de colaborador das Paróquias de Alcainça, Venda do Pinheiro, Milharado, Malveira, Mafra, Igreja Nova, Gradil, Cheleiros e de Vila Franca do Rosário, mantendo-se colaborador das Paróquias de Enxara do Bispo e de Azueira. * O Diác. Luís Alberto Póvoa Escola, de colaborador das Paróquias de Santo Isidoro e do Sobral da Abelheira, mantendo-se colaborador da Paróquia da Encarnação (Mafra). * O Diác. Manuel Ferreira Baltar, de colaborador das Paróquias do Carregado e de Cadafais. * O Diác. Manuel Mendes de Sousa Adaixo, de colaborador das Paróquias de Monte Abraão e de Queluz, mantendo-se colaborador da Paróquia de Massamá. * O Diác. Mário do Nascimento Alcântara de Mateus, de colaborador das Paróquias de Alcainça, Venda do Pinheiro, Milharado, Malveira, Mafra, Igreja Nova, Gradil, Enxara do Bispo, Cheleiros, Azueira e de Vila Franca do Rosário.
Lisboa, na Cúria Patriarcal, aos 16 de Julho de 2022.